Horizon Zero Dawn | O segredo para evolução é o conhecimento

Esta atual geração caminha para seu fim, com os anúncios do Playstation 5 e o Xbox Series, sabemos que os próximos jogos definirão a trajetória do Xbox One e Playstation 4. Com um vislumbre da jornada, acabei por revisitar alguns games exclusivos ou não que remodelaram e impactaram essa década e geração. Não poderia começar com um dos melhores exclusivos, Horizon Zero Dawn. 

Desenvolvido pela Guerrilla Studios, responsável pela série Killzone, apresentou um novo patamar que acabou por se retirar totalmente de sua zona de conforto. O estúdio sabia trabalhar com o gênero FPS, mas não tinha a aptidão por uma grande história, essa nova oportunidade havia sido trabalhada desde 2011 que apenas se consagrou em 2017 com o lançamento do game. Quem diria, a empresa estava no gênero errado ou talvez precisasse apenas de um empurrão para se destacar.

Apesar de ser recheado de ação, Horizon Zero Dawn aposta em uma boa narrativa para absorver o jogador deixando a adrenalina da matança de máquinas como uma necessidade para concluir a jornada. Sua premissa é apresentar dilemas profundos da humanidade em sua busca pela evolução.  Após um evento massivo tecnológico, a humanidade sofreu um colapso, a grande maioria não sobreviveu e os remanescentes esqueceram de como eram reféns de sua própria criação, a utilização da tecnologia. 

Leia mais: Os melhores games da década e o fim de um ciclo de alegria

Neste novo mundo, as máquinas dominaram o planeta Terra, no melhor estilo “Exterminador do Futuro” (1984). Os humanos que sobreviveram retrocederam a vida paleontológica, sem resquícios de lembranças do passado, formaram tribos com suas políticas e buscam viver plenamente em sociedade enquanto lidam com sua sobrevivência ao longa das máquinas, o que trouxe abertura a novas crenças e novas religiões. Neste novo ambiente, Aloy, abandonada e reclusa desde de criança da tribo Nora, busca encontrar seu propósito neste novo mundo.

Hoje enxergo meu erro na época de lançamento de ter ficado afobado em terminar o jogo que esqueci de presenciar suas maiores qualidades, faltou meu amadurecimento. Em um grande narrativa, a clara jornada do herói tem batalhas tanto internas pela própria protagonista como externas em seu envolvimento em um trama muito maior que si mesma. E como a própria Alov também somos apresentados ao novo e curioso, o que faz a narrativa não se tornar maçante em quase 30 horas de duração. 

Mas do que seria uma boa história sem uma boa protagonista, Aloy alcança com maestria nossa paixão em acompanhar seu amadurecimento. Ela é uma personagem profunda, separada da sociedade e encontra nesse abandono uma vontade e um espírito de guerreira para sobreviver. Forte, destinada e cheia de vontade, ela se torna capaz de enfrentar cada desafio até surpreender os que a ignoravam. E o próprio jogador pode escolher e definir sua personalidade com algumas escolhas que o jogo apresenta nas respostas de determinadas ações. 

Leia mais: The Witcher 3: Wild Hunt | Game envelheceu com louvor e glória

Interessante observar o retrocesso da humanidade quando o conhecimento é retirado de suas mentes, se tornam carentes e fáceis do autocontrole maior.  Esse sentido de retorno aos primórdios se torna necessário para encontrar sua identidade, apesar da tecnologia ainda estar presente, ela não é capaz de guiá-los mas de culpá-los pelo medo. Esse mundo também apresenta a filosofia, política e religião para se guiar nessa evolução, apesar de alguns dos sobreviventes estarem perdidas em tantas crenças limitantes e outros perdidos na sua própria ignorância pela escuridão. 

Sua evolução como a de Aloy acontece de forma crescente no decorrer da trama, somos apresentados a novas máquinas, mas somente conseguiremos enfrentar com treino e aprendizado batalhas que árduas que tem fins recompensadores de equipamentos e itens como um bom RPG. Possuímos arcos, armadilhas e estilingues que serão úteis para derrotar inimigos. Semelhante a The Witcher 3: Wild Hunt, o jogo se aproveita das missões secundárias para explorar ainda mais seu mundo como também sua DLC chamada Frozen Wilds, que apenas somam a todo o contexto.

Os cenários têm artes magníficas que enchem os olhos de brilho, curioso que em uma entrevista o design responsável deixou claro que as artes foram responsáveis por ditar toda a condução da narrativa, não ao contrário. Florestas, montanhas, lagos ou rios alinhadas às máquinas com designs ímpares  que sofreram certas influências de livros e filmes mas que não deixaram de ser originais. Em muito momentos eu parava para admirar a noite ou o dia em lindas paisagens dignas de fotografia. 

Em toda minha jornada ao lado de Aloy, percebi que um dos maiores pontos fortes de Horizon Zero Dawn é sua narrativa que misturas dilemas tão atuais em um mundo perdido por sua necessidade de poder. Uma humanidade que busca por seu significado mas que se separa e se limita por algumas de suas crenças. Neste novo mundo de uma beleza estonteante, fico preocupado que esta nova evolução não o leve a destruição, mas talvez essa destruição faça parte de sua natureza em uma jornada capaz de demonstrar nosso verdadeiro eu. 

Quer comprar jogos com um belo descontão e ainda por cima ajudar o Proibido Ler? Selecionamos ótimas dicas de games na Amazon e a maioria com frete grátis para clientes prime. Clique aqui e pegue aquele game que está faltando na sua coleção.