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Rambo – Até o Fim (2019) | Como nos velhos tempos

Os anos 80 foram o auge do cinema de ação com pérolas imensuráveis de grandes astros de Hollywood. Naquela época era o reinado dos brucutus e hoje quem ocupa o lugar são os filmes de super-heróis. Uma das franquias que ganhou grande destaque foi Rambo vivido por ninguém menos que Sylvester Stallone, um soldado do Vietnã que retorna aos Estados Unidos pronto para encontrar seu espaço, mas acaba sendo perseguido pelo preconceito de ter lutado uma guerra.

Dirigido pelo iniciante Adrian Grunberg, “Rambo – Até o Fim” é a conclusão definitiva para a jornada de dor e violência de John Rambo. Alinhado a memória afetiva e um respeito da franquia, o filme se sustenta pela ação explícita e brutal sem esquecer o drama e personalidade de seu personagem.

Rambo - Até o Fim (2019) | Como nos velhos tempos
Cena de “Rambo – Até o Fim”

Após os acontecimentos de “Rambo IV” (2008), John Rambo (Sylvester Stallone) vive isolado e leva uma pacata vida no rancho de sua família no Arizona treinando e cuidando de cavalos. Ao que tudo indica, o sossego e liberdade parece ter chegado, algo que tanto almejava, mas sempre vivia perseguido pelos conflitos internos do drama de suas batalhas. Ele enxerga uma nova família com a convivência de sua empregada Maria (Adriana Barraza) e sua ingênua neta Gabrielle (Yvete Monreal).

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Os conflitos e a calmaria é abalada quando Gabrielle decide em ir busca de seu pai que havia a abandonado quando pequena no México, o que não sabia era que seria sequestrada e vendida com escrava sexual em mais um objeto do reinado dos irmãos Hugo e Victor Martinez (Sergio Peris-Mencheta e Óscar Jaenada). Rambo não enxerga outra alternativa a reviver o seu antigo para resgatar a única família que construiu em sua vida.

Rambo - Até o Fim (2019) | Como nos velhos tempos
Cena de “Rambo – Até o Fim”

Sondado por traumas da guerras, o filme mostra que Rambo ainda vive perseguido por suas ações passadas, sua mente e alma parecem corrompidas pelos fantasmas criados. Como também ter uma forte tendência em salvar os que cruzam o seu caminho, um dilema daqueles que não salvou na guerra.

“Rambo – Até o Fim” se assemelha muito ao primeiro filme que foi baseado no livro, tudo porque a construção narrativa foca nos conflitos internos e corrosivos que o personagem construiu ao longo de tempo. Até mesmo a condução da história é mantida como um thriller nas suas duas primeiras partes, apelando apenas para violência e sangue na sua conclusão, verdadeiramente como um ápice da mente explosiva de Rambo.

Rambo - Até o Fim (2019) | Como nos velhos tempos
Cena de “Rambo – Até o Fim”

Sylvester já tranquilo com o personagem, percebemos alguns toques da certa idade, de como o tempo chega para todos, isso é inegável até mesmo nas próprias ações que toma no decorrer do filme. Sua brutalidade e loucura é declarada nas cenas de ação. É nestes momentos que a fera que estava aprisionada se liberta e faz o que sabe fazer de melhor: matar. Um dos pontos negativos é a ausência de vilões de peso, aqui os dois são genéricos, servindo apenas como estopim para seu retorno do ex combatente.

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Com uma condução tranquila e centrada, Adrian Grunberg sabe manter bem o filme, esse controle acontece pois agora temos um ambiente urbano fora do alcance de selvas e desertos.  O drama que parece o foco, funciona melhor do que nas cenas de ação, tudo graças a Sylvester que participou também do roteiro, percebemos sua mão nas melhores cenas do personagem.

Rambo - Até o Fim (2019) | Como nos velhos tempos
Cena de “Rambo – Até o Fim”

“Rambo – Até o Fim” conclui o legado de seu personagem, um fim prazeroso para um ícone mesmo que não ouse e se mantenha na zona de conforto. Talvez o verdadeiro espetáculo seja a memória afetiva que termos ao ver o retorno do personagem na pele de Sylvester Stallone, e assim os fins justificam os meios em uma violência explícita e brutal como nos velhos tempos.

“Rambo – Até o Fim” estreia 19 de setembro nos cinemas.

Escrito por Rafael Tanaka

Publicitário, amante de cinema, quadrinhos, filmes e séries. Sempre existe coisas para se descobrir nesse mundo da cultura pop.

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