“Chicago” (2002) é um dos musicais mais memoráveis da história do cinema por diversas razões. O filme, que colocou o nome de Rob Marshall como uma das grandes proeminências da indústria audiovisual – mesmo que depois tenha caído nas desgraças de “Nine” (2009) e “Memórias de uma Gueixa“ (2005) -, trouxe ao público uma versão atualizada das diversas obras cantadas das telonas, mesclando a narrativa comumente ambientada em cabarés a uma trama de assassinato, superação e independência focada em fortes personagens femininas.
A história principal gira em torno de duas mulheres que cruzam caminho da forma mais inesperada possível: de um lado, temos Roxie Hart (Renée Zellweger), uma jovem iludida que mata seu amante após ser tratada como lixo, jogando fora seus sonhos de se tornar uma ‘performer’ mundialmente conhecida; de outro, a sedutora e memorável Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones), que é presa após cometer o duplo homicídio contra seu marido e sua irmã, os quais tinham um caso às suas costas. A partir daí, todo o escopo teatral migra para as escuras e geladas celas de uma prisão feminina até culminar em um arco de redenção à la contos de fada.
Entretanto, não é apenas o escopo supracitado que nos rouba a atenção: as sequências musicais mesclam-se com uma incrível edição que seria emulada por tantas outras obras futuras, apresentando-nos um resultado aprazível ao extremo e aplaudível em todos os sentidos. E, como se não bastasse, as presenças de Queen Latifah, Richard Gere e grande elenco só aumentam a complexidade dessa obra tragicômica e envolvente.
Tendo se tornado um considerável vencedor do Oscar – levando para casa seis estatuetas, incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Montagem -, é sempre válido reacender a chama vaudeville desse longa-metragem.
Por essa razão, separamos nessa mais nova lista algumas curiosidades sobre os bastidores de “Chicago” (2002). Veja abaixo e não se esqueça de deixar seu comentário e sugestões para matérias futuras:
- Rob Marshall queria que Catherine Zeta-Jones usasse seu cabelo natural no filme, mas ela insistiu em cortá-lo. Ela explicou, em entrevista ao site People, que não queria que o cabelo grande cobrisse sua cara e as pessoas duvidassem de suas habilidades na dança.
- Richard Gere fez aulas de sapateado por três meses. A cena em que dança nesse estilo foi gravada em meio dia.
- Charlize Theron inicialmente confirmara o papel como Roxie Hart, enquanto Nicholas Hytner havia sido cotado como diretor. Quando Hytner saiu do projeto, Theron teve que fazer sua audição de novo e perdeu o papel para Renée Zellweger.
- No começo da cena de introdução a Mama Morton (Queen Latifah), Roxie tem uma breve conversa com outra detenta. A detenta em questão foi interpretada por Chita Rivera, que viveu Velma Kelly na versão de “Chicago” na Broadway, em 1975.
- No início do filme, quando o bar é mostrado, uma pintura está pendurada na parede mostrando os rostos das mulheres que cantam “Cell Block Tango”.
- Kathy Bates foi considerada para o papel de Mama Morton, mas não pôde participar por conflitos de agenda – ela estrelaria o drama “As Confissões de Schmidt” (2002). Tanto ela quanto Latifah, que ficou com o papel, foram indicadas ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2003.
- Zeta-Jones estava grávida de dois meses quando as filmagens começaram.
- “Chicago” entrou para a lista dos 25 Melhores Musicais de Todos os Tempos do site Entertainment Weekly.
- O longa-metragem foi a estreia diretorial de Marshall nos cinemas. Anos depois, ele viria a abarcar projetos como Nine (2009), que segue um padrão parecido de Chicago, “Caminhos da Floresta” (2014) e “O Retorno de Mary Poppins” (2018), esses dois últimos sendo indicados ao Oscar.
- Madonna, Kristin Chenoweth, Britney Spears, Nicole Kidman e outras foram consideradas para aparecerem na produção.
- Marshall queria que Keanu Reeves interpretasse Amos Hart, mas o papel acabou indo para John C. Reilly.
- O discurso dito pela detenta norueguesa em “Cell Block Tango” diz o seguinte: “Como vim parar aqui? Eles dizem que eu decapitei meu marido com a ajuda de meu amante. Mas não é verdade. Eu sou inocente. Tentei explicar para a polícia, mas eles não entenderam”.
- Reilly insistiu em fazer sua maquiagem para o número “Mr. Cellophane”, visto que era um entusiasta da arte circense.
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