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HQ do Dia | Titans Hunt #1

No já longínquo ano de 2011, quando a DC Comics relançou toda a sua linha de quadrinhos após o evento Flashpoint através dos infames “Novos 52” alguns personagens aparentemente não tiveram grandes alterações em suas versões anteriores, no entanto outros sofreram mudanças tão radicais que chegaram a afastar antigos leitores de seus títulos. Isso aconteceu com o grupo de meta humanos conhecido como “Jovens Titãs”. Em sua versão “Novos 52”, os 2 títulos do grupo fracassaram em angariar fãs mais tradicionais e também não tiveram apelo suficiente para atrair leitores novos, sobrevivendo em um limbo editorial sustentado somente pelos fãs mais fervorosos da franquia.

Pulamos para a DC Comics pós-Convergence e com a reunificação de todo o multiverso da editora (entenda o que aconteceu aqui) os autores finalmente tem liberdade para trazer de volta (na medida do possível) linhas temporais e versões dos seus queridos personagens do período Pré-Flashpoint. Trata-se do caso da recente publicação “Superman: Lois e Clark” (já resenhada aqui) e da maxi série em 12 partes chamada “Titans Hunt” escrita pelo veterano Dan Abnett (co-responsável pela fase mais prolífica dos Guardiões da Galáxia na Marvel) e ilustrada por Paulo Siqueira (responsável pela arte nos títulos da Terra-2 antes e durante a saga “Worlds End”) e Geraldo Borges (do terrível título “Red Hood and the Outlaws”) .

HQ do Dia | Titans Hunt #1A primeira edição de “Titans Hunt” claramente apela para o leitor antigo com aquela promessa marota de uma reunião dos Titãs clássicos em suas versões mais queridas. Isso se dá desde seu título – uma clara referência ao arco em doze partes escrito por Marv Wolfman no título dos jovens heróis na década de 1990. No entanto quase que na sua totalidade a revista é protagonizada pelas versões atuais dos Titãs. Aqui vemos um Roy Harper atormentado e cedendo a vícios, um Dick Grayson atuando como agente da Spyral (como em seu gibi solo) em uma missão envolvendo os Atlantes, mas sendo acometido por visões, além de uma misteriosa Donna Troy que não faz praticamente nada de especial na primeira edição. Todos são unidos pela misteriosa Lilith, uma terapeuta “precognitiva” que parece conhecer muito sobre os Titãs da fase pré-Flashpoint. E a primeira edição se resume basicamente a isso: “Gente! Estou com essas visões de um tempo que não vivi! O Q TÁ CON TESENO?!”

Se levarmos em consideração que a história se desenvolverá no curso de 12 edições podemos até relevar a falta de uma premissa mais clara e o ritmo meio sonolento desta primeira edição. No entanto, para os leitores mais “afobadinhos” e os fãs dos momentos “massavéi” ainda é muito cedo para se empolgar. A primeira edição se baseia em visões de outra época e referências e é basicamente isso. Diálogos nada especiais, transição de cenas que não alteram o ritmo da leitura em nada e caracterização nem um pouco carismática dos protagonistas.

A arte dividida entre Paulo Siqueira e Geraldo Borges também acaba mostrando bem inconsistente e nada atraente. O principal problema são as transições bastante abruptas no curso da primeira edição. Apesar de terem estilos semelhantes, os traços dos dois artistas não se complementam de forma natural e as transições entre as cenas acabam parecendo recortadas e coladas. Não é um desastre visual completo, mas “Titans Hunt” #1 não é um título de estreia com uma apresentação das mais elegantes do mercado atualmente. E o visual na primeira edição importa neste mercado.

Para os fãs antigos, “Titans Hunt” é uma promessa muito legal, escrita por um profissional extremamente competente, que resgata alguns valores dos Titãs clássicos e pode ser a salvação desta franquia na DC pós-Flashpoint. Com uma arte irregular e atabalhoada entre as transições de cena, a estreia da maxi-série depende muito da boa vontade e esperança de que a premissa proposta por Dan Abnett gere bons frutos em seu futuro. Mas, como dito antes: É uma promessa.

Veja também: Batman Vs Superman – A Origem da Justiça | Assista ao novo teaser trailer

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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