Guta Cundari Os filmes e séries frequentemente retratam um futuro robótico, mas quando se trata de videogames, a representação é mais limitada, especialmente no cenário dos jogos independentes. No entanto, tive a incrível surpresa de jogar um título brasileiro chamado “Retro Machina”, que mergulha nesse futuro enigmático, revelando robôs mais humanos do que os próprios humanos. É uma experiência única que nos faz refletir sobre esse universo e suas nuances.
Um game com ótima história, puzzles significativos, conhecimento de personagens e criaturas, lutas e ótima companhia com nosso protagonista robótico.
+ Assista ao trailer dando play no vídeo abaixo.
Em um mundo impulsionado por avanços tecnológicos, somos apresentados a um trailer que retrata um futuro promissor, onde carros não necessitam mais de estradas e ambientes residenciais se erguem majestosamente, impulsionados por tecnologia de última geração. No entanto, é inevitável notar semelhanças com o universo distópico de “Fallout”, onde um apocalipse transforma tudo em ruínas, apesar da propaganda incessante de um paraíso perfeito que poderia ter sido. Uma intrigante dualidade entre a promessa de um mundo novo e a sombria realidade que nos envolve.
A história é contada a partir de uma espécie de arquivos que encontramos no caminho, que explica um pouco do que aconteceu com a sociedade, sem contar as máquinas que encontraremos no caminho e devemos destruir. Durante essas batalhas teremos a possibilidade de controlá-las, usando para benefícios de puzzles e até mesmo atacar outras máquinas. Talvez estejamos indo contra os princípios das máquinas, mas não tem jeito.
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Estruturas altas, pontos estratégicos do mapa e chaves que deverão ser encontradas farão parte de nossa aventura, em que a exploração será extremamente importante e que toda atenção é necessária. O proveito da história vale a pena, principalmente com uma ambientação tão rica que ensina ao jogador os ocorridos e até mesmo prepará-lo para o que está por vir.
Os gráficos são lindos e cada detalhe e cuidado é apresentado de maneira muito rica. Toda a composição funciona para quem gosta de um bom game indie, principalmente quando pensamos que é um produto nacional, trazendo ainda mais orgulho pro cenário de desenvolvimento brasileiro. As cores e máquinas variadas chamam muita atenção, mas o cenário de fundo, mesmo que não tenhamos nenhuma interação com ele, na maior parte do tempo, são ricos em história e detalhes principalmente para aqueles que amam uma boa arte.
A variedade de robôs é gritante, sempre devemos batalhar e analisar todos para fazer um registro em nosso sistema para saber um pouco mais sobre ele, suas fraquezas e forças. Se deseja ter sucesso na campanha, isso será bem importante.
Talvez só tenha um tipo de reclamação do game, que seria em questão dos puzzles muitas vezes serem repetitivos, usando o mesmo artifício para se resolver. Não é algo absurdo, mas dependendo do jogador pode acabar achando um pouco repetitivo em certos pontos. Mas nada que vá tirar a qualidade do gameplay, pelo menos na minha não foi um problema.
“Retro Machina” é um título necessário se você gosta de uma história diferenciada e humana, e nada melhor do que robôs para mostrar isso aos jogadores. Robôs têm não apenas a capacidade de armazenar informações e aprender de maneira artificial, mas que com o tempo podem ganhar sentimentos e possivelmente serem melhores que os humanos nesse sentido, se tornando mais humano que o próprio.
“Retro Machina” está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One, Microsoft Windows, Xbox Series X e Series S.
