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Cavaleiros do Zodíaco | Alma de Ouro finalmente respeita os Dourados marginalizados

Quando “Cavaleiros do Zodíaco: Alma de Ouro” fora anunciado ainda em 2014 como um arco totalmente original envolvendo ninguém menos que os Dourados – os cavaleiros mais fortes dentre os 88 guerreiros do exército de Atena – como protagonistas, o meu primeiro pensamento foi: tadinho, mais uma vez vão fazer o Aldebaran de trouxa…

Se tem algo que o universo criado por Masami Kurumada era craque, até então, é na forma desbalanceada como aborda o poder dos personagens – e os Cavaleiros de Ouro não fogem disso. Não tem jeito: desde a polarização no debate sobre Saga x Shaka; passando por como Milo é um tremendo tagarela; e culminando nos rankings de poder sobre qual Dourado é o mais forte que todo fã se propõe numa rodinha entre amigos, é fato que Aldebaran de Touro, Máscara da Morte de Câncer e Afrodite de Peixes sempre ocuparam o espaço de personagens mais fracos e lamentáveis de CDZ no imaginário coletivo.

Cavaleiros do Zodíaco | Alma de Ouro finalmente respeita os Dourados marginalizados
Antes de “Alma de Ouro”, Aldebaran só tinha um propósito em CDZ: passar vergonha…

Eu me encaixo no perfil de fã que não dá pano pra manga quando o assunto é sobre os Dourados. Pra mim, não tem quem seja mais forte ou mais fraco. Todos os 12 cavaleiros são igualmente fortes respeitando, obviamente, suas devidas características – o que os torna uma unidade bem plural de forças que defende Atena. Então sim, um Aldebaran da vida vai meter medo no homem mais próximo de Deus.

Só que como sustentar esse argumento se o próprio anime não ajuda? Enquanto Saga dá um verdadeiro golpe no Santuário e pretende desafiar os deuses do Olimpo, assim como Shaka “humilha” – com aspas infinitas – três Cavaleiros de Ouro renascidos pelo poder de Hades, temos, em contrapartida, Máscara da Morte e Afrodite fugindo de medo de Radamanthys à beira dos portões do inferno. E nem preciso falar do Aldebaran sendo derrubado pego de surpresa na primeira cena da saga de Asgard…

Cavaleiros do Zodíaco | Alma de Ouro finalmente respeita os Dourados marginalizados
Não tem nada mais vergonhoso em CDZ do que a cena de Máscara da Morte e Afrodite fugindo de medo de Radamanthys

Tudo isso mudou com a chegada de “Alma de Ouro” em 11 de abril de 2015. Disponibilizado pelo serviço de streaming Crunchyroll, o novo arco se propôs a uma história inicialmente um tanto o quanto forçada para os meus ouvidos: após o sacrifício dos Cavaleiros de Ouro na derrubada do Muro das Lamentações no arco final da Saga de Hades – Inferno, os Dourados acordariam de forma misteriosa em Asgard. Deixarei para abordar de forma mais crítica essa animação num futuro texto – mas, já adianto, que se trata da melhor produção de CDZ desde a Saga de Hades, ousando até em cravar que supera os arcos de Inferno e Campos Elíseos.

O que gostaria de ressaltar aqui é a tremenda redenção que “Alma de Ouro” promove aos três sempre injustiçados Dourados. Quem é fã de Aldebaran, Máscara da Morte e Afrodite pode, enfim, bater no peito e declarar seu amor sem medo de sofrer bullying. Tudo isso é possível pela humanização trabalhada em cima dos protagonistas da história que se passa em Asgard. Com isso, temos um olhar diferenciado de cada Cavaleiro de Ouro.

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Cavaleiros do Zodíaco | Alma de Ouro finalmente respeita os Dourados marginalizados
Máscara da Morte bêbado é o retrato de um personagem complexo, decadente em espírito mas, ainda assim, um cavaleiro de Atena

Dos três citados, Aldebaran e Máscara da Morte ganham desenvolvimentos incríveis como personagens. Trata-se de uma autocrítica que “Alma de Ouro” estabelece diante dos erros passados – e a abordagem não poderia ser melhor possível. O Cavaleiro de Touro, por exemplo, é relembrado de forma muito vergonhosa sobre como ele caiu duro lá no início da Saga de Asgard numa cena de arrancar risos protagonizada pela fala totalmente indigesta de Dohko de Libra direcionada ao nosso representante brasileiro em CDZ.

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Cavaleiros do Zodíaco | Alma de Ouro finalmente respeita os Dourados marginalizados
Pela primeira vez em CDZ sentimos a imponência do Touro dourado que vive em Aldebaran

No episódio seguinte, Máscara da Morte também é forçado a encarar seu passado maldito e totalmente mal construído quando, no meio de uma luta, ele assume o rótulo de “pior Cavaleiro de Ouro de todos” quando é provocado pelo seu adversário sobre essa má fama. Antes de exaltar esses Dourados, era necessário sim reafirmar as injustiças criativas do passado para que a redenção tivesse maior significado.

O que também não anula a volta por cima de Afrodite. Logo de cara, o fã do Cavaleiro de Peixes é levado a, mais uma vez, lamentar a forma como o guerreiro mais belo do exército de Atena fora utilizado no anime. Por mais que o contexto era inegável, envolvendo ainda a principal ameaça de “Alma de Ouro“, a saída precoce de Afrodite teve aquele sabor azedo. Estou dando um leve spoiler, mas quem assistir “Alma de Ouro” também vai captar que o retorno dele seria inevitável em dado momento da trama. Então a “morte”, se assim posso denominar, não seria pra valer.

E é aí que entra o grande gancho da até então inédita produção: dentre os três Dourados marginalizados, a redenção de Afrodite acontece exatamente no ponto mais alto de reviravolta da história – e de um jeito avassalador. Eu nem sou fã dele, mas o que berrei quando, já no último arco da saga, o roteiro materializa em Afrodite as devidas amarras pra dar sequência à grande batalha final não foi pouco. Berrei e aplaudi horrores. Era a ação necessária para você também colocar o Cavaleiro de Peixes no seu devido lugar de respeito mesmo sem ter rolado o aprofundamento no personagem até àquela altura do enredo.

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Cavaleiros do Zodíaco | Alma de Ouro finalmente respeita os Dourados marginalizados
Não é exagero nenhum dizer que não teríamos Alma de Ouro sem Afrodite

Dessa forma, “Alma de Ouro“, finalmente, respeita os Dourados até então sempre marginalizados e traz Aldebaran, Máscara da Morte e Afrodite de volta ao protagonismo. Eles sempre foram poderosos, o problema, porém, estava na abordagem covarde e fraca por questões de um roteiro mal estruturado. Trata-se de um serviço para todos os Dourados, mas, principalmente, para o trio injustiçado no senso comum.

Dica de ouro: a inspiração do texto veio em meio ao evento que AINDA ESTÁ ROLANDO de Cavaleiros do Zodíaco nos cinemas. Isso porque “Alma de Ouro” entrou em pré-venda para DVD e blu-ray com dublagem totalmente brasileira.

Dessa forma, a PlayArte promoveu exibições especiais nas telonas de São Paulo e Amazonas para que os fãs pudessem desfrutar de “Alma de Ouro” de um jeito bem marcante. São dois finais de semana, sendo que o primeiro (dias 25 e 26) já rolou, mas ainda dá tempo de você se programar e ver as últimas sessões (dias 1 e 2).

Para mais informações, basta clicar aqui! Eu estive presente no último fim de semana e, garanto, que vale SUPER a pena participar dessa convenção especial – ainda mais se você for fã de Aldebaran, Máscara da Morte ou então Afrodite!!!

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