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Resenha – One-Punch Man | Um soco e muito mais

A Panini Comics através do seu selo Planet Manga, finalmente publicou a primeira edição de uma das obras mais esperadas dos amantes da cultura pop japonesa, One-Punch Man. Sim, o mangazinho do carinha que dá um soquinho e acaba com tudinho… aff chega de diminutivos. Essa obra é FE-NO-ME-NAL. Com argumento de One e arte de Yusuke Murata, One-Punch Man foi publicada no Japão pela Sueisha, mesma revista de Dragon Ball e One Piece. One lançou primeiramente sua obra na internet, ou seja, One-Punch Man era uma webcomic, ele mesmo desenhava e roteirizava. Os desenhos não eram lá aquelas coisas, mas a história era tão foda que a galera pegou gosto pelo personagem e One-Punch Man acabou fazendo tanto sucesso que virou mangá. Mas para tornar o mangá mais prazeroso, One chamou Yusuke Murata, que trabalhou com ele em Dangan Tenshi Fan Club, em 2012, e Eyeshield 21 para desenhar suas histórias, afim de não sofrer o mesmo que sofreu com a webcomic e assim, atrair mais leitores também.

resenha-one-punch-man-um-soco-e-muito-mais4One-Punch Man conta a história de Saitama, um ser humano normal, outrora desempregado, que lutava dia após dia para encontrar um emprego e continuar vivendo uma vida comum, como todo japonês. Durante o ataque de um ser alienígena contra uma criança de queixo-duplo (sim, queixo-duplo!), ele apanha o suficiente para querer proteger o garoto, ao ponto de – mesmo sendo totalmente normal – derrotar o ser estranho, que nada mais era que um caranguejo mutante de bermuda, irritado pelo simples fato do garoto ter pintado mamilos de canetinha em seu casco. A partir daí, Saitama passa a treinar por três anos e seus cabelos caem, ficando totalmente careca, entretanto, muito poderoso, sendo capaz de derrotar todos os vilões com apenas UM SOCO! Ele se tornou um herói por hobby, mas isso automaticamente o remeteu a uma vida sem graça, onde tudo é resolvido facilmente com apenas um soco.

A cidade onde Saitama vive, chamada “Z” – que vai lembrar muito aquelas cidades que são destruídas por inimigos gigantes dos tokusatsus –  é um lugar que sempre sobra para ele acabar com o inimigo quando a vontade lhe convém. Dessa forma mesmo e  muito sem graça por sinal,  ele está sempre preocupados com outras coisas durante o combate do que o próprio combate em si, por exemplo, enquanto ele dá um soco aqui e outro ali ele se preocupa com as roupas que deixou no varal quando começa a chover, do que em vencer ou não o inimigo.

One-Punch Man é um mangá extremamente engraçado e muito, mas muito bem feito. Eu tenho ficado maravilhado com a cultura pop japonesa, pois estou conhecendo tanta coisa boa que me arrependo amargamente de ter deixado ela de lado por mais de uma década. A última vez que eu comprei um mangá e tive aquele prazer na leitura, a Conrad ainda publicava Evangelion. Mas alguns mangás que tenho resenhado no PL recentemente, tem me dado boas horas de prazer, e sim, One-Punch Man fez isso consideravelmente bem. Eu ria demais com as pérolas que o Saitama soltava quadro a quadro.

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Tudo parece ficar ainda melhor, quando em um dos momentos da história, Saitama está divagando sobre o quão tedioso é sua vida e comparando a derrota de cada inimigo dele com a sensação que ele tem ao matar um mosquito. Pois quando matamos um mosquito não sentimos nada e, é essa sensação que ele tem ao derrotar um inimigo. Mas enquanto ele está falando isso, a cidade está sendo infestada por mosquitos e a situação está tão grave, que o governo decreta estado de calamidade nível “OGRO”. Saitama dá risada da situação, e começa a perseguir um dos mosquitos que estava atazanando a sua vida, a raiva dele para com o mosquito é tanta, que ele sai na rua atrás do inseto e quando está decidido acabar com ele,  Saitama encontra um ciborgue chamado “Genos” lutando contra a vilã que está causando a infestação de mosquitos na cidade. Genos está decidido a acabar com ela, para isso usa todas as armas que tem a seu favor, chega até incinerar um quarteiro todo numa espécie de inseticida contra insetos gigantes, nessa hora, Saitama é só um espectador, e no meio do golpe ele acaba ficando pelado, Genos está totalmente destroçado pelo pau que tomou do insetão e sem mais nem menos, para acabar de vez com tudo, Saitama aka peladão, dá um “pedala robinho” na vilã e acaba com tudo. Genos não acredita no que vê e se impressiona com o que aconteceu, e por isso começa a dizer que quer se tornar um dos discípulos de Saitama.

Esse é apenas um dos momentos engraçados do mangá, e pode ter certeza que tem vários outros, onde a graça está garantida.

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One-Punch Man apresenta um argumento simples e sofisticado, que mescla momentos cômicos com o drama de Saitama em achar tudo um porre. Não tem como dizer outra coisa dessa história a não ser fenomenal. Yusuke Murata, por sua vez, consegue entregar uma arte que casa muito bem com a história, é incrível a sensação de velocidade e profundidade que ele dá em algumas cenas.

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A forma simples como é desenhada o protagonista, funciona de forma perfeita. Saitama tem um desenho bem genérico, um personagem careca, usa uma capa e luvas que lembram muito aquelas que minha mãe usa na cozinha, e essa simplicidade deixa tudo melhor. As onomatopeias, algo que me incomoda muito em alguns mangás,  segue como outros títulos que tenho lido da Panini, mantida as originais, mas com a tradução bem sutil delas logo abaixo da original. Palmas para o editor, Bruno Zago, que também é do Pipoca e Nanquim, que tem mandado muito bem nesses detalhes.

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Esta edição está em capa cartão, foi mantido a capa original com todos os detalhes inclusive nas orelhas, foram incluídos também os detalhes da obra original na capa de baixo e também alguns extras. Além do glossário que é muito importante para quem tem dificuldade em entender alguns termos, pois na maior parte deles foram mantidos os originais.

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One-Punch Man é um mangá sensacional (acho que já falei isso né?), divertido, que te prende facilmente a leitura e que vai dar aquela aliviada em leituras mais sérias e que possa exigir um nível de concentração maior. Um dos pontos importantes que o autor traz como reflexão, se volta aos objetivos que tanto buscamos na vida. O que vem depois de alcançar determinado objetivo? O que faremos depois disso? Como lidar com o vazio? Enfim… esse é uma das coisas que vem no conjunto além de todas as  outras coisas legais.

Inclusive, existe o anime de One-Punch Man que teve sua primeira temporada finalizada no Japão ano passado, e que você pode ler a resenha da primeira temporada anime de One-Punch Man aqui.

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A periodicidade do mangá é bimestral e cada exemplar custa R$16,90 e pode ser adquirido diretamente na nossa loja parceira LIGA HQ! que envia para todo o país com frete grátis independente do valor de compra.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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