in

O protagonismo e a sexualização feminina nos games

O mundo dos games era dominado e feito para o homem, já que durante décadas falaram que meninas não deveriam brincar com isso, mas apenas com bonecas. Felizmente o mundo foi mudando, ganhamos espaço nesse meio e atualmente ocupamos mais que a metade do público que joga videogame. Sendo um problema para alguns homens que achavam absurdo a mulher nesse ambiente “seguro de poder”. Lembrem-se que estou falando que alguns são assim, então não fique dodói, mas se a carapuça servir, daí não tenho culpa de nada.

Minha intenção aqui é falar um pouco sobre a forma que as mulheres eram sexualizadas para chamar atenção do público alvo (homens), e como isso foi mudando com o tempo – alguns gostando da forma que foi apresentada ou não.

Leia mais: Porque o protagonismo feminino incomoda tanto os homens

O protagonismo e a sexualização feminina nos games
Sabemos bem o motivo de todos adorarem “Tomb Raider”

Uma das grandes protagonistas adorada pelos homens foi Lara Croft em “Tomb Raider”, que por muitos foi comparada com a versão feminina de Indiana Jones. Até entendo a comparação mas acho injusta, afinal Lara é bem mais interessante. A morte de seu pai por conta do trabalho e seu interesse pela mesma área era o que chamava a atenção. Uma personagem forte e que poderia fazer muito mais que os homens de outros games de ação por aí. Pensando em um período próximo, temos o mundo apocalíptico de “Resident Evil” que se inicia por um erro da Umbrella Corps. Mesmo com personagens masculinos muito interessantes, nada se compara quando jogamos com Jill Valentine, Claire Redfield e Ada Wong. 

Claro que esses não eram os únicos games com personagens femininas marcantes. Tivemos uma lista bem extensa em Mortal Kombat, Street Fighter, Soulcalibur e Final Fantasy – vamos manter esses como principais já que sempre foram pontos altos nesse quesito – que criaram personagens interessantes e todos pagavam um pau para elas. Algumas ganhavam um pouco mais de protagonismo, como é o caso de Final Fantasy, mas em games de luta era sempre uma sensação divina, mas infelizmente não de forma positiva.

Lembrando novamente, estou pegando apenas alguns exemplos para te ajudar a entender a situação e evitar agressões desnecessárias de ódio pela internet. Essas mulheres em seus games, seja protagonizando ou não, marcaram uma época extremamente machista em que as personagens femininas poderiam ser ainda melhores que os homens. Muitos acharam interessante de forma muito positiva e outros apenas querem se satisfazer sexualmente com os pixels colocados na tela, algo que não é muito bacana. A culpa não é apenas dos homens que compravam os jogos, mas também das empresas que faziam com essa total intenção, já que só dessa forma os jogadores iriam até a loja adquirir o game. Até hoje, muitos falam que criam pacotes de roupas mais “sexys” para certas personagens de games com a extrema intenção de chamar a atenção do público masculino, afinal eles só querem o peito saltando na tela e uma personagem que eles podem olhar e falar que é linda seguindo os padrões da sociedade.

Leia mais: O que podemos esperar de ‘Cyberpunk 2077’

O protagonismo e a sexualização feminina nos games
O decote maior que a cabeça diz tudo

Mas agora vamos fazer uma pequena viagem para os dias atuais. Nós mulheres sentimos que as representações de quem realmente somos fica cada vez mais em alta, sendo algo natural e não simplesmente para vender de forma sexual. Exemplo disso, é Aloy em Horizon Zero Dawn, Max e Chloe em Life is Strange, Alyx Vance em Half Life, Clementine em The Walking Dead Game da Telltale e a lista cresce, graças a Deus que ela cresce. Fico feliz que as mulheres podem não só ver e jogar com personagens que são fortes, já que antigamente elas já eram, mas que não precisam ficar sem roupa para venderem o produto. Sempre que vejo um jogo anunciado com uma personagem totalmente vista eu sinto meu coração aquecer de felicidade de uma forma inexplicável.

Suas histórias serem contadas de forma natural e incentivar ainda mais mulheres, sejam elas jovens ou com mais idade a gostarem de videogame é algo único e que demorou um tempo para chegar nesse ponto. Somos protagonistas de uma história de forma respeitosa e que não apela, até mesmo quando não somos protagonistas, mas podemos nos enxergar naquela figura que está ali próxima também faz uma grande diferença na vida. Acredito que algumas pessoas possam discordar da minha opinião sobre isso e acho super compreensivo, mas continue lendo que vai valer a pena.

O protagonismo de uma personagem feminina às vezes pode ocorrer de forma indireta, como é no caso de Clementine em TWD Game e Ellie em TLOU. Ambos controlamos o personagem masculino em primeiro momento, sendo eles Lee e Joel, mas que na realidade, ambos estão ajudando e acompanhando como nós o crescimento e a importância que ambas as garotas têm dentro da história, sendo assim as reais protagonistas cada uma em seu respectivo jogo. Vamos com um exemplo recente e que está em alta no momento, principalmente por ser um dos meus games favoritos dessa vida, The Last of Us – Parte 2.

Leia mais: 11 filmes para quem curtiu ‘The Last of Us’

O protagonismo e a sexualização feminina nos games
Essa cena <3

Leia mais: The Last of Us – Parte 2 | O vazio de uma vida violenta

Muitos hoje, infelizmente, ainda se incomodam com a força que uma personagem feminina pode trazer para uma história e sabemos que darão todas as desculpas para não gostar como foi no caso de TLOU2: “ah estragaram a história tirando o melhor personagem“, “Transformaram meu game em malhação“, “Não me incomodo por ela ser mulher e homossexual, só me incomodei que a história não faz sentido“.

Adorei ler cada uma das desculpas que as pessoas deram por aí, já que se eu falar que foram só homens que comentaram isso estarei sendo “heterofóbica”, pelo menos foi isso que escutei de um homem hétero pela internet e que isso está virando moda. Vai entender não é mesmo, afinal não é ele que está sendo machista e homofóbico, o problema são as mulheres se vitimizando. E mostrando como as pessoas não estão lendo nada pela internet, apenas lendo o título da matéria. 

Mas não vou ficar me estendendo ou explicando o que foi TLOU2, afinal não é para isso que estou aqui e já fizemos texto explicando sobre o novo game e o que achamos. Para não me alongar demais falando, já que muitos não vão nem chegar até o final do texto e falo isso com tranquilidade, mas quem chegar já aviso que você merece um parabéns por ser um dos poucos que ainda gostam de ler e se informar. 

Resumindo toda nossa conversa por aqui, o protagonismo feminino sempre existiu mas não da maneira correta – o que foi um ponto alto em “Metroid” ao descobrir que Samus Aran era uma mulher. Isso aqui não é papo de feminista, mas sim de uma mulher que gosta do mundo dos games – e sabe que não é só aqui que rola essa relação tóxica com os homens – mas que está na luta para mostrar seu ponto de vista e ensinar de forma tranquila o que está acontecendo e muitos estão ignorando para manter a pose. E ainda ficam dizendo por aí que a mulher é o sexo frágil, tá bom então. Não só deem mais chance para essas personagens, mas pare de olhar apenas para um em específico e veja tudo de uma forma total, afinal você pode amar o Joel, mas qual o motivo de odiar a saga da Ellie e da Abby? #reflita

Quer comprar jogos com um belo descontão e ainda por cima ajudar o Proibido Ler? Selecionamos ótimas dicas de games na Amazon e a maioria com frete grátis para clientes prime. Clique aqui e pegue aquele game que está faltando na sua coleção. E venha nos conhecer em nosso canal da Twitch.

Escrito por Guta Cundari

Do cinema para o jornalismo. Amante de filmes e games, fã filmes de terror trash e joguitos que duram meses. As Premiações pelo mundo todo que me aguardem e os noobs que sofram.

Comentários

Deixe uma resposta

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Loading…

    Space Force | Comédia pé no chão para assistir rapidamente

    Space Force | Comédia pé no chão para assistir rapidamente

    Alta Fidelidade (2000) | Você tem um pouco de Rob Gordon nas veias

    Alta Fidelidade (2000) | Você tem um pouco de Rob Gordon nas veias