Igor Tavares Chegamos ao final de mais uma “super saga multiversal revolucionária que vai mudar tudo sobre seus personagens favoritos daqui pra frente“. Francamente… Quando você lê este tipo de teaser geralmente não leva muito a sério, mas no caso de Convergence, muito cuidado ao ler este final… Porque quando você menos esperar seu multiverso vai desabar. O final de Convergence está intimamente relacionado ao futuro das publicações da DC Comics à nova estratégia de captação de leitores batizada de DC YOU e esta edição final assegura que todas as histórias da extensa biblioteca da editora tenham importância. Sim! Todas elas. De qualquer forma a relevância (ou não) da saga para as publicações futuras não deveria ser motivo para falta de consistência em seu roteiro ou uma trama mal amarrada.
Após o anti-climático confronto final entre o mago Deimos, o Planeta Telos e os heróis do Multiverso na edição passada, o que temos nesta conclusão é um Planeta fora do atual Multiverso DC cheio de refugiados de realidades a beira de algum colapso e uma quantidade de energia temporal que ameaça rasgar todo o tecido do Multiverso DC e destruí-lo. Para evitar isso os protagonistas recorrem ao causador de todo este evento, Brainiac. Brainiac é o foco nesta edição escrita por Jeff King e Scott Lobdell. Aqui descobrimos um pouco mais sobre a trajetória do vilão que, na verdade, é mostrado como uma espécie de “consciência multiversal” capaz de testemunhar assim como influenciar os rumos de todas as linhas narrativas da editora. Deu pra entender? Provavelmente não… O fato é que avaliando a edição individualmente, apesar do impacto ENORME (Sim. Isso é inegável) do final de Convergence para o Multiverso DC esta edição mantém a tônica morna e engessada da edição passada. Não há emoção no roteiro e muito menos nos diálogos. Tudo acaba soando mecânico e forçado. E apesar das consequências dramáticas para eventos e narrativas clássicas da editora, a conclusão é apresentada de forma mais monótona que uma transmissão de um campeonato de gamão (que me perdoem os fãs do jogo). O único mérito deste roteiro acaba sendo os “culhões” de realmente sacudir o Multiverso DC e tornar esta saga relevante para os novos rumos da editora. De resto esta conclusão é insípida e dispensável.
A arte é uma colaboração entre os desenhistas Carlos Pagulayan, Stephen Segovia e Ethan Van Sciver e temos um trabalho muito consistente apresentando um elenco que vai desde o período Pré-Crise até os Novos 52 passando por praticamente toda a história do Multiverso DC em páginas duplas em geral bem construídas e que apresentam o roteiro da melhor forma possível. Como esta é basicamente uma edição de explanação e “concluzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzão”, não há muita oportunidade para cenas de ação elaboradas e os quadros ficam apenas no campo de diálogos e flashbacks de eventos passados. Isso não tira o mérito desta equipe de arte, que com certeza teve bastante trabalho traduzindo este roteiro em sequências visuais que ajudam o leitor a entender sem dúvidas o que está acontecendo com a sua editora.
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Convergence #8 é uma surpresa enorme para quem não estava levando muito a sério a saga e encarando tudo como um evento “tapa-buraco”. Não por ser é uma conclusão bombástica e extremamente bem escrita, com um clímax dramático e épico ou algo do tipo. O final da saga sinceramente é muito fraco em termos de roteiro e tem uma arte que consegue manter a consistência, apesar do marasmo da história. No entanto a coragem (ou a cara de pau) da equipe editorial em alterar TODA a história da editora desde o final da primeira Crise é sim louvável. Em uma indústria em que se promete mundos e fundos em sagas e basicamente nada muda de fato, Convergence surpreende justamente por cumprir exatamente o que se propôs lá no início de seus teasers. Bem vindos ao novo Multiverso DC. Todas as histórias demandam atenção daqui para frente. Todas elas.
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