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HQ do Dia | Robin War – Saga Completa

Há tempos que Robin deixou de ser um mero sidekick para se tornar uma figura essencial no universo de Gotham e em de fato todo o universo DC Comics. Ao menos uma das várias encarnações do menino prodígio (ou uma de suas subsequentes evoluções) marcaram a vida de qualquer leitor que acompanha os títulos relacionados ao Batman. Sim, todo mundo tem aquele Robin do coração, né?

Bom, 2015 foi o ano em que celebramos 75 anos de Robin. E a DC Comics aproveita a data para lançar uma saga reunindo todas as encarnações do menino prodígio (Na atual Terra-0 do Multiverso é bom lembrar) e uni-los a esta nova geração de Robins que começa a surgir no novo título “We are Robin” (leia a resenha aqui). Esta saga que foi começou a ser publicada no final de 2015 e terminou em Janeiro de 2016 se chama “Robin War”.

A ordem de leitura de “Robin War” se inicia com a one shot “Robin War”#1 e segue nas edições “Grayson”#15; “Detective Comics”#47; “We are Robin”#7; “Robin: Son of Batman”#7 e culmina na one shot final “Robin War”#2. A saga ainda faz tie ins nas edições 13 de “Gotham Academy”; 7  de “Red Hood / Arsenal”; 15 de “Teen Titans” e tem 3 epílogos em “Robin: Son of Batman”#8; “We are Robin” #8 e “Teen Titans” #16. No entanto nenhum dos tie ins impactam diretamente na leitura da saga principal e se você quiser ler somente as 6 partes da saga pode ficar tranquilo.Robin-War

A guerra dos Robins tem início quando um trágico evento envolvendo um dos novos jovens vigilantes e um policial dá início a uma perseguição a todo adolescente vigilante utilizando o símbolo “R” em Gotham. A perseguição é justificada pela Conselheira da cidade de Gotham chamada Noctua. A personagem institui a chamada “Lei Robin” que autoriza força policial da cidade a perseguir jovens associados ao movimento “Robin”. Com esta confusão instalada na cidade não demora muito para que os antigos Meninos Prodígios Jason Todd, Tim Drake, Dick Grayson e o atual Robin Damian Wayne (que estava em uma viagem mostrada em “Robin: Son of Batman”) retornem à cidade para tentar orientar os novos Robins e resolver a situação. Como estamos falando de um conflito de larga escala em Gotham, logicamente existe interesse de alguma organização criminosa por trás disso tudo. Aqui isso se dá na forma da Corte das Corujas (Não é Spoiler. As Corujas aparecem em várias capas da saga). Isso põe todos os Robins em conflito direto com o departamento de polícia de Gotham e a Corte das Corujas ao mesmo tempo.

“Robin War” é uma saga que atravessa vários títulos da Bat-Família portanto seu roteiro é uma colaboração entre roteiristas como Tom King, Tim Seely, Peter J. Tomasi, Lee Bermejo e Patrick Gleason – os roteiristas das séries mensais na qual a saga é publicada. Esta alternância entre escritores acaba dando uma dinâmica bem interessante para a saga, que apesar de ter uma história bem linear cronologicamente varia entre pontos de vista eventualmente. O problema principal é que apesar de todo este dinamismo entre pontos de vista, uma decisão específica do roteiro na postura de Dick Grayson em relação aos Robins no final da segunda parte da saga e as subsequentes repercussões da atitude de Dick naquela ocasião desmerecem todos os Robins restantes os colocando em uma situação meio que ridícula se formos analisar que os veteranos ali foram treinados pelo próprio Batman. Deste ponto em diante a saga que tinha uma premissa razoável (Há de se reconhecer que tem muito de “Guerra Civil” de Mark Millar ali no início) cai em um amontoado de cenas de ação entre os a polícia, os Robins e em seguida a Corte das Corujas. A conselheira Noctua se torna uma mera ferramenta da organização sem muita tridimensionalidade e a presença do novo Batman também não contribui em praticamente nada para a saga. Apesar disso, as interações entre os vários Robins durante toda a saga são sim muito divertidas e especificamente na edição 15 de “Grayson” escrita por Tim Seely temos aquelas cenas de passagem do bastão entre a velha e nova guarda de Robins. Este tipo de coisa não vale a saga inteira, mas são ótimos momentos isolados que podem cativar o leitor.

A arte em “Robin War” é bastante inconsistente. Por se tratar de um evento que circula entre publicações regulares com equipes de arte específicas, temos os desenhos caprichadíssimos de Mikel Janin em uma parte e coisas não tão agradáveis aos olhos como as ilustrações de Scott McDaniel em outro momento. Portanto não dá pra fazer uma avaliação muito precisa da arte da saga como um todo. A cada edição temos uma surpresa que pode ser agradável ou não dependendo do gosto pessoal do leitor.

“Robin War” tem sua relevância por tentar unir duas gerações de Robins em um evento com uma premissa que apesar de não ser muito original, é válida para o contexto atual de Gotham. O problema é que um enorme tropeço no desenvolvimento da história acaba por ridicularizar todos os Robins veteranos com exceção de Dick Grayson. Além disso, excluindo as interações entre os Robins novos e antigos e alguns diálogos engraçadinhos aqui e ali a saga não acrescenta muito aos personagens e modifica somente o status quo de Dick e talvez um pouco de Duke Thomas. “Robin War” tem um roteiro no fundo bem burocrático e apesar de muita ação, diverte somente por reunir um elenco grande de personagens que tem personalidades conflitantes. Se você curte Jason Todd trocando farpas com Damian Wayne ou Tim Drake talvez engula a saga. Caso contrário trata-se de uma leitura regular a razoável que de fato não convence.

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Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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