Do entretenimento aos cyberatletas, o crescimento dos eSports
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Do entretenimento aos cyberatletas, o crescimento dos eSports

A formação de novos gamers e os novos jogos estão moldando um novo cenário

Você sabia que em 2020 o mercado dos esportes eletrônicos quebrou a barreira dos bilhões de dólares? Fora isso, por acaso já te contaram que o Brasil é um dos três maiores públicos de eSports? Pois é. Tudo isso é realidade. O crescimento dessa modalidade esportiva, que até pouco tempo era considerada por muitos apenas entretenimento, vem atingindo uma velocidade cada vez maior e já se tornou impossível ignorar o tamanho do mercado e as cifras milionárias envolvendo os esportes de games.

Através das últimas décadas diversas mudanças sociais, tecnológicas e comportamentais estimularam o nascimento de games cada vez mais interativos e competitivos. As pessoas que antes jogavam sozinhas em suas casas, ou em grupo no mesmo console ou computador, de repente podiam jogar online, interagindo e competindo com jogadores de todo mundo. Daí para o surgimento dos chamados eSports ou Esportes Eletrônicos foi um pulo.

Bem estruturados e com premiações milionárias, os campeonatos de eSports são hoje em dia assistidos por milhões de pessoas espalhadas por todo o planeta. No ano passado, segundo a Newzoo, a audiência dos campeonatos de eSports foi de cerca de 450 milhões de pessoas, tendo um crescimento de em média 12% em relação ao ano anterior, 2018. Já em 2020, o segmento estima atingir a marcar de 495 milhões de pessoas, projetando um crescimento novamente de cerca de 12%.

Do entretenimento aos cyberatletas, o crescimento dos eSports

Em termos de valores distribuídos em premiações o site Esports Earnings, voltado para eSports, afirma que o DotA 2 é no momento o principal jogo do mundo em termos de premiação, tendo distribuído entre os competidores mais US$ 200 milhões em quase de 1400 torneios. O Counter-Strike, também conhecido como CS:GO aparece na segunda colocação, com quase US$ 100 milhões em cerca de 5 mil campeonatos disputados. A maior parte desse dinheiro foi arrecadado com a ajuda da comunidade que comprou itens do jogo, por exemplo skins de CS:GO e contribuíram para o prêmio.

A “medalha de bronze” é ocupada pelo mais recente, Fortnite, com cerca de US$ 90 milhões em torno de 550 torneios, seguido pelo League of Legends, também conhecido como LOL, que distribuiu em torno de US$ 75 milhões em mais de 2400 competições.

E não são só as competições que trazem remuneração aos chamados Cyberatletas, grandes contratos de patrocínio também tem sido atraídos pela modalidade. Uma das mais tradicionais equipes do mundo, a Ninjas in Pyjamas por exemplo recebeu um excelente contrato de patrocínio da renomada Betway, site de apostas eSports.

O investimento dessas empresas no mercado de eSports também cresceu exponencialmente. Segundo pesquisa publicada também pela Newzoo, em 2017, aqui na América Latina, as marcas foram responsáveis por cerca de US$ 16 milhões – do total de US$ 24 milhões levantado.

No ano seguinte, em 2018, os investimentos de empresas subiram para cerca de US$ 21 milhões, do total de US$ 31 milhões. Isso representou um crescimento de quase 30%. Para o ano que vem, 2021, são projetados valores que poderão chegar quase ao dobro do que são hoje com empresas sendo responsáveis por US$ 40 milhões do total de receitas de quase US$ 55 milhões.

Do entretenimento aos cyberatletas, o crescimento dos eSports

A evolução do setor mostra que há bastante espaço para se crescer, especialmente aqui no Brasil que já é um dos maiores públicos da modalidade.

Para se ter ideia, no Brasil, a audiência dos esportes eletrônicos chegava a 18 milhões de pessoas em 2018. Este ano, o número já chegou a 24 milhões de espectadores. Uma pesquisa chamada Game Brasil 2020 apontou um crescimento significativo do conhecimento sobre eSports entre gamers brasileiros, com cerca de 65% já tendo ouvido falar em esportes eletrônicos e 44% sendo praticante da modalidade.

Atualmente a Riot Games é responsável por duas das maiores ligas de eSports do país: o CBLOL (Campeonato Brasileiro de League of Legends) e o Circuito Desafiante (Torneio de acesso ao CBLOL), que são transmitidos em diversas plataformas reconhecidas como Youtube, Twitch e até mesmo TV por assinatura, no canal SporTV.

A final do CBLOL do ano passado obteve recordes de audiência, com picos de mais de 300 mil espectadores simultâneos, juntando as plataformas Twitch e Youtube, representando um crescimento de 40% em comparação aos espectadores simultâneos da final em 2018.

Do entretenimento aos cyberatletas, o crescimento dos eSports

Além do CBLOL, a Liga Brasileira de Free Fire, que desde 2019 reúne as principais equipes especializadas no jogo aqui no Brasil, e o Campeonato Brasileiro de Rainbow Six Siege, com 10 organizações na disputa e R$ 500 mil em premiações, são outros dois grandes campeonatos do cenário competitivo nacional dos jogos eletrônicos.

Além disso, os clubes brasileiros de futebol também entraram pesado no setor com grandes equipes montadas por Flamengo, Corinthians, entre outros. Campeonatos outra hora exclusivamente masculinos, vem atraindo também diversas mulheres para essa modalidade.

Em um curto espaço de tempo, o que antes era visto como mero entretenimento, hoje atingiu o patamar de competições esportivas cada vez mais impressionantes envolvendo cifras milionárias para este ramo de negócios. Em alguns países até mesmo as escolas estão adotando o ensino de eSports. O que o futuro reserva? Ainda não é possível prever com exatidão mas é fácil imaginar que em breve teremos tantos atletas talentosos surgindo nos videogames quanto temos atualmente surgindo pelos campos e quadras do planeta. Resta aguardar.

Escrito por Equipe Proibido Ler

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