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Tazos, cards e figurinhas que viraram moeda de troca no recreio

Antes da era dos celulares, o que movimentava o recreio eram Tazos, figurinhas e cards

Na era pré-smartphone, o pátio da escola era um campo de batalha onde as armas eram feitas de papel, plástico e muito apego emocional. Esqueça mensagens de voz ou grupos de WhatsApp: nos anos 1990 e 2000, a verdadeira moeda de troca entre crianças e adolescentes era feita de Tazos, figurinhas e cards.

Quem tinha as mais raras era rei (ou rainha) do recreio. Relembrar essa época é revisitar um tempo em que diversão cabia no bolso da mochila.

Tazos — a febre redonda

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Lançados pela Elma Chips em 1997 no Brasil, os Tazos vieram como brinde nos pacotes de salgadinhos e rapidamente viraram obsessão nacional. Começou com os Tazos do Looney Tunes, mas logo vieram coleções de “Pokémon”, “Dragon Ball Z” e até “Star Wars”. Feitos de plástico resistente, com versões metalizadas e 3D, alguns Tazos valiam mais que muito brinquedo caro da época. Trocar, apostar e perder um Tazo raro era quase um drama grego em miniatura.

Figurinhas — muito além do futebol

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As figurinhas nunca saíram de moda, mas naquela época eram ainda mais valiosas. A cada lançamento de álbum, as bancas de jornal se tornavam pontos de encontro para negociações acirradas. Nomes como “Dragon Ball Z”, “Cavaleiros do Zodíaco”, “Chiquititas”, “Pokémon” e os clássicos da Copa do Mundo movimentavam filas de crianças com bolos de repetidas. A mais temida de todas? Aquela que sempre faltava: a “brilhante”.

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Sem falar nas figurinhas daqueles álbuns que prometiam entregar prêmios como bicicletas, videogames, televisão, dominós, roletas de cassinos etc. Elas eram menos disputadas, mas mesmo assim ainda figuravam o recreio de algumas escolas, principalmente nas periferias. 

Cards colecionáveis — o status na palma da mão

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Os cards não ficavam atrás. Franquias como “Yu-Gi-Oh!”, “Pokémon”, “Dragon Ball Z”, “Marvel”, “Supernatural” e “Digimon” geraram cartas colecionáveis que se tornavam verdadeiros itens de luxo no recreio. Alguns vinham com efeitos holográficos, outros faziam parte de edições limitadas. E não importava se você sabia jogar ou não: o importante era exibir e, claro, trocar por algo à altura.

Moeda social do recreio

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Mais do que apenas brincadeiras, esses itens funcionavam como uma forma rudimentar de economia infantil. Existia uma hierarquia não oficial que girava em torno das figurinhas brilhantes, dos Tazos raros e dos cards que vinham em revistas gringas. Alianças eram feitas, amizades eram postas à prova e, vez ou outra, um bom “fura-fila” era perdoado se você tivesse algo muito valioso na mão.

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O fim de uma era (ou não)

Tazos, cards e figurinhas que viraram moeda de troca no recreio

Com o avanço dos jogos digitais e redes sociais, a febre dos colecionáveis perdeu espaço nas mochilas escolares. Ainda assim, hoje em dia muitos adultos continuam colecionando essas relíquias ou comprando de volta os itens da infância em sites como Shopee, OLX e Mercado Livre. A nostalgia virou mercado. E a memória daqueles tempos simples, em que tudo podia ser resolvido com uma figurinha repetida, continua viva.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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