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HQ do Dia | Howard the Duck #1

O Pato mais adorado do Universo Marvel está de volta. Trazido de outra dimensão ao Universo 616 pelo chamado “Nexo das realidades” a ave antropomórfica mais sensata da história do quadrinhos estreia hoje seu título solo. E que (desculpem o termo) puta estreia!

O roteiro de Howard é de autoria do ilustrador e co-criador do sucesso Sex Criminals da Image, Chip Zdarsky e nos transporta para o reduto dos super-heróis indie da Marvel – o Brooklyn em Nova York. Lá o Pato tenta ganhar a vida como um investigador particular em um escritório ao lado do escritório de advocacia de Jennifer Walters (mais conhecida como a Mulher-Hulk).

A primeira edição já coloca o protagonista em um caso de investigação para reaver um artefato que foi roubado por Felicia Hardy – a Gata Negra. Nohoward_the_duck_1_cover entanto o próprio Howard pode estar correndo um sério risco de vida por ser o único Pato falante do Universo Marvel. Howard é retratado aqui como um adorável encrenqueiro, extremamente debochado, sarcástico e amargo. O Pato não está nada satisfeito em estar preso no Universo 616 e deixa isso bem claro durante toda esta edição, o que é hilário. Já somos apresentados a uma co-protagonista na figura da tatuadora Tara que faz aquela função meio Dawn Greenwood (da revista do Surfista Prateado) de mostrar a surrealidade do Universo Marvel através dos olhos de uma pessoa comum. Os diálogos nesta estreia são o destaque. Howard é tudo que se espera do personagem e as situações propostas são extremamente divertidas. Apesar de não haver referência clara na primeira edição ao longínquo passado editorial da Ave (as referências são mantidas na página da sinopse inicial) o roteiro e os diálogos de Zdarsky representam com fidelidade emocionante este ícone do absurdo em forma de quadrinhos. Howard é apaixonante desde sua primeira aparição na prisão e carrega um roteiro simples e sem nada excepcional com extrema facilidade somente se valendo de suas penas e sua personalidade magnética.

A arte em Howard #1 é de Joe Quinones e a opção editorial por um artista com um traço meio retrô é acertadíssima. O protagonista tem um visual clássico, mas totalmente integrado ao ambiente e ao resto do elenco “humano” da revista. Em cenas com personagens conhecidos da Universo Marvel, Quinones nos lembra como os desenhos da década de 1970 eram valiosos em termos narrativos. O ilustrador já mostra seu cartão de visita desenhando desde a já citada Mulher-Hulk (e todo o elenco de apoio da sua última fase escrita por Charles Soule) até o Homem-Aranha e algumas surpresinhas cósmicas do Universo Marvel.

Howard the Duck #1 é de fato uma estreia empolgante. A HQ, apesar de se passar no âmago do Universo Marvel tem uma inegável pegada independente e satírica (inclusive se valendo de uma montagem no melhor estilo “filmes de superação” no meio da edição). O protagonista consegue se manter no comando de seu próprio título o tempo todo e ofuscar ícones como Mulher-Hulk e o próprio Homem-Aranha. Isso tudo sendo um dos caras mais mal-humorados, ranzinzas e “reclamões” do cast da editora atualmente. A leitura é extremamente divertida, leve e tem cenas que provavelmente farão muitas pessoas rirem ruidosamente. O colapso do Multiverso Marvel gerou muita confusão nos últimos meses, mas a chegada de Howard ao Universo 616 através dessas trapalhadas multiversais da editora foi um belo presente para os leitores de bons quadrinhos da Marvel.

Leia minha última resenha : HQ do Dia | Lanterna Verde / Novos Deuses – Godhead – A saga completa

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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