Quando entramos em uma escola e passamos a estudar seja qual for a disciplina, a meta é de aprender com exatidão. É seguir o passo conforme a dança exige, é chegar ao máximo perto da nota 10 ou atravessá-la e dar de cara no 1000. Sim, mil por cento. Em muitos casos, esse é o objetivo. Ser mil e não 10.
A dançarina Polina Ulinov é assim! Desde os seis anos de idade tenta ser perfeita no balé. Mas o que vem depois que ela consegue? Bom, é isso que você vai descobrir em “Polina”, escrita e desenhada pelo quadrinista francês Bastien VIVÉS (Uma Irmã), publicada pela Editora Nemo e traduzido por Fernando Scheibe.
Na história, a pequena Polina Ulinov é selecionada para ser treinada por Nikita Bojinski, um grande mestre conhecido pelo nível de exigência com seus alunos, ao mesmo tempo admirado e temido. Ao longo dessa docência, que se estenderá por anos, Polina irá desenvolver uma relação complexa com seu mentor – entre o antagonismo e a submissão – e acabará por permitir-lhe explorar novas experiências artísticas, em total independência. Seus caminhos enfim se dividem, e Polina se torna uma coreógrafa de reputação internacional. Por mais que os anos sob a tutela rigorosa de Bojinski tenham sido conturbados, a jovem assumirá, em todo o seu valor, sua dívida para com esse mestre, tão difícil quanto brilhante.
A viagem pelas páginas que conta a história da dançarina é comovente. Primeiro te pega pela rigidez de Bojinski, depois pela dedicação de Polina e, por último, como ela transformou tudo que aprendeu em poesia, ou melhor, na mais bela coreografia. A dança dos dias é a mais difícil de viver e não tem escola que te ensine a sobreviver. Polina pode ser a melhor dançarina, mas não vai bem no amor, nas amizades e no que pretende fazer da vida.
Mas com alguém que não teve medo de enfrentar até o mais rude professor do Bolshoi, vai se importar com um ou outro problema da vida? Polina dança na cara da adversidade e faz dela palco pra alcançar tudo o que sempre quis.
E quando o estrelato finalmente chega, ela percebe que tudo que conseguiu fazer na vida tem influência de seu mentor. E o caminho para fazer as pazes com sua cabeça e coração, é reconhecer o dedo do mestre em seu destino e usar de sua humildade para praticar a gratidão.
“Polina” é um quadrinho maravilhoso. Mas leia com calma, aprecie o traço de VIVÉS e vire cada página como alguém que escuta música clássica.
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