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HQ do Dia | Green Lantern: Lost Army #1

Sem fazer barulho algum e sem o hype de outras estreias da DC Comics após a reformulação de sua linha de quadrinhos após a saga “Convergence”, o roteirista de “Sinestro”, Cullen Bunn e o ilustrador de “Monstro do Pântano”, Jesus Saiz assumem o novo título dedicado a Tropa dos Lanternas Verdes chamado Green Lantern: Lost Army.

A definição mais precisa para Lost Army é caos. Qualquer Lanterna Verde que se preze deseja levar uma vida tranquila patrulhando seu setor espacial, prendendo vilões perigosos e com isso manter a paz na galáxia. Aqui um grupo seleto (mas aparentemente aleatório) de Lanternas está literalmente perdido em um setor desconhecido do espaço enfrentando uma ameaça também desconhecida, sem contato com sua base de operações e com o restante da Tropa e sem suas baterias para recarregar seus anéis de poder.

Liderados pelo “Lanterna da massa”, John Stewart a equipe formada por Killowog, Arisia Rrab, Xrill-Vrek, Kilowog, Dois-Seis e um improvável Krona (ele mesmo) tenta entender o que aconteceu com a corporação enquanto luta para sobreviver em um ambiente extremamente hostil. Tudo “desconhecido”? Parece tudo muito “solto”, não? Exatamente. E essa é justamente a graça da estreia da revista.HQ do Dia | Green Lantern: Lost Army #1

O argumento de Cullen Bunn é direto e sem enrolação. Apesar da premissa “perdidos no espaço” ser um clichê gritante, o autor usa isso a seu favor e logo nas primeiras páginas você já sabe quem é quem e o que está acontecendo mesmo que nunca tenha lido uma única edição da série anterior da Tropa.

Balanceando a história entre ação sci-fi e alguns flashbacks pontuais, o escritor nos mostra um pouco da personalidade do líder desse bando de Lanternas perdidos, faz uma breve introdução  ao conceito por trás da mitologia de Krona, introduz no elenco um dos mais queridos personagens da linha dos Lanternas Verdes e prepara um mistério relativamente intrigante para as próximas edições.

Os diálogos dão pequenas amostras da personalidade de cada um dos integrantes do título e as caixas de texto em primeira pessoa fazem o trabalho burocrático de situar o leitor durante a verdadeira tempestade gráfica espacial que são as cenas de ação.

Para quem está familiarizado com a arte de Jesus Saiz, não é nenhuma novidade que o ilustrador consiga com suas linhas sutis e refinadas desenhar praticamente qualquer coisa no universo. Aqui, sem muito cenário de fundo (80% da revista de passa no espaço) o desenhista, que também faz todo o trabalho de colorização nesta edição, concentra seus esforços em desenhar esta tropa da maneira mais “massavéi” possível.

Poses heroicas, construtos engenhosos, raios verdes pra tudo quanto é lado e nas cenas de flashback um cuidado extremo com a caracterização de John Stewart em seu passado. Uma arte clássica e extremamente limpa que se encaixa como uma luva no tom de roteiro do Cullen Bunn, que naturalmente é voltado para um nicho de leitores mais “tradicionais” de super heróis.

Para quem estava acompanhando à distância as aventuras da Tropas dos Lanternas através da antiga revista “Green Lantern Corps” pode parecer que Lost Army é uma mera continuação daquelas histórias com uma mudança na equipe criativa e redução do elenco.

No entanto lendo atentamente as primeiras páginas do gibi nos deparamos com um roteiro muito mais livre de amarras em relação a linha dos Lanternas (que felizmente foi drasticamente reduzida após “Convergence”), um elenco escolhido a dedo para agradar os fãs da mitologia cósmica da DC Comics, uma premissa meio manjada mas explorada de forma inteligente pelo autor e uma arte sensacional em se tratando de quadrinhos de super heróis. Para um fã desta linha de quadrinhos Lost Army é um verdadeiro presente com uma premissa sóbria e de fácil assimilação e um grupo de personagens que mistura o que há de melhor nos títulos dos portadores de anéis na DC Comics atualmente.


Veja as outras resenhas dos primeiros títulos da DC pós-Convergence:

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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