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Batman v Superman: este filme pode ser chamado de clássico?

Recentemente eu presenciei alguns comentários em um grupo do Facebook dizendo que “Batman v Superman” (2016) é um clássico do cinema moderno. A discussão estava frenética, muitos fãs estavam praticamente num processo de adoração ao filme e elevando-o a um patamar na qual nunca esteve.

Resolvi pesquisar em quais circunstâncias um filme pode ser chamado de clássico. Para embasar o argumento, trouxe alguns depoimentos de professores de cinema, cineasta, produtor de conteúdo especializado em quadrinhos e jornalistas que cobrem cultura ou já cobriram cultura durante boa parte de sua carreira.

Batman v Superman: este filme pode ser chamado de clássico?

Segundo a Academia Internacional de Cinema (AIC), um filme se torna clássico quando se enquadra nos requisitos abaixo.

“Historiograficamente, o cinema clássico abrange um período que vai do nascimento do cinema, em 1895, até o início do movimento neorrealista italiano, na década de 1940. Muitos dos filmes dessa época, inclusive os da chamada de Era de Ouro de Hollywood, ainda se mantêm como favoritos dos espectadores, mesmo após serem vistos e revistos inúmeras vezes. Tais obras se tornaram parte do cânone da sétima arte e são apresentadas como referências para quem estuda a história do cinema mundial.

Nos Estados Unidos, um filme somente pode entrar no National Film Registry 25 anos após a data de seu lançamento. Esse é o tempo aproximado para que um longa possa ser considerado clássico, na opinião de alguns estudiosos. Contudo, a definição também varia conforme o parâmetro analisado:
* Um clássico pode ser um filme que bateu recordes de bilheterias ou de premiações.
* Pode ser um filme original e diferente da maioria.
* Pode ser também um filme que influenciou muitas pessoas e se tornou parte da cultura, de alguma forma.
* Um filme que é considerado atemporal e memorável.
* Em geral, são consideradas clássicas as produções do período denominado Era de Ouro de Hollywood.”

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Batman v Superman: este filme pode ser chamado de clássico?

Ou seja, “Batman v Superman” (2016) não atende a nenhum deles. Ainda sim, em um depoimento dado para o mesmo site, editor e crítico do Papo de Cinema e professor da AIC, disse o seguinte:

“Em linhas gerais, o cinema clássico é caracterizado por narrativas lineares, com início, meio e fim bem definidos e um encerramento fechado. Também é uma constante do período clássico a soma de procedimentos para gerar certa magia, como se não fosse possível ao cinema se apresentar ao espectador enquanto fruto de uma série de artifícios. Especialmente no cinema hollywoodiano, eram comuns os finais felizes e/ou conciliatórios”.

Não contente apenas com depoimentos já existentes pela web, trouxe a opinião de profissionais da comunicação e da área do cinema para deixar o artigo ainda mais democrático.

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César é especializado em cultura pop, escreve atualmente para o Nexo Jornal e já passou em veículo como: Jovem Nerd e Omelete.

Pablo é colaborador do Terra Zero, site dedicado ao quadrinhos e também faz parte do podcast ComicPod, que fala de quadrinhos e cultura pop no geral .

Rodrigo é editor chefe do RedBull.COM, mas já colaborou com diversos jornais do País e fora dele. Também foi responsável pelo caderno de cultura do jornal Destak durante alguns anos.

Giovanni Rizzo é cineasta e crítico de cinema. Já dirigiu clipes, curtas e continua falando do que mais ama na vida, a sétima arte.

Bom, diante das informações trazidas neste artigo, ficou evidente que “Batman v Superman” vai precisar de mais um tempo para ter a chance de se tornar um clássico. Acredito que esse tipo de discussão são feitas por fãs que confundem as diferenças entre ser clássico e ser cult.

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Eu gosto do filme, tenho ele em bluray, assisti no cinema, tenho camisetas lançadas na época para ajudar a promover o filme, mas ele está longe de ser um clássico ou de ter chances para se tornar um num futuro muito próximo. O certo seria os fãs mais calorosos colocarem o filme num barril de carvalho e deixar envelhecendo. Quem sabe daqui a duas décadas ele tenha um outro gosto.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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