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GYLT | O monstro criado pelo bullying

A realidade nem sempre é aquela que imaginamos

Quando foi anunciado o Google Stadia, um serviço de streaming de games, tivemos um dos títulos lançados juntos ao serviço que foi, “GYLT”. O título lançado em 2019 foi super bem falado, sendo de interesse de muitos.

Após apertar o F para o falecimento da plataforma, o game teria seu nome lançado para consoles, espalhando mais a palavra de uma história divertida, pesada e assustadora, sendo comparada facilmente há “Limbo” e “Little Nightmare”.

Na história acompanhamos Sally, que busca sua prima mais nova, Emily, que está desaparecida já faz um mês. Os bullyings correm atrás da menina tirando sarro de toda a situação, fazendo com que pegue um teleférico para chegar em casa, mas que o leva para outra dimensão. Ao chegar o cobrador do teleférico logo avisa: “você precisará de uma passagem para retornar, então não o perca”.

Ao chegarmos temos a cidade toda destruída e devastada por algo ainda desconhecido. Ao explorarmos vários ambientes do mapa vamos entendendo cada vez mais que tudo aquilo é uma dimensão criada por medos, inseguranças e  tudo aquilo que o bullying pode fazer a uma criança que ainda está descobrindo o mundo e até mesmo se conhecendo. Toda a destruição mental e vivências são mostradas naquele ambiente que simula a área escolar, que é a mais presente na vida de Emily, sendo xingada pelos corredores, banheiro e lanchonete, em que vemos toda essa representação por bonecos articulados e pichações nas paredes.

Toda a exploração também é seguida por puzzles e momentos que precisamos matar algumas criaturas. Não temos armas brancas ou de fogo, são  itens simples como uma lanterna, já que as criaturas têm problemas com a luz por conta de sua pele cheia de bolhas. Mas também nem sempre será necessário matar eles, sendo possível passar de maneira silenciosa e sem chamar atenção, em que usaremos latas de refrigerante como distração. 

Decarnation | O lado obscuro da mente humana

A captação de áudio é ótima, principalmente se você utilizar fones ao jogar, dando ainda mais profundidade durante a exploração. Os sons emitidos pelas criaturas às vezes acabam sendo perturbadores, dando uma sensação de medo. Sem contar que toda a ambientação que nos deixa receoso e momentos que levamos um susto, mesmo que leve, mas que por dois momentos me fez pausar o game e respirar. A trilha sonora não é chamativa, não ganhando praticamente nenhum destaque. Já a dublagem e vozes escolhidas combinam muito com os personagens que contêm voz no cenário, que é apenas as duas meninas, os bullys e o velho da bilheteria.

O tema contato durante a história é pesada, não apenas se tratando de bullying, mas falando  de um cenário comum Norte Americano dentro das escolas com crianças tão novas. infelizmente ainda é um tema que precisa ser contado e debatido, principalmente hoje que vemos um grande destaque que gera violência dentro do ambiente por conta desses casos. A falta de ajuda e atenção de quem sofre pode levar a casos extremos muitas vezes, não apenas machucando outras pessoas mas machucando apenas a si mesmo, como pode ser o caso de Emily se Sally não aparece para resgatá-lá

Entendemos melhor a situação por meio de diários encontrados, não apenas de Emily, mas de outras pessoas que também ficaram presas naquele submundo de escuridão por conta de algo semelhante, não necessariamente apenas o bullying os leva para lá, mas outros tipos de infelicidades com a vida. E até mesmo durante a jogatina encontramos fragmentos de coração que usaremos para libertar essas pessoas que pelo tempo acabam sendo petrificadas e entendemos melhor sua história.

O único problema que senti no game que em certos momentos me tirava da trama era quando algumas cut scenes invés de se manterem no modelo 3D do game acabavam ficando no modelo de cartoon, tirando todo o sombrio do momento para algo parado só com imagens e as vozes do diálogo. Para esse tipo de história talvez não seja a melhor opção, que acaba misturando dois elementos tão diferentes que podem te tirar daquele momento de tensão que a personagem está vivendo.

“GYLT” é um game talvez um pouco datado e que demorou muito para sair em outras plataformas, por ser algo exclusivo da falecida Google Stadia, mas que contém uma história necessária ainda para os dias de hoje. Alguns detalhes podem incomodar aqueles que desejam um design perfeito, mas se focarmos apenas na história, toda a experiência terá valido a pena.

GYLT se encontra disponível para PS5, PS4, Xbox One, Xbox Series X/S e PC.

Escrito por Guta Cundari

Do cinema para o jornalismo. Amante de filmes e games, fã filmes de terror trash e joguitos que duram meses. As Premiações pelo mundo todo que me aguardem e os noobs que sofram.

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