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HQ do Dia | We are Robin #1

Atitude. Não há termo que sintetize melhor a sensação ao ler a primeira edição de We are Robin de Lee Bermejo, Jorge Corona, Rob Haynes e Khary Randolf. Títulos com Robin não são novidade no universo DC, no entanto a abordagem do autor na edição de estreia conta uma origem um pouco diferente para este elenco de personagens em um formato impactante e direto.

Na primeira edição de We are Robin somos apresentados a Duke Thomas – um jovem cujos pais foram infectados pelo vírus Coringa durante o arco Endgame no título principal do Batman. Com os pais desaparecidos desde o incidente que quase acabou com a cidade inteira, Duke é despejado pelo departamento de assistência social de Gotham por diversos lares adotivos.

Tendo dificuldade em se adaptar, sendo alvo de violência por gangues locais e ainda determinado a encontrar seus pais, Duke não está disposto a se conformar, seguir as regras e fazer o papel de vítima nesta história e é aí que o protagonista ganha o leitor.

HQ do Dia | We are Robin #1Bermejo escreve Duke como um moleque extremamente sagaz, totalmente determinado e nem um pouco indefeso. Se ele não vê condições de vencer uma briga, não lhe faltam artifícios nem presença de espírito para correr e/ou saltar pelos prédios da cidade como um verdadeiro vigilante urbano.

Isso reforça o caráter positivo da publicação ao mesmo tempo que faz a ponte entre o protagonista e o tal “exército” de Robins que pouco aparece, mas faz uma estreia marcante neste primeira edição. A ambientação do gibi no submundo da cidade concede à publicação uma faceta totalmente “pé no chão” com um realismo meio caricato e você com certeza vai se imaginar naquele ambiente se mora (ou já morou) em algum grande centro urbano decadente e violento.

We are Robin é um gibi com cara de rua desde o primeiro quadro até a última página do epílogo. E isso é muito mais do que se pode dizer de todas as publicações da linha da família morcego atualmente.

A arte de Jorge Corona que segue os esboços de roteiro de Rob Haynes é cinética, angular, característica e marcante. Este não é aquele tipo de traço bonito e épico que você vai ler em um título da Liga da Justiça por exemplo, mesmo porque isso não se encaixaria na proposta da revista.

Corona dá movimento a seu protagonista o tempo todo, caricaturiza onde tem de caricaturizar (no caso da família meio “171” que tenta adotar Duke para arrancar dinheiro da prefeitura) e o mais importante é que mesmo com praticamente 1 quadro, cada Robin ali tem a sua cara própria. O visual e clima de We are Robin é urbano até o caroço e Corona é o grande responsável se valendo de detalhes de cenários de fundo, figurino e linguagem corporal despojada em toda a revista.

Na edição de estreia de We are Robin, Lee Bermejo toma uma decisão muito acertada em introduzir somente um dos personagens deste elenco. Ao fazer isso de maneira sucinta e direta, o autor deixa tudo mais fácil para novos leitores que pouco a pouco irão se acostumando com o resto do elenco.

O segundo acerto do roteirista é criar um protagonista que está em uma situação de vítima, mas que apesar disso não se vitimiza. Duke Thomas é um lutador e isso serve de inspiração tanto para a legião de Robins que vem a seu encontro, quanto para os leitores que pegarem o título para ler.

Com uma arte cinética digna de uma história do Homem Aranha ou Demolidor, We are Robin é o gibi mais “rueiro” da DC Comics atualmente. Uma estreia muito forte que não precisa de nenhum “medalhão” da editora para se sustentar como franquia. São todos novos personagens e são todos muito bem vindos a esta nova DC Comics.


Veja as outras resenhas dos primeiros títulos da DC pós-Convergence:

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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