Dominique Rocha O que você lembra de “Superbad – É Hoje” (2007)? Não muito? SEM PROBLEMAS.
Estou aqui para te guiar numa brisa muito pessoal que tenho assistindo filmes. Quem nunca tirou um produto de mídia de seu contexto para poder ressignificá-lo?
A série “Lovecraft Country” fez isso muito bem, transformando uma obra que fomenta um pensamento pseudo-científico sobre o racismo em algo que levanta essas discussões e as trata com muito cuidado.
“Superbad – É Hoje” foi a minha vítima de hoje e vou relembrar essa maravilha de 2007 e checar as minhas “5 Lições de vida que tirei do filme”.
Não esconda coisas importantes por medo de magoar alguém
Eu poderia simplificar essa como “não minta,” mas não faria justiça a profundidade dessa questão. Embora algumas mentiras sejam importantes para o nosso dia a dia para poupar as pessoas de nossa opinião sincera sobre temas sensíveis, suas implicações são um pouco diferentes de esconder algo.
Em “Superbad – É Hoje”, Evan (Michael Cera) esconde de Seth (Jonah Hill) que iria dividir quarto com Fogell (Christopher Mintz-Plasse), A.K.A Mclovin, na faculdade. Mesmo que pareça ser uma coisa pequena, podemos trazer para nossa realidade.
Como quando escondemos de nossos parceiros temas importantes do passado e quanto mais o tempo passa, mais nos sentimos culpados e mais zangados aqueles que tiveram os fatos escondidos se sentem.
O assunto vem à tona para Seth num momento que os nervos já estavam aflorados com Evan por outros motivos, dando ainda mais raiva para a situação.
Se Evan não tivesse medo ou preguiça de enfrentar aquela situação, sua relação com Seth não teria recebido nenhum dano. A situação se resolve bem no fim das contas.
Estamos falando de um filme adolescente. Nem chegamos a levar em consideração que em poucos meses após o final do filme, eles teriam ido para universidades diferentes, exceto por Fogell e Evan.
Não aceite tarefas para impressionar alguém
Simplesmente não vale a pena. Pessoas que valem a pena impressionar já nos reconhecem como importantes e quase toda demonstração é uma realização egocêntrica buscando aprovação. Uau. Acho que preciso abraçar meus pais.
Evan aceita comprar bebidas para Becca (Martha MacIsaac) e a partir dai, a situação foge absurdamente de controle.
Ao se dispor a fazer uma tarefa que não tinha nem habilidade nem meios para realizar, ele se colocou numa situação totalmente fora do seu controle e humilhante para impressionar alguém que não iria se interessar por ele somente pelo favor. Ou ela já estava interessada ou não iria ficar.
Não estou dizendo que toda ação deveria ter um objetivo direto ou egoísta sobre, mas é possível racionalizar um pouco para não fazer papel de trouxa por ai.
Eu aposto que você já aceitou algumas situações somente para impressionar alguém que não te dava a mínima e ela continuou não dando a mínima no fim das contas.
Aceite os desafios pelos motivos certos.
Autoconfiança é Sexy
Acredite ou não, quando você chega com o queixo para cima, ombros para trás, um sorriso no rosto, as pessoas tendem a gostar mais de você.
Não se menosprezar é uma tarefa muito complicada para pessoas com autoestima baixa, como eu, porém o que você acha sobre si mesmo é diferente do que os outros pensarão de você. Tenha isso em mente.
Quando McLovin chega na festa, já não age como o Fogell. Sua moral está alta.
A maneira como ele chega na garota que antes não tinha coragem nem de dizer oi, a conquista. Ele é o único do trio principal que cumpre o objetivo do final do colégio (transar).
Seth e Evan apesar de serem excluídos socialmente, também agem com bastante atitude na última festa do ano e ficam com as garotas que estavam interessados.
Embora a auto-confiança seja muito atraente numa pessoa, sua falta é linha de corte para a maioria das pessoas em TODAS suas relações. Muitos relacionamentos acabam por isso também.
Desejamos encontrar nos outros soluções para nossas próprias inseguranças e, ao nos deparar com pessoas inseguras, vemos a relação como sem propósito.
Ser subestimado não é sempre ruim
Ser subestimado nem sempre é algo que devamos evitar. A resposta é simples: quando as expectativas sobre qualquer coisas são muito baixas, as pessoas tendem a se maravilhar muito mais com os resultados.
Quando Seth e Evan pedem para que Fogell compre as bebidas, eles já partem para um plano B porque já imaginam que ele não conseguirá.
Então ele é pego pela polícia, Seth já imagina que ele não resolverá a situação e partem para o plano B—se desesperaram e tomaram atitudes estúpidas.
O sabor de mostrar uma tarefa bem feita em pouco tempo, ou quando não acreditam na gente é ainda mais gostoso. Tipo como quando seus pais vão revisar uma tarefa que te pediram e não encontram nada ruim para dizer. Doce.
Não seja um babaca
Todos nós temos um babaca dentro de nós, mas é nossa escolha diária deixar ele sair ou não.
Mas este tópico não é para que você perca sua essência, mas sim para que ela não seja TÓXICA.
A pior parte de “Superbad – É Hoje” (2007) para mim são as atitudes de Seth.
Seu personagem é bem machista e as piadas são infantis. Inclusive, a exceção nas atitudes de Evan fazem parecer que a misoginia é escrachada de propósito. O fato dele escolher não transar com Becca, por ela estar bêbada, é um alívio que me permitiu continuar assistindo ao filme.
“Superbad – É Hoje” (2007) teve esse poder em me fazer refletir sobre nossa sociedade. Por diversas vezes, somos pessoas legais, mas nos comportamos pobremente de acordo com quem está próximo a gente.
Opiniões são pessoais, mas temos que ser sensíveis e usar da empatia.
Vale a pena falar alguma coisa que causa somente dor?
E você? Aprendeu alguma coisa assistindo “Superbad – É Hoje” (2007)? Deixe nos Comentários
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