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HQ do Dia | Captain Marvel #1

Nos últimos 4 anos os fãs da Marvel presenciaram a ascensão estratosférica (literalmente) de uma de suas heroínas com o passado mais confuso – Carol Danvers.

O trabalho de formiguinha feito pela autora Kelly Sue DeConnick nos dois últimos volumes de “Captain Marvel” elevou a personagem ao status de “peso pesado” na editora e definiu uma personalidade marcante e icônica para esta nova Capitã, além de carregar a bandeira do tão badalado empoderamento feminino em uma mídia tradicionalmente tão machista como os quadrinhos de super heróis.

Em 2016, Carol Danver é “isso tudo aí” mesmo para os fãs da Marvel: Heroína com abrangência cósmica, líder das equipes mais populares da editora e símbolo de superação femina. Tudo embrulhado em um lindo pacote loiro que pode partir asteroides em milhões de pedacinhos com um simples soco.

Então o que o chamado “Carol Corps” poderia querer? Bom, com a saída de DeConnick do título e a advento da nova Marvel pós Guerras Secretas, os fãs da Capitã Marvel ganham mais um presente neste novíssimo volume do gibi da moça: Agora quem assume o roteiro do título são as “showrunners” e autoras do aclamado seriado baseado nos quadrinhos da Marvel, “Agente Carter” – Tara Butter e Michelle Fazekas estão na casa.Captain-Marvel-1

Com a mudança de equipe criativa e o começo de uma nova “temporada” no gibi da Capitã, logicamente temos algumas novidades. A primeira mudança é o retorno da personagem para o espaço (onde ela claramente se sente muito mais confortável e seus roteiros funcionam melhor). Carol é recrutada para liderar a nova iniciativa orbital de proteção do planeta Terra contra ameaças extra-terrestres. O grupo é batizado com o nome da tradicional equipe Canadense de super heróis, a Tropa Alfa e conta com 3 membros originais: Pigmeu, Aurora e Sasquatch, além de toda a infra-estrutura que uma estação espacial em baixa órbita pode contar e a presença sempre marcante da agente Abigail Brand.

No entanto, as novidades não são tão novas assim… A nova Tropa Alfa funciona praticamente da mesma forma que a antiga E.S.P.A.D.A. – Aquela organização derivada da S.H.I.E.L.D. e voltada para gerenciamento de tretas espaciais no universo Marvel, lembram? Então, estamos de volta a uma mega estação espacial cheia de agentes genéricos monitorando e interagindo com uma porção de povos alienígenas diferentes. Carol continua a mesma casca grossa de sempre e o espaço é seu parquinho de diversões no qual ela é a xerife e manda. Nada de novo, né?

Nesta primeira edição vemos a Coronel Danvers chegando às instalações da Tropa Alfa e descobrindo mais ou menos como será seu emprego como gerente de uma organização deste tamanho. O roteiro de Butter e Fazekas é guiado por caixas de texto em primeira pessoa nas quais enxergamos tudo pelos olhos da protagonista. Nada muito inovador ou fora da caixa. A primeira edição tem bastante exposição e uma preparação de arco com muito pouco impacto. Sim. Todos adoramos a Tropa Alfa, as interações entre Carol e o resto do elenco funcionam, mas ainda não há o gancho que vai fazer você gastar uma grana querendo saber o que vai acontecer aqui. Portanto, ao menos que você seja apaixonado pela personagem, provavelmente vai ler isso e esquecer meia hora depois. Isso não se deve a falhas no trabalho das autoras. A primeira edição é muito bem escrita, movimentada e tem ótimos diálogos, mas falta aquele elemento estranho na mistura, aquilo que nos faz querer ler e saber mais.

A arte de Kris Anka foi escolhida na medida certa para este tipo de gibi. Nem muito detalhada e nem rascunhada demais, o ilustrador entrega cenas de ação eficientes no espaço, caracterização muito personalizada deste elenco, fluxo de quadros dinâmico, mas sóbrio e uma apresentação no geral sem falhas para esta estreia. Assim, como o roteiro no entanto, os desenhos não tem nada de embasbacante. O trabalho de Anka aqui é extremamente bem feito, consistente e uniforme, mas totalmente funcional e sem indulgências ou destaques para cenas específicas.

Este novo volume de “Captain Marvel” foi feito para quem já era fã da personagem. A Marvel tem um gibi que vende bem e sabe disso. Portanto, não há nenhuma jogada arriscada no roteiro, mudança radical de status quo ou formato da protagonista. Os fãs ganham de presente uma dupla de roteiristas em ascensão e que são claramente capacitadas para o serviço, além de uma equipe de arte extremamente competente. No entanto, a estreia fica nisso. Uma história com muita apresentação e exposição, um pouco de ação com bons diálogos e a ausência de algum gancho mais atraente. Talvez o material evolua daqui para frente, mas para um leitor de primeira viagem isto aqui não será suficiente para convencê-lo a entrar para o “Carol Corps” imediatamente.

Leia também: HQ do Dia | Guerras Secretas #9

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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