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Porque o protagonismo feminino incomoda tanto os homens

Esse ano tivemos o lançamento de “The Last Of Us Part 2” – que por acaso já tem review por aqui – que não só deixou muitos gamers felizes, mas que infelizmente mostrou a verdadeira face de outros por aí –, e que por conta disso não podemos chamá-los de gamers e sim preconceituosos machistas.

Muito foi dito sobre o game: “como a empresa pode investir em um jogo que mostra mulheres e lésbicas”; “estragaram meu jogo com um protagonista incrível”; “o roteiro é extremamente sem sentido com a proposta com personagens fracas”; e muitos outros comentários que sinceramente tenho vergonha de colocar aqui de tão absurdo.

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Não é de hoje que personagens femininas recebem esse tipo de crítica sem sentido, principalmente quando ganham uma atenção maior que personagens masculinos por aí. Se fizermos uma pequena lista de games sabemos muito bem que pelo menos 75% deles só funcionam bem por conta das mulheres presentes – seja ela protagonista ou até mesmo secundária. Um ótimo exemplo disso é a franquia Uncharted, mesmo que Nathan Drake seja incrível, sabemos bem que quem faz tudo no rolê é Helena. Ela é quem realmente brilha durante a campanha quando está presente. Já após o quarto game da franquia, eles tiveram a brilhante ideia de lançar “Uncharted: The Lost Legacy” em que temos a chance de jogar com Nadine e Chloe, trazendo um brilho diferente para a trama, mesmo que com poucas horas de duração – igual foi feito com “TLOU Left Behind”.

Não só as personagens femininas incomodam os homens nas telas, mas também aqueles que tem uma opção sexual diferente fazendo parte da comunidade LGBTQIA+. Muitas empresas já apresentam faz um bom tempo personagens que representam a comunidade, por exemplo, Mass Effect, Life is Strange, Apex Legends, Overwatch e a lista só cresce. O lançamento de TLOU 2 está ajudando a mostrar como a nossa geração infelizmente é atrasada, homofóbica e machista, que acha que o mundo pertence aos homens héteros. Sinto lhe dizer querido, mas isso é uma grande mentira faz tempo, afinal ninguém suporta mais ver o mesmo roteiro chato do homem se aventurando e salvando a moça que é mais inteligente e acaba se tornando apenas um interesse afetivo.

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Antes que comecem a me xingar ou falar “ah é apenas mais uma feminista homossexual querendo lacrar em cima do assunto”, tudo que está rolando é muito maior que seu ego amigo, a questão não é lacração, mas apenas uma questão de cérebro e bom senso.

Já me sentia bem irritada com certos comportamentos e comentários que escutava de colegas que tinha no passado e até eu mesma passei, mas esse ano conseguiu se superar principalmente depois do lançamento oficial de “Valorant”, da Riot Games. O jogo é muito divertido, mas a comunidade tóxica que saiu de League of Legends e foi para Valorant e infelizmente estragou a jogatina em vários níveis.

Tive a experiência de jogar ainda na beta com código da empresa, e fiquei frustrada com o que passei apenas por ser a menina que jogava mil vezes melhor que os homens do time. Não vou generalizar, já que muitos homens têm salvação ou já estão salvos por terem a consciência de que o mundo mudou.

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Não quero me extender, afinal sabemos que o mundo prefere ler aquilo que lhe convém e não o que realmente importa, pois ler a verdade é algo difícil mesmo. Mas só para deixar claro para aqueles que tanto reclamaram que TLOU 2 deveria ganhar uma história diferente, reclamando que Ellie é a protagonista e não o Joel, sinto muito! Você não entendeu a história e nem a mensagem que ela quer passar. Que te lembrar também: nós controlamos Joel no primeiro game, mas a real protagonista é Ellie, então só aceita que dói menos.

Pare de propagar o ódio na internet, seja consciente, apoie os movimentos, o crescimento das mulheres e comunidades dentro dos games que é algo muito importante, não só para mim mas várias pessoas pelo mundo que podem se identificar ao ligar um videogame. Pare com essa ideia de petição para fazer uma nova história por não ter deixado seu ego de “macho” feliz, principalmente em pleno 2020, na qual as pessoas ainda não aprenderam a ter tolerância e respeitar uns aos outros.

Crie consciência, quem sabe assim você consiga sobreviver ao apocalipse zumbi no futuro, mas já deixo BEM claro que não pretendo te ajudar se continuar agindo assim.

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Escrito por Guta Cundari

Do cinema para o jornalismo. Amante de filmes e games, fã filmes de terror trash e joguitos que duram meses. As Premiações pelo mundo todo que me aguardem e os noobs que sofram.

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