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HQ do Dia | Cyborg #1

Fechando esta nova linha de publicações da DC Comics após a saga Convergence, esta semana temos a estreia do novo título solo de Victor Stone, o wide receiver universitário que se tornou uma máquina de guerra e logo em seguida um membro da Liga da Justiça.
 
Cyborg #1 é escrita por David Walker e ilustrada pela dupla de Brasileiros Ivan Reis e Joe Prado e mostra os eventos que acontecem imediatamente após a edição Sneak Peak: Cyborg – prévia de oito páginas divulgada gratuitamente pela DC Comics durante a saga Convergence em Maio deste ano.
 
 
Naquela ocasião Cyborg e a Liga da Justiça são atacados por uma misteriosa horda de seres alienígenas com o intuito de roubar a tecnologia que torna Victor tão especial. No final, o herói sofre uma radical transformação em forma de upgrade em seus sistemas e fisiologia.
 
 
Aqui David Walker explora esta transformação física no protagonista, dá uma pequena repassada nos acontecimentos recentes na vida do herói nos títulos da Liga e começamos a entrar mais a fundo no aspecto pessoal do homem dentro da máquina.
 
Logicamente, a situação dos alienígenas não fica esquecida e, em uma trama paralela, somos apresentados às forças antagônicas do título. Descobrimos que há uma guerra sangrenta em outra galáxia no Universo DC entre dois povos misteriosos e que a tecnologia do Cyborg pode ser um trunfo para a vitória do exército que se apoderar desta.
HQ do Dia Cyborg #1
Walker mantém o foco desta estreia no drama pessoal de Victor.
 
A narração em primeira pessoa conta muito da infância do protagonista e sua conturbada relação com o pai, Silas.
 
Para um personagem que de fato nunca teve oportunidade de mostrar muita profundidade isto é ótimo. Se o autor mantiver este tom descobriremos muito sobre o passado de Stone e sua personalidade.
 
O problema é que não há um balanço efetivo entre a parte pessoal e a parte de ação nesta estreia. Caso você queira ver o Cyborg em ação de fato, não há muito espaço para este tipo de cena aqui no início.
 
Então, para leitores viciados no formato “massavéi-porradaria-ação-na-sua-cara-eu-amo-bátima” esta estreia pode parecer decepcionante em temos de roteiro. O que de fato não é. Se você quer ação, salvam-se as cenas na guerra alienígena, estas sim recheadas de conflito no melhor formato Sci-Fi clássico.
 
A arte de Reis e Prado nesta estreia dispensa “babação de ovo”. A dupla é uma das mais entrosadas do mercado atualmente no estilo que se propõem.
 
Cyborg tem um novo visual lindíssimo, mutável e totalmente orgânico. Apesar da falta de cenas de combates, a apresentação da fisiologia do personagem nos apresenta uma das páginas mais impactantes visualmente desta edição.
 
As expressões corporais e principalmente faciais nas cenas mais tranquilas são de extremo cuidado e bom gosto. Isto se alterna com a parte Sci-Fi do gibi – Combates intensos entre criaturas esquisitas que lembram até um pouco a Vinha de X-O Manowar da Valiant. Se você já é fã de Reis e Prado em títulos com um elenco numeroso, nesta Cyborg os caras tem um trabalho muito beneficiado pelo elenco reduzido e entregam um produto com visual de primeira desde a capa até a última página.
 
Cyborg #1 é uma estreia que pode ser interpretada de duas formas: Uma primeira edição na qual o protagonista não tem aquela clássica cena de introdução de super herói posando pra câmeras enquanto enfia a porrada em um vilão genérico.
A outra forma de se encarar é que o roteiro de Cyborg #1 nos apresenta a um lado de Victor Stone que nunca teve oportunidade de aparecer em qualquer outro título no qual este participou. Resta ao leitor saber apreciar ou não o formato mais pessoal proposto por David Walker.
 
Quanto a arte, este talvez seja o gibi mais lindo apresentado nesta nova fase da DC Comics após Convergence. Uma arte caprichada e de extremo bom gosto que dá gravidade e peso a esta publicação. Cyborg, quer você queira ou não, é um mergulho um pouco mais profundo na personalidade de um personagem que nunca teve um tratamento muito aprofundado nesta editora nos Novos 52 e para o bem ou para o mal, o esforço tem de ser reconhecido.

Veja as outras resenhas dos primeiros títulos da DC pós-Convergence:

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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