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Caixa de Pássaros | Do que você tem medo?

Normalmente, um suspense é uma história com elementos marcados e com um vilão muito bem representado, seja como um monstro, um homem ou alguma criatura. Mas e quando não sabemos a fonte do nosso medo? Em Caixa de Pássaros nós acompanhamos Malorie, uma mulher que vive em um mundo pós-apocalíptico na qual pessoas se matavam após ver “algo”. Sendo assim, Malorie acaba por viver durante quatro anos dentro de uma casa, sendo vendada todas as vezes nas quais saía. E agora, depois de 4 anos, ela decide sair da casa com seus dois filhos e seguir para um outro lugar.

Histórias pós-apocalípticas são tão manjadas e comuns hoje em dia que é raro haver novidade nelas. Em um mundo no qual todos os anos temos um novo filme do Resident Evil ou algum filme de zumbi que, no fim das contas, tanto faz, jogos como The Last of Us fazem toda a diferença, criando uma história que vai além dos simples zumbis, mas contam uma história mais profunda, íntima e que não aborda os personagens de forma fútil, mas sim mergulha neles da forma mais profunda possível.

O livro é escrito por Josh Malerman, e vale ressaltar que este foi seu primeiro livro e que já está tendo uma adaptação. E como primeiro livro, Malerman consegue se sair muito bem, mas não é toda essa maravilha que muita gente falou.

Essa é sim uma história que se foca muito mais em seus personagens, mas de forma geral, Caixa de Pássaros cai nas armadilhas de seu próprio suspense.

É completamente interessante o modo como o suspense é criado, vindo em uma crescente, um acontecimento arrebatador e que as pessoas não tem controle. O tal “algo”, a ameaça maior de toda a trama, é algo que se remete muito aos monstros de Lovecraft, um ser que vai além da compreensão humana, o infinito para a mente humana, e que pelo menor vislumbre aos nossos olhos, nós enlouquecemos e cometemos as mais terríveis atrocidades.

Mas quais seriam as armadilhas em que Malerman cai?

De certa forma, uma história em que o mundo exterior não pode ser visto, assim como seu vilão, é algo que instiga muito o espectador e nesse caso, Malerman consegue brilhar fortemente pois são com poucas palavras que ele consegue criar cenas completamente agoniantes.

Há aqueles que podem se decepcionar com certas coisas, mas eu compreendi e não reclamo. Porém, conforme o livro avança, o objetivo de Malorie é cada vez mais alimentado em nossas mentes. Para onde ela vai? O que ela está fazendo? Que lugar é esse? Todas as perguntas são respondidas, mas não são satisfatórias. As respostas para nossas perguntas são mais do que aceitáveis quando analisadas, elas são justas, são corretas, mas que infelizmente acabam por deixar um sentimento de: Era só isso?

Mas mesmo assim, para um escritor de primeira viagem, Caixa de Pássaros consegue ser um livro muito bom de se ler.

Ele possui seus malefícios, entre eles está o fato de Malerman ser estreante aqui, então a escrita não é das melhores, é um livro bem simples que vai direto ao ponto e explora da forma mais tranquila que pode. Nada de encher linguiça, ou ficar dando voltas para chegar em um certo ponto. Sendo assim, os personagens não são os mais maravilhosos (aliás, tive grande antipatia por Malorie durante 98% do livro), os diálogos não são os mais rebuscados, e por mais que existam pontos espetaculares no suspense, existem outros que poderiam ter sido melhor explorados.

De qualquer forma, por mais que haja defeitos, eles não ofuscam a história que Caixa de Pássaros quer nos contar. E a história é tensa na medida e que consegue criar um livro interessante e divertido de se ler.

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Escrito por Equipe Proibido Ler

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