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The Flash – 2° Temporada | Da euforia ao lapso

Desde seu lançamento, The Flash logo se tornou uma das melhores séries de TV do últimos dois anos, apresentados pela emissora CW e inspirado em conteúdo de quadrinhos. Consequentemente, muitas foram as pessoas que se tornaram fãs da série, dos personagens e de sua mitologia um tanto quanto única. Com um primeiro ano mais do que agradável, de erros quase que insignificantes, o tão esperado retorno da série The Flash para seu segundo ano finalmente ocorreu há 10 meses e com ela, trazendo grandes expectativas para superar e uma nova leva de informações e conteúdos a serem apresentados.

A segunda temporada começou seis meses depois da singularidade, Central City já aceita o herói Flash como uma figura pública relevante, metahumanos de outra “Terra” passam a surgir e um antagonista como nunca antes enfrentado assume o centro das atenções. Entre muitas propostas de desenvolvimento, tivemos a exploração de outra Terra, os poderes do Cisco, um Flash querendo ser mais rápido, um novo membro se adequando a família West e, mais uma vez, um velocista mascarado como antagonista. É exatamente aqui, a partir do primeiro episódio desta segunda temporada, que The Flash começa sua trajetória para o lapso. Inevitavelmente, embora eu tente ser breve, este post não será pequeno.

The Flash - 2° Temporada | Da euforia ao lapso

Vamos começar pelo próprio protagonista da série. Durante toda a segunda temporada, a apresentação de Barry Allen é consideravelmente fraca, tendo poucos momentos de destaque e mantendo-se similar à mesma apresentação do personagem na primeira temporada. Barry Allen possui muitas questões pessoais para lidar durante a temporada, o que acaba por interferir no modo como ele se relaciona com os demais membros do Star Labs. Devido a isso, é perceptível um status “depressivo” do personagem, sem aquela proeminente e característica personalidade brincalhona e alegre. Bem mais do que isso, durante toda a temporada vemos um Barry Allen que “quer ser mais rápido e um herói melhor”, mas que aparentemente não faz nada para alcançar isso.

O desenvolvimento proposto para o personagem é quase nulo e, quando de fato possui algum, meramente insignificante. Em poucos ou quase nenhum momento vemos um Barry Allen que é inteligente e usa tal artifício para resolver um ou mais problemas. Consequentemente não vemos uma independência para com a Star Labs e logo, só presenciamos alguém que não consegue fazer nada por conta própria. Sem se esquecer, é claro, de presenciarmos um velocista que JÁ ESTEVE NA FORÇA DE ACELERAÇÃO, mas não demostra nenhum tipo de interesse em compreender o que de fato é a conexão entre seus poderes e a Força de Aceleração e como explorar tal relação. E mais uma vez, o ato final do personagem na segunda temporada só evidencia novamente, que Barry Allen não cresceu como pessoa e muito menos como herói desde o fim da primeira temporada.

The Flash - 2° Temporada | Da euforia ao lapso

Passemos agora para a Família West. De longe, foi uma das poucas coisas que realmente funcionaram nessa temporada. Em parte, devido a introdução de Wally West ao universo da série e como o estabelecimento de relações entre o personagem e os demais membros da família foram executados. Joe West parece estar mais acostumado com questões de metahumanos e, também, mais confiante e preparado para lidar com situações os envolvendo. Ele continua sendo aquela boa figura paterna e, possivelmente, sendo a pessoa mais madura durante o percorrer da temporada.

Por sua vez, Candice Patton parece ter encontrado uma melhor harmonia para Íris West, e isso é visível em sua atuação. Diferente da primeira temporada, a personagem também ganhou mais destaque e uma importância mais enfatizada, tanto na vida de Barry Allen como pessoa quanto herói. Keiynan Lonsdale conseguiu expressar um Wally West particularmente adorável, com sua sina rebelde, impaciente e impulsivo característica dos quadrinhos.

The Flash - 2° Temporada | Da euforia ao lapso

Quanto a STAR Labs, os membros pertencentes e as novas adições se demonstram em um verdadeiro contraste. Cisco Ramón teve uma maior enfase devido ao descobrimento de suas novas habilidades que, por diversas vezes, foram pontos importantes na trama. Em sua totalidade, o personagem permaneceu mediano e agradável. A introdução de um Harrison Wells de outra Terra preencheu um espaço de “gênio tutor” que havia na equipe e como um todo, não alterou a relação da equipe, permanecendo-se como um personagem mediano e de presença. No entanto, a introdução um tanto quanto rápida de Jesse Quick, embora não muito marcante, foi agradável e conseguiu dar uma dinâmica maior no composto de equipe.

Não podemos nos esquecer de Caitlyn Snow, a membra da equipe que mais “sofreu” em questão de desenvolvimento para os membros da STAR Labs nesta temporada. A personagem não teve qualquer destaque perante a equipe e sua versão de outra Terra, foi apresentada de forma entediante e desgastante. Mais uma vez, a personagem sofreu pelo fator “formação de casal” e como dito, não teve qualquer desenvolvimento de fato. Ou seja, temos uma Caitlyn Snow cujo palco para sua transformação em Nevasca estava propício para o desenvolvimento, mas erroneamente preferiram explorar a Nevasca de outra Terra e colocar a “verdadeira” versão da personagem de romance novamente.

The Flash - 2° Temporada | Da euforia ao lapso

Inicialmente, Zoom se mostrou um antagonista um tanto quanto interessante, trazendo ainda um mistério de verdadeira identidade não tão marcante, uma vez que já tivemos tal mistério na temporada anterior. Bem mais do que isso, a ideia de que ele realmente é um vilão a ser temido e que não deveria ser menosprezado era evidente na temporada. No entanto, ao decorrer da série, isso vai se desgastando, uma vez que Zoom acaba se contrastando em ser um antagonista “bonzinho” e um verdadeiro monstro, o que acaba por entediar a trama e a visão do personagem. Assim como o protagonista da série, Zoom foi outro personagem cujo desenvolvimento proposto é quase nulo e, quando de fato possui algum, é meramente insignificante. Suas motivações podem até fazer sentido, mas aparentemente não são tão importantes assim para ele.

Embora inicialmente interessante, o personagem acaba por se demonstrar em um verdadeiro erro de gerenciamento de desenvolvimento perante a temporada. Digo, temos um antagonista que quer conquistar “Terras” e ser o velocista mais rápido de todas elas (e que aparentemente pode fazer isso formidavelmente), porém, que também quer atuar como herói. Por sua vez, também temos uma exploração de poderes basicamente ridículos para com o personagem. Temos um Zoom que subjuga o Flash no quesito velocidade inúmeras vezes, que consegue SEGURAR UM RAIO (PURA ENERGIA) COM AS PRÓPRIAS MÃOS, mas não consegue viajar entre Terras sem ajuda dos portais. Em comparação ao Flash, cujo em comparação é lerdo e muito menos consegue SEGURAR UM RAIO (PURA ENERGIA) COM AS PRÓPRIAS MÃOS, mas viaja para outras terras com o auxílio de prótons (a desculpa furada da série), se mostra um consenso de puro tédio e mal gerenciamento. E bem mais do que isso, eu não preciso ser um puta gênio para saber que SE VOCÊ VIAJA NO TEMPO PARA MATAR A SUA VERSÃO DO PRESENTE/PASSADO, LOGO SUA VERSÃO DO FUTURO DEIXA DE EXISTIR (outra desculpa furada da série). Ao menos, o personagem teve um final agradável.

The Flash - 2° Temporada | Da euforia ao lapso

A “grande surpresa da temporada” foi o (outro) mistério por trás do homem de máscara aprisionado por Zoom, revelando ao fim, como sendo o Jay Garrick. O personagem teve pouco mais do que uma pequena participação e isso é nada mais que uma piada de mal gosto se levarmos em consideração a importância que o personagem tem não só para a mitologia do Velocista Escarlate, mas como para o próprio Barry Allen. Digo, a série poderia ter explorado muito mais de um velocista, que por cima é de outra Terra, bem como explorar efetivamente outras Terras com maior importância e significância. Pelo menos acertaram quanto ao ator, que de fato, é Jay Garrick e souberam fazer uma bela referência ao Flash dos anos 90.

The Flash - 2° Temporada | Da euforia ao lapso

Esta segunda temporada de The Flash teve um roteiro mediano, desgastante e entediante, com poucos momentos que realmente tivesse um atrativo. Embora tenha conseguido introduzir o novo conteúdo de maneira explícita e implicitamente, a série não conseguiu desenvolver esses conteúdos e, se conseguiu, fora de maneira apressada e erroneamente (em muitas das vezes). Como um todo, a segunda temporada de The Flash se demonstrou em um verdadeiro mal gerenciamento de desenvolvimento de personagens, roteiro e sem novidades ao ter preceitos similares com a proposta da primeira temporada (realmente te odeio Marc Gunggheimn). Ou seja, a partir do primeiro episódio, a segunda temporada se consagra como uma linha que oriunda da euforia ao lapso, ao fim prometendo uma terceira temporada preocupante para qualquer fã de quadrinhos.

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Escrito por Isaias Setúbal

All I hear is doom and gloom. And all is darkness in my room. Through the night your face I see. Baby, come on. Baby, won't you dance with me?

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