Guta Cundari A boneca Barbie foi uma grande revolução no mundo dos brinquedos, tirando as meninas do papel de “mães” cuidando de bonecas bebês, mas dando uma nova visão de quem elas poderiam ser. No começo, mesmo sendo algo totalmente estereotipado, foi sendo revolucionário ganhando vários ambientes e profissões, mostrando que as meninas poderiam ser o que elas quisessem.
Greta nos presenteou com essa maravilha que é o filme “Barbie”, contando com a atuação e participação da produção de Margot Robbie, em que aprendemos a importância que a boneca teve para muitas garotas, mas que nem sempre é um sonho igual ao mundo de Barbieland.
+Assista ao trailer de “Barbie” dando play no vídeo abaixo.
Acompanhamos Barbie vivendo em seu mundo perfeito, onde todos os dias são alegres e iguais no mundo em que vivem Barbies e Kens (sendo um deles interpretado por Ryan Gosling), além do Allan (Michael Cera), o único ser diferente dessa classe no universo deles. Porém, após começar a ter pensamentos existenciais, Barbie se consulta com a “Barbie esquisita” para decidir como resolver isso, em que será necessário ir para o mundo dos humanos e encontrar a “dona” dela.
A trama segue um caminho engraçado e divertido, sem esquecer dos momentos de reflexão que ocorrem de maneira orgânica e sem a necessidade de querer lacrar a qualquer custo. Tudo o que vemos ali é a realidade do mundo real, de como é ser uma mulher em uma sociedade que ainda é machista e que homens de terno cuidam de pautas que seriam melhor comandadas por uma mulher. Como é um caso interessante em que vemos Will Farrel como presidente da Mattel, juntamente com mais dez homens decidindo qual deve ser o futuro da boneca.
O filme mostra a perspectiva do que a Barbie acredita estar fazendo para o mundo dando empoderamento e oportunidade para as mulheres e meninas humanas, mas na verdade sabemos bem que é o total oposto. E ao chegar no mundo real recebe esse choque de que nem todas se sentem representadas pela boneca. Já Ken, que participa dessa viagem com Barbie, descobre que pode ser muito mais do que apenas o Ken, já que no mundo humano os homens sempre ficam acima das mulheres em muitos aspectos, infelizmente.
Gloria (America Ferrera) que é a humana dona da Barbie e sua filha, são duas ótimas personagens que apresentam um conflito maternal para ser resolvido e que de maneira óbvia sabemos que será feito com a ajuda da Barbie. Gloria por trabalhar na Mattel, conhece bem sobre Barbieland e é quem acaba dando pensamentos existenciais e de morte pra personagem de Margot. Tudo isso por conta da sua infelicidade no mundo humano sendo uma mulher que nunca pode mostrar raiva se não é chamada de louca, desespero se não é chamada de desequilibrada, fazer algo diferente se não é chamada de extravagante, e a lista de exemplos que nós mulheres conhecemos só aumenta.
A trilha sonora é impecável e apresenta vozes de Nicki Minaj, Lizzo, Karol G, Haim e Dua Lipa, que também atua como a Barbie Sereia. Até mesmo Billie Eilish ganha espaço com a música, “What Was I Made For?”. E a música que talvez melhor represente o filme é “Pink” da cantora, Lizzo.
Os 120 minutos de filme rodados por Greta passam super rápido, trazendo uma realidade que muitas mulheres vivem até hoje, e que ainda tem um longo caminho para mudanças. A luta feminista pode ser feita por todos, homens e mulheres, desde que exista uma igualdade. Barbie mostra que quando as mulheres são unidas podem ser mais fortes e superar qualquer coisa, sem necessidade de se colocarem umas contra as outras.
“Barbie” apresenta uma história que pode ser assistido por crianças, adultos, idosos e de todos os gêneros, conseguindo conversar e ensinar sobre a importância das mulheres na sociedade e a evolução que elas geram. Homens e mulheres podem usar rosa igualmente sem nenhuma distinção, fazendo o mundo ser muito melhor, mesmo que ainda leve algum tempo. Afinal, os humanos podem ter uma data da validade, mas ideias vivem para sempre e são passadas adiante.
“Barbie” estreia nos cinemas em 20 de julho de 2023.
