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HQ do Dia | Guardiões da Galáxia e X-Men – O Vórtice Negro – A Saga Completa

Na semana passada terminou a mais recente saga cósmica da Marvel, que reuniu novamente os X-Men, os Guardiões da Galáxia e grande parte do elenco “extra-terrestre” da editora, em uma aventura gigantesca pelo espaço. A saga do Vórtice Negro (tradução livre para Black Vortex) foi iniciada na edição especial “The Black Vortex Alpha #1” e se alastrou em treze partes por quase todos os títulos cósmicos da Marvel (incluindo Guardians of the Galaxy, Legendary Star Lord, Nova, Guardians Team-Up e Captain Marvel) durante os meses de fevereiro, março e abril deste ano.

De quebra a saga ainda teve interligações com edições dos títulos mutantes “All-New X-Men” e “Cyclops”. As 13 partes da história foram distribuídas entre os títulos mensais citados, o que gerou alguma confusão e obrigou quem quis acompanhar tudo a comprar títulos que de repente não estavam em seu orçamento. Portanto estamos falando de um evento de enormes proporções no Universo Marvel, né? Bom… Talvez.

Vórtice Negro é o objeto que dá nome a saga e é um novo artefato criado pela equipe de roteiristas deste evento. Trata-se de um espelho cósmico deguardians-of-the-galaxy-x-men-the-black-vortex-alpha-111576 origem Celestial (Sim. Sempre eles) que foi dado de presente há bilhões de anos atrás a um povo alienígena chamado Viscardi.

O Vórtice tem a capacidade de conceder poderes e consciência cósmica a qualquer indivíduo que se submeta ao objeto. No entanto não há um conhecimento profundo sobre os efeitos colaterais desse processo.

Esta foi a ruína dos Viscardi, que foram corrompidos por este poder e se voltaram uns contra os outros. Nos tempos atuais o recentemente destronado (Leia as últimas edições de Guardiões da galáxia para saber como isso aconteceu) J’Son de Spartax (agora atendendo pelo codinome Faca) se apropriou do Vórtice e pretende negociá-lo com Thane, o poderoso e misterioso filho Inumano de Thanos.

Ao saber dos planos de seu pai, Peter Quill pede a ajuda de sua namorada Kitty Pryde e seu time de X-Men novinhos, e começa uma saga que é praticamente um jogo de gato e rato, no qual o Vórtice pula de mão em mão a cada edição.

No meio disso acabam se envolvendo o jovem Nova (Sam Alexander), Ronan o Acusador e os Kree (figurinhas certas em sagas cósmicas), os Piratas Siderais com o jovem Scott Summers (que estava “de férias” pelo espaço com seu pai, o Corsário) e a Ninhada que também não consegue ficar de fora deste tipo de evento. Os roteiristas e arquitetos principais da saga são Sam Humphries e Brian Michael Bendis, no entanto, em cada edição os roteiristas se alternam de acordo com o título correspondente a parte da saga.

O que a dupla faz basicamente nesta epopeia cósmica, é estabelecer um MacGuffin (objeto central, aqui na forma do Vórtice Negro) e colocar todo o elenco para se digladiar em função dele. São treze edições nas quais temos os diálogos bacanas de Bendis, as boas cenas de batalha e ação escritas por Humphries e um elenco muito grande e marcante interagindo o tempo todo das maneiras mais divertidas.

Essencialmente o roteiro não tem grandes reviravoltas que não sejam “quem vai usar o Vórtice?” e quais as repercussões deste ou daquele personagem usar o tal objeto. Se você é fã de versões “boladonas” dos seus personagens Marvel favoritos, alegre-se! Toda vez que um super-herói utiliza o Vórtice ele se torna uma versão “cósmica” de si mesmo. Então temos interpretações visuais muito interessantes dos corajosos que submetem ao processo de “vortização” (sei que a palavra não existe).

A arte no decorrer da saga varia bastante devido a esse “pula-pula” entre os títulos. Isto descaracteriza um pouco a história, mas também pode ser visto de maneira positiva caso você não seja fã de determinada equipe de ilustração. No geral não temos nenhum desastre visual em parte alguma de toda a história. Somente variações e interpretações diferentes do mesmo elenco. O destaque vai para Valerio Schitti em “All-New X-Men”, Paco Medina em “Star Lord” e do veterano Ed McGuinness em “The Black Vortex Alpha & Omega” – que iniciam e finalizam a saga respectivamente e tem uma arte cuidadosa e extremamente complicada de se realizar devido a quantidade de personagens no elenco. 

O Vórtice Negro é a segunda saga envolvendo os Guardiões da Galáxia e os X-Men (a primeira foi “O julgamento de Jean Grey”) com um objetivo comum desde que Brian Michael Bendis assumiu as duas franquias no início da iniciativa Marvel Now!

A saga do julgamento serviu para aproximar as duas franquias através do laço de amor estabelecido entre Peter Quil e a Lince Negra. Esta aqui reforça estes laços e muitos outros, tem lá suas repercussões para alguns membros do elenco e de modo geral diverte pelo tom bem humorado, diálogos engraçadinhos, arte de qualidade e a grande quantidade de ação no espaço.

No entanto o roteiro é extremamente simplório e poderia ter sido descrito em três ou quatro partes (no máximo) sem alteração alguma para esta história. Isso pode gerar descontentamento, principalmente para quem não lê alguns dos títulos envolvidos e se vê obrigado a entrar neste turbilhão de edições. Quem acompanhou a saga mensalmente talvez não tenha percebido, mas para quem leu tudo de uma vez vai notar a “barriga” criada a partir da quinta edição. Vale como leitura descompromissada para os fãs da Marvel, todavia está anos luz de ser classificada como um novo clássico cósmico da editora.


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Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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