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Long Live Love! | Amor próprio em primeiro lugar

Nem sempre o amor merece uma segunda chance

O cinema asiático sempre teve um grande destaque pelo mundo, em que conhecemos produções japonesas, coreanas e vietnamitas sempre presentes em festivais e cinemas de rua. Porém, o cinema tailandês é algo que só assistia em momentos da Mostra de Cinema de São Paulo, me trazendo um olhar diferenciado de suas produções.

Com “Long Live Love!” tive uma visão totalmente fora da curva sobre “o que é o cinema tailandês?”, me mostrando humor, drama e significado na medida certa, lembrando exatamente daquilo que costumo assistir em produções brasileiras, me trazendo conforto enquanto assistia aquelas duas horas e quinze de filme na sala de cinema.

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Em “Live Long Love!” acompanharemos o casal Sati (Sunny Suwanmethanon) e Meta (Araya A. Hargate), que como qualquer casal podem apresentar problemas conjugais que vemos normalmente por ai. Porém, Sati sofre um acidente de carro fazendo com que perca sua memória e precise lembrar quem são aquelas pessoas próximas dele. Meta estava para ir embora para Bali, no qual deixaria sua filha, Namo (Becky Armstrong) aos cuidados do marido antes de levá-la junto.

Vemos toda a situação sendo narrada por Namo, e que mesmo não sendo a protagonista é alguém importante para acontecimentos da história. Sati é um fotografo, e acaba descobrindo que através de recriação de fotos de sua vida conseguia viajar por “flashs” do ocorrido daquela foto e se lembrar de coisas de seu passado. Durante esse processo muito será explicado, como o seu problema com bebidas e péssimas influencias dos amigos e seu relacionamento conturbado com Namo e Meta.

Tudo é contado de maneira redonda, e que mesmo após a sessão ficar pensando que não fosse necessário às duas horas e quinze de filme, pode ser que menos que isso não fossem o suficiente para transmitir a mensagem da história. A mistura do drama e comédia deixa tudo dinâmico, então tudo passa rápido e com um piscar de olhos os créditos finais já estavam subindo pela tela.

A história contada não é diferente do drama familiar de muitas pessoas que vivem por ai, principalmente se pensarmos em costumes que são mais “machistas”, no qual o homem está errando e a mulher é taxada como a “louca” da relação e sempre culpada pelo que ocorre. A relação de Sati e Meta pode ter sido bonita no começo, mas que com o passar dos anos foi se tornando extremamente tóxica e ilusória, já não sendo mais saudável para nenhum dos dois, principalmente para Meta.

Vemos que a intensão de Namo durante o processo de seu pai em descobrir seu passado pelas fotos é para se livrar dele, no qual sempre o chama de “babaca”. As lembranças nos ajudam a entender melhor os sentimentos de Namo em relação a Sati, o motivo de sua raiva e o motivo de esconder atrás de uma mascará fria esses sentimentos, demonstrando mais facilmente em certo momento para seu tio, Phat (Niti Chaichitathorn) e irmão de Sati.

A trilha sonora e maneira como foi filmado funcionam super bem. A trilha é leve, se encaixando bem nos momentos de drama e comédia. Os quadros como são filmados e a maneira proposta quando entramos na viagem de Sati ao “viajar pelas fotos” é bem feita, com efeitos que admito nunca ter visto sendo usado em algum outro filme – se minha memória não estiver tão ruim. Os efeitos de flash, enquadramento da câmera polaroide, tudo sendo mostrado de maneira simples mas com ótimo investimento.

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O filme não me deixou desconfortável em nenhum momento, trazendo apenas ótimas reflexões sobre a vida em certos pontos, risadas e frio na barriga. Relacionamentos perfeitos não existem, devemos sempre pesar na balança da vida e mental o que melhor para nós mesmos de maneira particular. Perdoar um deslize pode ser fácil, mas quando ele se torna recorrente fica impossível. Mesmo que tenhamos amor por aquela pessoa, não significa que o saudável seja ficar junto, mas sim se dar valor e amar a si própria antes de tudo.

“Long Live Love!” é uma experiência divertida, dramática e reflexiva, trazendo discussões sobre relacionamento, amor próprio e questões da sociedade machista. Mesmo que o filme fale uma língua totalmente diferente da nossa, quando o tema é “amor” ela se torna universal e fácil de ser compreendida, sendo um ótimo longa-metragem para assistir na tarde de sábado com uma pipoca na poltrona do cinema.

Escrito por Guta Cundari

Do cinema para o jornalismo. Amante de filmes e games, fã filmes de terror trash e joguitos que duram meses. As Premiações pelo mundo todo que me aguardem e os noobs que sofram.

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