Juliane Rodrigues (Exuliane) Arquivo X (The X-Files) foi um dos maiores sucessos do canal Fox, e estreou em 10 de setembro de 1993. A série teve 9 temporadas, e em 19 de maio de 2002, foi dada como encerrada. Para a alegria de quem sempre acreditou em seu retorno, uma nova temporada foi confirmada essa semana.
Já fazia algum tempo que produtores, atores e fãs vinham pressionando a Fox para resgatar a série. Em janeiro, representantes do grupo Fox confirmaram que estavam abertos ao retorno de Arquivo X. Produzidos novamente por Chris Carter, os novos episódios contarão com as presenças de ícones do elenco original.
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Um dos maiores sucessos da televisão nos anos 90, Arquivo X ganhou a cultura pop mundial. Com seus bordões “A Verdade Está Lá Fora” e “Eu Quero Acreditar”, a trama marcou o imaginário de toda uma geração e até hoje é considerada a melhor série de ficção científica já criada. Sendo uma percursora do gênero na televisão, e fonte de inspiração de todas as outras produções que surgiram depois dela, tais como: Fringe e Supernatural. Tendo sido exibida no Brasil pela Rede Record e pela Fox Brasil, até hoje ela é reprisada no canal TCM, e tem espaço reservado também no Netflix.
Com uma das maiores audiências da TV, ela já foi exibida em mais de trinta países, e premiada com o Globo de Ouro (como melhor série dramática de televisão) e vários prêmios Emmy ao longo dos nove anos. Cada episódio levava, em média, oito semanas para ficar pronto, considerando o tempo de filmagem, produção e edição.
A trama – desde seu começo na televisão americana – em 1993, é uma das mais populares no mundo todo, cativando um público de diversas idades. Recheada de espécies alienígenas, seres mutantes genéticos, insetos matadores e conspirações. Com dois personagens principais – os agentes do FBI, Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson) – que investigam os tais arquivos X, casos não solucionados envolvendo fenômenos paranormais, extraterrestres e coisas do gênero.
Arquivo X se tornou essencial para quem gosta de ficção científica. E para comemorar em grande estilo o retorno da série, conheça curiosidades de outro mundo sobre a melhor sci-fi da TV.
Inicialmente, Arquivo X não agradou a Fox.
Em 1992, Chris Carter foi chamado para produzir a série para a Fox. Apesar de anos fazendo comédias, Carter tinha a ideia de fazer uma produção sombria, que descreveu como uma versão mais nova de Kolchak e os demônios da noite, que também teria inspiração nas séries Além da Imaginação e Alfred Hitchcock Presents. Carter resolveu se basear em O Silêncio dos inocentes e firmar a série a partir de dois agentes do FBI que resolveriam casos não totalmente resolvidos. O projeto inicial do autor acabou sendo recusado pelos executivos da emissora, o que fez com que ele voltasse a revisar o conceito do projeto para reapresentá-lo algumas semanas depois. Após a revisão, o projeto obteve aprovação e Carter expandiu seu esboço de roteiro para um episódio piloto, que foi filmado ao longo de duas semanas em março de 1993. Só então a série ganhou um horário na noite de sexta.
Carter chegou a atuar no programa como um agente do FBI que interrogou a agente Scullyno vigésimo quinto episódio da 2ª temporada.
Os números 11:21 – que geralmente aparecem nos relógios da série – são uma homenagem de Chris Carter à sua mulher, que faz aniversário no dia 21 de novembro.
A trilha que ganhou o público.
O compositor Mark Snow se envolveu com Arquivo X através de uma amizade com o produtor executivo R.W. Goodwin. Chris Carter não sabia informar a produção quem iria ser responsável pela trilha. Cerca de quinze pessoas foram ouvidas pela Fox, mas Goodwin continuou a pressionar para Snow ser o chefe de composição. Snow fez três audições, mas não recebeu nenhum aviso da produção se iria ou não trabalhar na série. Então um dia, ligaram para ele falando sobre o episódio piloto, e dizendo que ele havia conseguido.
Até hoje, a trilha de Arquivo X é uma das mais aclamadas da TV.
No Brasil.
Quando a primeira temporada de Arquivo X foi exibida por aqui, houve um erro na dublagem no qual a palavra abduzir foi trocada por sequestrar. O erro foi arrumado mas não esquecido pelos fãs brasileiros.
Além disso, o Agente Mulder teve duas vozes diferentes na dublagem brasileira. Do início da série até a metade da segunda temporada Jorge Eduardo dublava Fox Mulder, sendo substituído por Eduardo Boghetti, que ficou até o final da quinta temporada, sendo substituído por Jorge Eduardo novamente.
Sobre os agentes, o elenco e as inspirações de Arquivo X.
Dana Scully foi assim nomeada em homenagem a Vin Scully, um famoso narrador esportivo norte-americano. Fox Mulder recebeu este nome por causa da mãe do criador da série, Chris Carter.
Nas primeiras temporadas de Arquivo X, Mulder acredita em extraterrestres e Scully é cética, mas na vida real, acontece exatamente o contrário. David Duchovny é cético quanto a esses assuntos, enquanto Gillian Anderson acredita em extraterrestres.
Na abertura de Arquivo X, nas identificações do FBI de Mulder e Scully tem escrito “Federal Bureau of Justice, United States Department of Investigation”. Essa alteração é necessária porque, mesmo para propósitos ficcionais, falsificar uma identificação do FBI é ilegal.
Gillian Anderson (Dana), ficou grávida na segunda temporada da série, o que levou Chris Carter a optar pela abdução da personagem. Durante sua gravidez, as cenas foram gravadas com dublês, tudo para esconder a barriga. Ela ficou de fora apenas do episódio sete “A Trindade”, voltando no seguinte “Por Um Fio”. O nome do episódio “O Mistério do Piper Maru” é uma homenagem à filha dela (que tem o mesmo nome) e que nasceu em 25 de setembro de 1994.
O contrato de Gillian Anderson estabelecia que a atriz não poderia mais interpretar uma agente do FBI em nenhuma outra produção durante os anos em que a série estava em vigor. Isso fez com que ela perdesse o papel de Clarice Starling no filme Hannibal (2001), para Julianne Moore.
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A família de Scully adorava Moby Dick: ela era chamada de Starbuck pelo pai (se você não sabia, a marca de café foi inspirada na sereia com duas caudas de Moby Dick), o nome do cachorro da família é Queequeg e ela chama o pai de Capitão Ahab. Inclusive, a atriz Gillian Anderson apareceu em uma versão de Moby Dick com Ethan Hawke e Donald Sutherland.
A produção de Arquivo X aconteceu em Vancouver, no Canadá, até a quinta temporada. Depois mudou para Los Angeles a pedido de David Duchovny, que exigiu a mudança para continuar na série como Fox Mulder e poder ficar mais próximo de sua família.
Tanto David Duchovny quanto Fox Mulder possuem o mesmo nome do meio: William. Após o término da série David só se consagrou de verdade na série Californication, onde interpreta um protagonista mulherengo.
O personagem Fox Mulder, viu o filme Plano 9 do Espaço Sideral, de Edward D. Wood Jr, 42 vezes. Ele também mora no apartamento número 42. Esse número é recorrente na série por fazer referência à resposta para a vida, o universo e tudo mais da série de livros de Douglas Adams, O Guia do Mochileiro das Galáxias.
Mulder tem um certo apego à materiais eróticos, principalmente filmes. Foi sugerido em um episódio onde havia um homem capaz de prever a morte das pessoas, que ele morreria por asfixia auto-erótica.
Em “Bastidores”, o livro oficial da Série Arquivo-X, de Brian Lowry isso é abordado.
Os objetos que se encontravam no escritório de Mulder estão atualmente em exposição no Hollywood Entertainment Museum, em Los Angeles. O cartaz com a famosa frase “I Want to Believe” (Eu quero acreditar) tem que ser constantemente substituído, pois, de acordo com o museu, “eles querem acreditar que desaparecem misteriosamente”.
Arquivo X é uma série clássica, sendo considerada semelhante a outras séries, tais como: A Quinta Dimensão e Além da Imaginação, inclusive pelo seu público “bizarro”. A história assim como a das séries citadas, abordava frequentemente temas mais místicos, como satanismo, relatos de aparições de fantasmas, ocultismo, e outros arquivos x sem explicações.
A clássica série cult dos anos 90 Twin Peaks foi uma grande influência para a criação da atmosfera obscura misturada com um toque surreal de drama e ironia dada a série. Alguns atores apareceram nas duas séries. Duchovny já havia aparecido travestido como uma agente da DEA (primeira imagem da montagem abaixo) e o personagem dele, Mulder, havia sido comparado com o também agente do FBI Dale Cooper, de Twin Peaks. Ambas as séries são consideradas as mais influentes MindFucks da TV, e estarão de volta em breve.
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Os filmes All the President’s Men, Three Days of the Condor, Close Encounters of the Third Kind, Raiders of the Lost Ark, Rashomon, The Thing, The Boys from Brazil e JFK também foram citados como inspirações pelos produtores. O episódio “Triangle” teve o uso de planos contínuos inspirado em Rope, de Alfred Hitchcock.
Além deste, outros capítulos tiveram seus roteiros influenciados e foram base de outras grandes obras do cinema e da televisão. Arquivo X teve dois filmes, um em 1998 e outro em 2008.
A história de “Arquivo X – O Filme” acontece entre o final da 5ª temporada e o início da 6ª, e foi lançado em 1998, dirigido por Rob Bowman. Já o segundo filme “Arquivo X – Eu Quero Acreditar” dirigido por Chris Carter, decorre após o final da última temporada e foi lançado em 2008. Por incrível que pareça, foi o de Carter que não agradou muito os fãs.
Além disso, Arquivo X fez tanto sucesso que originou um spin-off “Millennium”. E outra chamada The Lone Gunmen (Os Pistoleiros Solitários) focada nos três amigos de Mulder que investigam atividades secretas do governo norte-americano.
A série já foi parodiada em Os Simpsons no episódio The Springfield Files e contou com a participação de David Duchovny e Gillian Anderson dublando seus próprios personagens.
TRUSTNO1 é a senha do Macintosh de Mulder. No episódio A Besta Humana (da primeira temporada) é dito que John Edgar Hoover foi quem abriu o primeiro Arquivo X em 1946. Para quem não sabe Edgar Hoover foi, durante 48 anos, o chefe do FBI, a mais importante organização policial do mundo, que pertence aos EUA, sendo considerado seu patrono.
William B. Davis (que interpreta o Canceroso) não é fumante. Os cigarros que ele usa em cena não possuem tabaco.
Nicholas Lea (que interpreta o agente Alex Krycek) fez todas suas cenas sem dublê. Vários integrantes da produção da série apareceram em episódios ou tiveram seus nomes usados.
Na cultuada série de TV, o criador, roteirista e diretor Chris Carter soube mesclar com perfeição, elementos de ficção científica com suspense. Arquivo X foi acolhida de uma forma assustadora pela crítica e pelo público, tornando-se um fenômeno internacional da cultura pop.
O tom conspiratório que mistura paranoia e terror encantou os telespectadores que são fãs de ficção científica. Muitos acompanharam fielmente os nove anos da saga e os dois filmes sobre a história. Sem contar as teorias da conspiração sobre o seu término, que são criadas pelos aficionados, diariamente.
Com a volta da série a caixa preta será reaberta e muitas curiosidades estão por vir, comente por aqui se lembrar de alguma que eu não citei. Eu quero acreditar que esse retorno será a peça que faltava. E você?
