Bruno Fonseca No comecinho dos anos 2000, a galera parava de jogar os consoles de 16 bits e rumava para os de 32 e 64. Era o tempo de deixar o Mega Drive e o Super Nintendo de lado, e plugar na televisão via cabo áudio e vídeo o primeiro videogame da Sony, o Playstation.
Jogar no Playstation era uma coisa de louco, naquela época os gráficos pareciam os de PS4 (na minha cabeça, claro) e era um mundo cheio de possibilidades. Mas melhor dizendo, entrar numa geração nova sempre mudava a forma como a gente jogava videogame e a Sony com certeza fez isso e até hoje ainda faz.
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Com uma vasta opções de jogos, um dos mais marcantes com certeza foi Driver: You Are the Wheelman, ou simplesmente Driver. Um game que fazia de você um piloto de fuga dos bons e provocador do caos nas cidades de Miami, São Francisco, Los Angeles e Nova York.
Desenvolvido pela Reflections Interactive, Driver é o primeiro game da franquia e um dos mais significativos para a atual geração de games de mesmo nicho. Inspirado em filmes de perseguição dos anos 60 e 70, o player conduzia John Tanner, um detetive de NYPD disfarçado, devido à sua impressionante capacidade de condução, tudo que você tinha que fazer era ganhar a confiança dos patrões do sindicato realizando missões cada vez mais difíceis.
E quando eu falo de dificuldade não estou brincando. O primeiro desafio chegava com dois pés na porta logo no início do game. Passar daquela maldita garagem era um parto e deixava a galera de cabelo em pé. Eu lembro na época que estávamos em cinco amigos e demoramos mais de uma hora para conseguir sair dela. Era coisa de louco.
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Analisando mais profundamente, Driver foi um jogo inspirado em um filme do diretor Walter Hill (The Warriors: Os Selvagens da Noite) chamado “Caçador de Morte” (1978), principalmente no primeiro desafio que é cópia de uma cena no filme em que o condutor tem que provar suas habilidades para alguns bandidos em uma garagem.
A música, o design de caráter geral nas cenas cortadas, e os próprios veículos (com calotas que voam), são inspirados em filmes de gênero policial como “Bullitt” (1968) e até mesmo programas de televisão que seguiram a mesma linha na época.
Era um barato passar horas jogando Driver, a cada missão cumprida o nível aumentava e as perseguições ficavam cada vez mais difíceis e alucinantes. Me lembro bem que eu nunca conseguia chegar muito longe sem usar o código para não causar danos no carro ou em determinada fase usar um truque para desativar as polícias pela cidade.
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Driver foi marcante e acredito fortemente que o estilo de jogo e a mecânica que o estúdio empregou em seu desenvolvimento, foi determinante para termos jogos como GTA 3 e todos os que chegaram depois. O game da Rockstar bebeu muito dessa fonte, principalmente quando Driver 2 fez tanto sucesso quanto o primeiro. Nele era possível sair de um carro e entrar em outro, isso era uma das principais novidades do game, a outra bem bacana também foi ter colocado o Rio de Janeiro como uma das cidades do jogo e ser um dos primeiros a ter dois discos.
Relembre ou conheça o gameplay de Driver
Você pode dizer que GTA 3 tem outra pegada e que a Rockstar já teria pensado em criar um jogo sem ser como o primeiro e o segundo, mas sim, não tem como negar que Grand Tefht Auto contém muitos elementos da franquia Driver.
“Ok, ok okaay” – é a única coisa John Tanner falava que ainda está grudado na minha cabeça até hoje. Outra coisa que lembro também, é que na última fase a perseguição dos carros pretos foi tão absurda em uma das vezes que eu tava jogando, que eles bateram tanto em mim que fui parar dentro de um prédio e o jogo ficou bugado.
Driver é um jogão, clássico do PSone, grande influenciador de jogos para PS2 e PS3, além de ter sido premiado como o melhor jogo de corrida em 1999 e estar em várias listas de melhores jogos de todos os tempos para a plataforma da Sony.
Se não fosse Driver, você não seria tão fera no Hot Persuit e nos games de GTA hoje em dia.
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