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HQ do dia | Thanos: The Infinity Revelation

Infinity Revelation é a mais nova OGN (Original Graphic Novel) cósmica da Marvel. O aclamado roteirista e artista Jim Starlin já havia retornado ao universo que ajudou a construir em “Thanos Annual 1” há alguns meses atrás, mas aqui o autor realmente tem o espaço e oportunidade de escrever uma saga épica protagonizada pelo Titã louco.
Segundo recentes entrevistas de Starlin, Infinity Revelation foi escrita e desenhada sem conhecimento prévio da recente aparição de Thanos na saga Infinity. Após ter seu trabalho finalizado o artista acabou incluindo alguns personagens do evento idealizado por Jonathan Hickman em algumas páginas como figurantes. Infinity Revelation, portanto pode ser lida como um retorno de Thanos ao Universo Marvel pré-Infinity pois aborda alguns temas do passado do personagem, mas não cita nenhum evento que aconteceu de fato em Infinity.
ThanosNesta grande viagem escrita por Starlin “algo” muito grande e muito transformador está acontecendo com o Universo Marvel. Essa transformação envolve pessoalmente Thanos e Adam Warlock (A própria Marvel divulgou o retorno do personagem no preview desta HQ, então isto não é spoiler. Antes que alguém venha mimimizar). Apesar da escala do “evento” supostamente ser imensa, nenhum membro do elenco (e aqui estamos falando de entidades cósmicas de enorme magnitude na Marvel) consegue explicar muito bem o que está acontecendo. Neste caso fica por conta de Thanos descobrir do que se trata essa transformação.
Starlin nos presenteia com várias passagens clássicas da mitologia de Thanos . Muitos personagens do plantel cósmico da editora fazem suas devidas aparições e eventualmente caem na porrada com Thanos nas 99 páginas do graphic novel. Então, para quem estava com saudade do argumento verborrágico de Starlin e suas noções megalomaníacas do universo cósmico é um prato recheado.
Infelizmente existem leitores (me incluo) que querem um pouco mais do que devaneios interdimensionais quando pagam dezenove dólares por uma HQ e Infinity Revelation tem muito pouco conteúdo objetivo a oferecer. Analisando friamente a história dá uma volta gigante e não te leva de um ponto A para um ponto B. A HQ te deixa no mesmo ponto aonde começou, com muitas perguntas sem resposta e uma sensação de frustração pela expectativa criada nas primeiras 30 páginas. Parece que Starlin estava construindo algo e que realmente tinha o objetivo de criar algum impacto no Universo Marvel, mas o impacto aqui é pequeno (aparentemente)  e se restringe a Thanos e Warlock principalmente. O próprio autor admite o fato de toda a história ser “muito barulho por nada” em uma passagem mais contemplativa de Thanos no final da HQ. Então acho que não estou falando besteira aqui.
A arte por outro lado é extremamente bem feita. Thanos de Starlin é um clássico e todas as caracterizações do elenco aqui estão representadas perfeitamente nos desenhos do cara. O traço de Starlin é limpo e tem a identidade visual perfeita pra esse tipo de história. O enquadramento não tem nenhuma loucura ou inovação, mas em compensação as cenas mais viajantes da HQ tem bastante dose de LSD, com alguns personagens mudando de forma e encarnação de quadro para quadro em diálogos e uns splash pages bem alucinados mais para o meio da revista.
Infinity Revelation é um excelente exercício em futilidade e até diverte. Infelizmente por mais que eu adore Thanos, Warlock, as entidades cósmicas da Marvel e todo esse elenco apresentado aqui. Por mais que eu goste de um quebra-pau intergaláctico. E por mais que sagas megalomaníacas com diálogos filosóficos excessivos e beirando o limite da minha compreesnão do que o autor quer dizer me agradem, a história apresentada neste graphic novel leva nada a praticamente lugar nenhum e isso não é suficiente para que eu possa avaliar bem este material. A arte deste título é excelente, isso é fato. Infelizmente Thanos para mim sempre foi um agente de grandes mudanças e histórias mais objetivas na Marvel e não há conteúdo suficiente aqui para dar o que realmente espero de um título como esse.

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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