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Procurando Dory (2016) | Acertaram em cheio em fazer um filme infantil

A gente sabe o quanto a Pixar Animation Studios é capaz de fazer para impressionar crianças e adultos. A gente sabe também, que algumas de suas animações dialogam mais com os grandões do que com os pequenos. Como é o caso de O Bom Dinossauro e Divertida Mente que são mais recentes, além de Wall-E, Toy Story 3 e Ratatouiile, por exemplo. Isso não quer dizer que essas animações não tenham algo infantil ou que use de elementos lúdicos para entreter os baixinhos, mas sabemos que esses filmes não são em tese, infantis, como Valente, Os Incríveis, Carros, Up – Altas Aventuras, Monstros S.A, Vida de Inseto, e, claro, Procurando Nemo – filme que deu origem a Procurando Dory.

Estou batendo nessa tecla para dizer que a continuação tão esperada da Cirurgiã-patela, entregou aquilo que eu realmente esperava, um filme infantil. Um filme feito para divertir os baixinhos ou a criança que está dentro de você, e não um filme que tenta a todo momento trazer reflexões ou questionamentos sobre qualquer coisa que a maioria deles não vão compreender perfeitamente agora.

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A história de Procurando Dory está basicamente explicita no título. A personagem que encantou multidões ao encontrar o peixe-palhaço, Marlin, e ajudá-lo a encontrar o seu filho, Nemo, em uma aventura épica até chegar na P Sherman, 42 Wallaby Way, Sydney – no longa que antecedeu a sua aventura solo. Dory ainda sofre do mesmo problema de perda de memória recente, mas dessa vez ela começa a lidar com outro sentimento que não foi demonstrado em Procurando Nemo, a saudade. Dory começa a sentir saudades de seus pais, mas isso surge de um questionamento: se ela está viva, é porque alguém a gerou, certo? Mas onde estão os seus pais? É com esse questionamento que ela vai embarcar em uma aventura para encontrar os seus progenitores junto com seus companheiros de fé, mesmo que contrariados, Marlin, que ainda tem traumas do que vem além do recife, e do entusiasmado e querido Nemo, que demonstra muito mais empatia e coragem que seu  próprio pai. Nessa aventura em busca das suas origens e de seus pais, Dory vai se perder, vai esquecer de muita coisa, vai encontrar amigos da infância e um polvo muito engraçado e rabugento chamado Hank que será crucial nessa jornada.

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Se em Procurando Nemo nós tivemos um filme que chega a surpreender pelo roteiro, pela fotografia e pelo humor do coadjuvante e do elenco de apoio, em Procurando Dory, nós vamos ter algo mais ou menos parecido, mas que não chega a ser tão bom quanto o seu antecessor.

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A começar pelo roteiro, ele é de certo modo bem elaborado, entregou uma trama leve, engraçada e que pode ser facilmente digerida pelo seu público alvo, as crianças. Porém os coadjuvantes aqui, não desempenham o mesmo papel que a Dory desempenhou em Procurando Nemo. Justamente pelo seu papel marcante no longa de animação, nós sentimos falta de alguém a altura quando a cirurgiã-patela passou a ser protagonista. Lembra quando a gente dizia que em Procurando Nemo a melhor parte dele era a Dory? Pois é, aqui nós não temos isso. Quando nós somos apresentados ao Hank, o polvo que citei acima, é que existe uma melhora nesse campo do longa. O molusco tem uma personalidade que se assemelha a de muitos adultos, e talvez nessa parte os grandões vão se identificar mais. Seu jeito sarcástico e irônico, traz um contraponto ao longa de animação e com isso, o ritmo dele fica balanceado a harmonioso.

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A fotografia do filme é muito boa, por se passar embaixo d’agua, a animação consegue ilustrar muito bem os efeitos de luz e sombra sem pesar o tom em nenhum momento. Acredito eu que a Pixar nunca deixou a desejar nessa parte.

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Obviamente eles abusaram um pouco mais das piadas envolvendo a perda de memória recente de Dory, algo que vai incomodar os adultos, mas que se não fosse assim, seria como? O humor de uma forma em geral, está muito bem. Vocês vão se encantar com a Marília Gabriela e também com as Lontras.

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Procurando Dory ainda acerta em trazer ensinamentos sobre a vida marinha e sobre outros momentos como valores pessoais, motivacionais, a busca pelo sonho, sobre ter coragem de fazer o que é certo, pelo novo e inesperado, além de refletir muito sobre os valores de uma amizade.

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Enfim, Procurando Dory é um filme que acertou em cheio em trazer uma temática infantil, em voltar o seu olhos ao publico que também foi o mesmo de seu antecessor. Isso não quer dizer que os adultos não vão se encantar com o filme – eu com meus 30 anos – me encantei. Mas fiquei ainda mais contente em saber que crianças como a minha sobrinha, por exemplo, ou o seu filho, filha, priminhos e também seu sobrinhos, vão se divertir muito mais do que você. E isso não é nada mais justo, depois de fazer filmes como Divertidamente e O Bom Dinossauro.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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