Bruno Fonseca A graphic MSP “Tina – Respeito”, escrito e ilustrada por Fefê Torquato e com edição do idealizador do projeto, Sidney Gusman, tem uma lição forte sobre assédio. Seja no ambiente de trabalho ou na ruas, por meio de Tina, uma das personagens da “Turma da Mônica” que foi criada na metade dos anos 60 e era Hippie. Fefê Torquato mostra como os homens não respeitam uma mulher em qualquer ambiente só pelo fato de ser mulher.
Tina não anda tranquilamente na rua sem que passe um homem em uma moto ou carro mexendo com ela, se passar das 21hs, ela não consegue usar o transporte público de forma segura, também não consegue caminhar do ponto de ônibus até em casa tranquilamente. E não pode demonstrar suas fraquezas para amigos e até para mãe.
Na graphic novel, Tina é uma jornalista que sonha em trabalhar numa redação. Eu também sou jornalista e já sonhei muito com isso e sei mais ou menos como esse tipo de coisa bate na gente. Ela trabalhou em casa durante anos, ganhava a vida com freelas e transformou sua newsletter em uma das mais lidas da grande metrópole e, claro, no famoso bairro do Limoeiro.
No passar das páginas, o sonho de Tina é realizado. Ela conseguiu ser uma repórter em um dos jornais mais prestigiados da cidade. Porém, com o passar dos dias na redação, ela foi percebendo o lado escuro daquele ambiente de trabalho. Por mais que ela seja uma profissional competente, moderna, engajada e talentosa, isso não é observado pelos dinossauros da redação.
Ela sofre bullying de alguns colegas de profissão e um assédio tão tenebroso de um dos chefes, que é um dos grandes momentos do quadrinho e o ponto de reflexão forte sobre a vida da mulher em um ambiente de trabalho. Seja ele qual for, do cargo mais simples ao mais importante, o assédio existe há anos e precisa acabar, o mundo precisa mudar, a história de Tina se confunde com a história de muitas mulheres não só no Brasil, mas no mundo.
“Tina – Respeito” tem uma lição edificante e a mensagem passada é corajosa. Você vai se surpreender com o desfecho da história e vai entender que ser forte não é sobre ter força física, mas sobre aguentar a porrada e as consequências e mesmo assim seguir adiante e, claro, respeitar seus princípios.
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