O final dos anos 90 e o começo dos anos 2000, pode ser dizer que foi o auge das comédias românticas. Seja para adolescentes ou não, foi um gênero muito bem aproveitado lançando títulos inesquecíveis como “Um Lugar Chamado Notting Hill” (1999), “American Pie — A Primeira Vez é Inesquecível” (1999), “10 Coisas que Eu Odeio em Você” (1999) e tantas outras.
Mas o que “Ela é Demais” tem de especial? Primeiro, a dupla de protagonistas com Freddie Prinze Jr. E Rachel Leigh Cook. Depois disso, o formato e a trama que foi repetida várias e várias vezes em outros diversos filmes do gênero.
Zach Siler (Prinze Jr.) é o figurão da escola e motivo de inveja dos seus colegas. Porém, sua popularidade diminui drasticamente quando sua namorada, a animadora de torcida, Taylor (Jodi Lyn O’Keefe) o deixa pelo ator Brock Hudson. Desesperado para recuperar sua reputação, Siler concorda com um desafio aparentemente impossível. Ele terá seis semanas para ganhar a confiança da nerd Laney Boggs (Rachel Leigh) e ajudá-la a se tornar a próxima rainha do baile de formatura.
Você provavelmente já viu algo assim, né? Sabe também que lá pro fim do filme, o galã vai decepcionar a mocinha e depois dela virar a cara pra ele, o próximo passo será fazer de tudo pra reconquistá-la. É simples, é clichê, mas ainda assim, é cinema, e isso é uma das coisas boas em “Ela é Demais”.
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Apesar de apresentar estereótipos da época, como a garota mais popular da escola ser fútil e a outsider ser a nerd excluída que recebe bullying sem justificativa alguma, “Ela é Demais” demonstra pela trajetória de Laney uma mulher empoderada, inteligente e que pouco se importa com o ambiente escolar onde está inserida. Não tem nada de uma protagonista indefesa que tem que ser salva pelo bonitão do colégio e que ser a rainha do baile vai surpreender a todos. Não tem e ainda bem! Estamos falando do final dos anos 90, era um sinal de mudanças.
Nem mesmo quando uma amiga de Zach interpretada por Anna Paquin faz aquela revolução em seu visual, a protagonista parece surpresa ou muito diferente do que era. Na verdade, ela não precisa nada daquilo. E isso o filme deixa claro desde o começo.
Por outro lado, a trama em torno de Zach é diferente e mostra a decadência de um garoto que sempre foi popular, mas que nunca olhou muito além do seu círculo de amizades pra conhecer um outro universo. E quando Laney consegue mudar um pouco a forma que ele encara a vida, muita coisa muda.
Repetindo, eu sei que é um filme que o mais lindão é provocado pelo amiguinho – que aqui é se tornou especial com o tempo, pois ele é interpretado por Paul Walker da franquia “Velozes & Furiosos” -, a conquistar a mais esquisita do colégio, ai ele faz ela se apaixonar por ele, e ele por ela, e quando tudo vai bem, plau! Ela descobre tudo e a narrativa vai pelo caminho da reconquista até culminar na formatura e num final feliz. Mas é daí que vem o clássico!
O diretor canadense Robert Iscov (Amor ou Amizade) usou muitas referências das narrativas dos filmes de John Hughes e aplicou de um jeito moderno pra época. Talvez um dos poucos problemas de “Ela é Demais”, tenha sido gravar muitas cenas de noite, isso fez o filme ficar com um tom mais escuro. Mas no geral, é um ótimo filme e torna-se importante pra entender como as comédias românticas de hoje são feitas.
Eu já falei sobre a importância de comédias românticas como “A Barraca do Beijo” (2018), e esse filme é um ótimo exemplo pra reafirmar tudo que estou dizendo aqui.
“Ela é Demais” fala sobre conquista, perdas e amadurecimento. É uma ótima dica pra você revisitar caso tenha assistido em sua adolescência ou conhecer, se por ventura você nem fazia ideia de que ele existia.
“Ela é Demais” é o que podemos chamar de clássico das comédias românticas. Vai por mim!
Veja onde assistir “Ela é Demais” aqui!
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