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Assassin’s Creed Odyssey | Eis uma justificada odisseia

O prelúdio continua vivo e forte: mais um ano que vai, mais um Assassin’s Creed que vem. E é assim que nos encontramos com mais um novíssimo jogo da solidificada franquia desenvolvida pela Ubisoft, este então sendo nada mais e nada menos do que Assassin’s Creed Odyssey. Lançado mundialmente em 5 de outubro de 2018, o multiplataforma Assassin’s Creed Odyssey sucede tanto em ordem de lançamento quanto em história o Assassin’s Creed Origins (2017) ao trazer como foco de trama ficcional a Guerra do Peloponeso ocorrida em 431 a. C. entre as cidades gregas de Atenas e Esparta.

Contextualizando o novo jogo, o mundo grego chega ao ápice do seu colapso ante a incessante guerra entre Atenas e Esparta, guerra esta que está sendo controlada às sombras por uma poderosa ordem cujos propósitos maléficos vem e/ou vão destruindo vidas e regiões inteiras há muitos anos. Por isso, no que a Ubisoft promete uma odisseia ao novo título de sua franquia, faremos então nossa detalhada resenha sobre este jogo de muitos avanços e possibilidades a franquia como um todo.

O PROTAGONISMO

Assassin’s Creed Odyssey vem com uma proposta diferente na franquia ao trazer dois personagens co-atuando em sua trama ficcional, mas que ainda sim apenas um destes pode ser protagonizado pelo o jogador durante a execução da jogatina. Antemão, caso você não saiba é importante mencionar que a história da campanha e a possibilidades de “construção de perfil dos personagens”, é a mesma para ambos independente de qual personagem você escolher para prosseguir na trama do título.

Mas em termos gerais, a inversão de papéis executada em acordo ao personagem que você escolhe aqui proposta, é bem trabalhada e me agrada em especial por notar que este elemento parece funcionar bem numa trama em que, ainda que jogavelmente sob a perspectiva de um personagem, ela reflita a co-atuação de dois irmãos. Ainda sim, eu mesmo indico muito que você jogue com a maravilhosa Kassandra, tendo em vista que ela parece combinar muito melhor com o protagonismo da história se comparado ao seu irmão, Alexios.

PERSONAGENS E RELAÇÕES

Este novo título da franquia de Assassin’s Creed tem muitas coisas, e uma destas muitas coisas são as muitas relações possíveis entre o protagonista e os puta legais personagens. Digo, quer sejam eles personagens de caráter histórico fazendo presença a trama principal ou quer sejam eles personagens rotineiros distribuindo missões secundárias, todos implementam de alguma maneira um impacto interessante ao desenrolar da trama global e do próprio desenvolvimento do protagonista da jogatina sem deixar, ao menos, de prestar um panorama contextualizado de cenários tanto amplos quanto menores recorrentes a guerra.

Eventualmente relações são construídas e, naturalmente, embasadas no fato de que alguns personagens impactam mais do que outros, inclusive na preferência de quem joga. Mas eu não poderia deixar de destacar as grandes relações criadas pelo protagonista do game e personalidades como Sócrates (marcante carisma e pelos apontamentos reflexivos), Péricles (então marcante pela a ênfase democrática), Hipócrates (e seus questionamentos éticos sobre salvar uma vida), Alcibíades (e sua libertinagem desvairada e idem carismática), Brásidas (e a materialização do espírito guerreiro espartano) e Xênia (e sua postura empoderada, bem como de missões “informalmente românticas”), por exemplo. Em fato, Assassin’s Creed Odyssey abusa agradavelmente de um leque formidável de personagens e relações. Um conselho: PERMITA-SE ABUSAR DESTAS TAMBÉM!

O ANTAGONISMO

Igualmente ao protagonismo, Assassin’s Creed Odyssey vem com uma proposta devidamente interessante em relação ao antagonismo do título; o Culto do Cosmo. Particularmente muito me agrada o antagonismo formatado pela a existência desse grupo, não apenas pela a apresentação mas como pela a execução deste também. Isto é, primeiramente que o Culto do Cosmo consegue sintonizar o jogador em meio a uma essência conspiracionista na Antiga Grécia que é super válida sem sombra de dúvida alguma.

Segundo e não menos importante, a execução dessa sintonização normalmente é bem feita a partir da presença de um diagrama listando organizadamente os membros e eventualmente instigando o jogador a descobrir cada um destes no que progride pela a jogatina; em especial pelo o uso de pistas espalhadas por todo o mundo grego. Ainda que em muitas das vezes esse sistema de descoberta pareça ser falho, tendo em vista que em alguns casos as pistas aparentam não serem claramente comunicadas, e/ou até mesmo ocorrer o caso de você mandar cultista pro Hades antes mesmo de descobrir ele no diagrama.

ESCOLHAS

São sempre elas. Sim, são sempre as suas escolhas que fazem do mundo grego acontecer nesse título. Digo, ao explanar de um promissor sistema de escolhas como novidade, Assassin’s Creed Odyssey permite ao jogador naturalmente imergir na construção de uma história personalizado como resultado de reações embasadas totalmente nas ações anteriormente prescritas por este; a exemplos temos as possibilidades românticas com os personagens aos quais você flertou, possibilidades de confiança e/ou não confiança resultantes de mentir ou contar a verdade, bem como resultados de assassinatos ou “perdão”.

Nesse sentido, o sistema de escolhas do jogo além de promissor é devidamente funcional, ainda mais pelo fato de que o jogador consegue ter a sensação materializada de ver suas escolhas realmente sendo repercutidas direta e indiretamente na narrativa da jogatina. E devido a isso, naturalmente você acaba por se questionar sobre algumas das escolhas que fez e, principalmente, ficar instigado pelas possibilidades que elas vão, podem e/ou poderiam te abrir na jornada, eventualmente ficando imerso na jogatina proposta (foram inúmeros os momentos em quem deixei de lado a minha perspectiva de escolha para seguir a perspectiva da personagem, o que me faz acreditar bastante na imersão que eu sofri com esse ponto). O que me leva ao outro fator.

A TRAMA

A trama principal para Assassin’s Creed Odyssey embasa-se fortemente nas questões familiares conflitantes e, principalmente, nos esforços e sacrifícios necessários para se salvar ou perder alguém (principalmente quando se trata de laços familiares primários). Desse modo, presenciamos uma agradável narrativa de 9 episódios mais epílogo conclusivo que executa essas questões em camadas fortemente imersivas, tal qual surpreendentes, sem sequer perder a identidade da proposta temporal em que o jogo atua, mas em contra-mão, os reforçando e, ainda, abusando dos espaços disponíveis para colocar-se de frente a crenças religiosas questionáveis e um sistema corrupto manipulativo.

Outro fator que acaba chamando a atenção referente a trama deste título é que a sua narrativa é bem executada tanto em nível macro quanto no micro; isto é, tanto a história principal quanto as histórias secundárias (normalmente descritas pelas missões secundárias) possuem detalhamentos que permitem ao jogador conhecer elementos únicos, mas também contextuais, do momento a marcar a sociedade grega no jogo. O que, em um outro extremo ao contexto grego, igualmente permite ao jogador expandir o imaginário por trás de elementos identitários da franquia (em especial por meio das super reais criaturas mitológicas!).

JOGABILIDADE

Embora a priori, bem como em determinados momentos decorrentes, a jogabilidade desse jogo não pareça ser devidamente fluída, depois que você se acostuma não tem mais volta. Isso porque em Assassin’s Creed Odyssey a francesa Ubisoft enfim abandona os flertes de longa data e passa a executar de fato os elementos característicos do gênero RPG. Particularmente penso que tanto a apresentação quanto a execução dessas características são feitas de bom tom, equivalendo-se aos conceitos modernos do gênero e idem propondo ao jogador criar seu estilo de jogo sem dificuldades. Ainda que, nos primeiros dez níveis o jogador tende a sofrer pelo gerenciamento não tão efetivo de níveis.

De começo, tanto o sistema de itemização quanto o da árvore de habilidades são práticos e de fácil compreensão se considerados de modo geral. Nesse sentido, o sistema de itemização permite que o jogador naturalmente tenha oportunidades de atribuir seu estilo de jogo no personagem sem muitos retardos técnicos por pate da jogatina; ou seja, você pode ser um exímio caçador, ou guerreiro, ou assassino ou idem uma mescla harmônica desses.

No que o sistema de itemização te possibilita refletir o estilo de jogo de sua preferência, o então sistema da árvore de habilidades te permite materializar esse estilo de jogo, com habilidades ativas e passivas de muita utilidade para as estratégias de conflito que você adotar. Com o que você progredi na jogatina, vai ficando nítido o quão essas habilidades contribuem para seu melhor desempenho em conflitos; seja direto (guerreando), seja indireto (na surdina).

Agora no que diz respeito ao sistema de combate em si, Assassin’s Creed Odyssey muito me agrada também. Principalmente pela a variedade de formas de combate: batalhas contra mercenários, lutas de arena, batalhas de territórios e ainda as batalhas navais. Não bastando isso, as variantes de armas limitadas a tipos, assim como suas mecânicas, apresentam um sistema particularmente simplista de combate mas que permite ao jogador realizar uma boa integração ao confronto em que se encontra.

As batalhas de território me chamaram bastante a atenção pela a necessidade de algumas ações para você desabilitá-las, como a necessidade de vulnerabilizar territórios por meio do suprimento de recursos e assassinatos de líderes. Bicho, além de imergir o jogador na atmosfera global da guerra grega, estas ações também envolvem o jogador em uma “atmosfera estratégica” de batalha bem interessante.

RELAÇÃO CUSTO X BENEFÍCIO

Sendo um ponto que acho importante mencionar, Assassin’s Creed Odyssey fora lançado nas plataformas físicas e digitais com um preço base de R$ 200 a R$ 250 reais, isso, claro, variando de acordo a plataforma e edição que você adquirir. Em contrapartida, o título proporciona não somente um mapa gigante, mas também uma quantidade gigantesca de conteúdo base para envolver o jogador (sem contar nos promissores conteúdos adicionais); só para se ter uma ideia, a campanha principal leva em média de 90 a 100 horas jogadas para ser concluída.

Nesse sentido, vejo a perspectiva de custo x benefício para Assassin’s Creed Odyssey sendo bem válida, tendo em vista que o título propõe uma abundante quantidade de conteúdo respectiva ao valor de custo. Em fato, o jogo tende a fazer valer cada centavo que você gasta nele!

VEREDITO FINAL

Prometida uma verdadeira odisseia, Assassin’s Creed Odyssey vem a fazer jus de sua proposta no que oferece e executa, formidavelmente, conteúdos detalhados e imersivos sem deixar, sob nenhuma circunstância, de modernizar e enriquecer o universo da franquia. Aproveito ainda para ressaltar tanto os fantásticos cenários e elementos gráficos quanto a trilha sonora como um todo e, por fim, a bela dublagem do título (não apenas a brasileira, mas também a original que não hesita mesmo nos sotaques gregos).

Em fato conclusivo, Assassin’s Creed Odyssey é uma justificada odisseia cuja jogatina faz-se muito a pena!

Escrito por Isaias Setúbal

All I hear is doom and gloom. And all is darkness in my room. Through the night your face I see. Baby, come on. Baby, won't you dance with me?

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