Depois que a Disney descobriu que versões em live action eram lucrativas, passou a lançar versões de seus maiores sucessos das animações. Obras como “O Rei Leão” (2019), “Aladdin” (2019) e “Cinderela” (2015) são exemplos que se consagraram em bilheteria e público. Entretanto, a empresa do Mickey queria mais, muito mais. O que não falta são opções de filmes que podem ganhar uma versão em live action, né? E assim surgiu “Mulan”, uma de suas melhores animações dos anos 90.
Dirigido por Niki Caro, a adaptação de “Mulan” carrega algumas coisas do desenho, mas a escolha criativa decidiu tomar outro rumo e apostou muito mais em uma releitura, sendo que a história segue a lenda milenar chinesa.
A empresa apostou tanto nessa visão e até no mercado chinês devido ao alto retorno financeiro, só não contou mesmo com a má sorte da pandemia. O filme teve que ser lançado apenas no mercado digital e especificamente na plataforma da empresa, o Disney+, que vai chegar no País só em novembro. Por causa disso, o filme perdeu um dos grandes atrativos que é a experiência de assistir em um cinema.
Na história, Mulan (Yifei Liu) é uma mulher desbravadora e amante de artes marciais, entretanto, não gosta muito de seguir a cultura de seu povo, especificamente o casamento arranjado, ainda mais que sua voz como mulher não é ouvida nessa sociedade.
A jovem quebra as barreiras culturais de seu povo ao fugir e ocupar o lugar de seu pai (Tzi Ma) que está machucado e foi convocado para a guerra. Mulan se passa por um homem para poder burlar as leis que a restringem de ocupar um cargo no exército. Nessa jornada, ela não irá batalhar apenas para manter sua descrição, mas para assumir a força que existe dentro de si.
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Para quem espera uma adaptação fiel a animação, logo aviso que a decepção é certa. Tanto o roteiro, como a própria narrativa, optaram por seguir outros caminhos como mudanças drásticas em arcos de personagens e mudanças na história, como é o caso de excluir o dragão Mushu.
O filme quis se prender aos ensinamentos da própria lenda, visto que sua história prioriza a família, no sentido de legado e de honra, por mais que Mulan queira se autoafirmar em uma sociedade machista, a personagem faz isso sem querer causar uma desonra para sua família. Todas as suas ações são pensadas e executadas para não decepcioná-los.
Em uma necessidade de ser um produto diferenciado, “Mulan” não apela para sacadas cômicas e nem mesmo canções inesquecíveis. Pelo contrário, o filme quer seguir um caminho de algo épico e que e enalteça sua grandiosidade.
“Mulan” tem um ar estrangeiro e oriental, apesar de sua produção americana, a fotografia ressalta essa peculiaridade, até mesmo as coreografias com as peripécias e piruetas que você apenas reconheceria e entenderia em filmes do gênero.
A única derrapada de “Mulan” está na direção de Niki Caro, sua maneira de conduzir e abordar a narrativa se perde por não dar profundidade a muitos personagens interessantes.
“Mulan” cumpre seu papel em ser um live action diferente do produto original que visa atingir e quebrar barreiras com uma mensagem não apenas pensando no público ocidental, mas claramente no oriental. No fim, temos aqui um filme competente.
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