Bruno Fonseca Sabe aquela criaturazinha marrenta, emburrada e muitas vezes sem qualquer tipo de sentimento vista em “Os Jovens Titãs em Ação”? Então, não tem nada a ver com a Ravena que você vai encontrar em “Jovens Titãs: Ravena”.
Escrita pela norte-americana e mestre da literatura juvenil Kami Garcia e ilustrado pelo brasileiro Gabriel Picolo (que traço maneiro esse cara tem), Ravena ganha uma nova origem e abordagem. No selo “DC Graphic Novels for Teens”, as histórias são mais leves, com tramas regadas de emoções, sentimentos e com um cenário mais próximo dos adolescentes. Mas ainda assim, é recomendada para todas as idades.
A jornada de Kami Garcia foi pegar o que ela sabe fazer de melhor nos livros e transportar para uma personagem tão querida do público ao mesmo tempo que Picolo usou seu traço leve, limpo e simples, para viabilizar tonalidades mais azul e púrpura para a história no belo trabalho do colorista David Calderon.
Em “Jovens Titãs: Ravena” um acidente trágico vai tirar a vida da mãe adotiva da heroína, aos 17 anos – e a memória de Ravena – ela se muda para Nova Orleans para morar com a família de sua mãe adotiva e terminar o último ano do ensino médio. Começar de novo não vai ser fácil. Ravena lembra como resolver equações matemáticas e fazer macarrão, mas não consegue se lembrar de sua música favorita ou de quem era antes do acidente. Quando coisas estranhas começam a acontecer – coisas que a maioria das pessoas consideraria impossíveis – Ravena começa a pensar que seria melhor não saber quem ela era em sua vida anterior.
Mas, à medida que ela se aproxima de sua irmã adotiva, Max, de seus novos amigos, e de Tommy torres, um cara que a aceita como ela é agora, Ravena precisa decidir se está pronta para enfrentar o que está enterrado no passado. Escuridão crescendo dentro dela.
Basicamente é o que você precisa saber sobre o enredo dessa história, fora isso, há outras informações como uma adolescente tendo que lidar com seus medos e o sobrenatural. Ao mesmo tempo que deseja ser uma garota normal de sua idade e viver os mesmos problemas e indecisões comuns nessa fase da vida.
Um gibi leve, que se assemelha muito a leitura de qualquer história da “Turma da Mônica Jovem” ou de uma comédia romântica de adolescentes que estão no ensino médio. Tem aquela coisa bacana do baile de formatura, a menina malvada e chata que pentelha geral na escola e o receio de se apaixonar, de saber quem é, de onde veio e tudo mais.
E o mais bacana de tudo que você vai ler em “Jovens Titãs: Ravena”, é o prefácio de Kami Garcia mostrando o seu comprometimento com a personagem, contando como foi o papo com o criador da Ravena, Marv Wolfman, e o que ele esperava dela. Outra coisa que eu achei importante foi mostrar sua paixão pela DC Comics e nos revelar como ela se fantasiava de Mulher-Maravilha quando criança para comemorar o Halloween.
O gancho para a história seguinte é feito muito bem e vai deixar você curioso pra saber como ela colocará Mutano e Ravena nas mesmas páginas e convivendo de forma bem diferente das animações ou de quadrinhos mais adultos.
“Jovens Titãs: Ravena” é uma publicação da Panini, tem 192 páginas, capa cartão e um formato diferente das HQs convencionais da editora.
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