Isaias Setúbal Vencedora na categoria de “Melhor Minissérie” do Eisner Award no ano de 2008, The Umbrella Academy é uma série em quadrinhos escrita por Gerard Way – popularmente conhecido pelo seu tempo como vocalista da extinta banda “My Chemical Romance” – e ilustrada pelo grande Gabriel Bá. A série, que acompanha um grupo de seis crianças dotadas de super-poderes que foram adotadas por um milionário e criadas como super-heróis, já teve dois volumes lançados pela Dark Horse Comics e publicada no Brasil pela editora Devir.
Como o título auto-explica, The Umbrella Academy Vol. 1 – Suíte do Apocalipse se trata do primeiro volume da série, reunida em seis partes, além de histórias curtas raras e uma seção de desenhos e esboços apresentado trabalhos feitos por Gerard Way e Gabriel Bá. Em um inexplicável evento, quarenta e três crianças foram geradas espontaneamente por mulheres que não apresentavam sinais de gravidez. Sete dessas crianças, foram adotadas por Sir Reginald Hargreeves e formaram a Umbrella Academy, uma família disfuncional de super-heróis com poderes bizarros. Em sua primeira aventura, essas crianças enfrentam uma enlouquecida Torre Eiffel. Quase uma década depois, a equipe se separa, mas esses irmãos desiludidos se reúnem bem a tempo de salvar o mundo outra vez.
Disfuncionais e bizarros, os personagens do universo único criado por Gerard Way soam devidamente interessantes e atrativos a sua maneira, em meio a uma proposta de trama que os contrasta. Isto é, tais personagens peculiares são desenvolvidos em meio a uma trama que flui de forma harmoniosa, com certo descompromisso e uma simplicidade hipnótica. A realidade do universo construído por Way é dura, mas aqui as coisas são o que são é não há nada de estranho no anormal.
Monumento mundial destruindo cidade. Viagem no tempo. Robôs programados para destruir. Dramas familiares. Tudo parte da rotina – sendo você herói, vilão ou um reles cidadão.
É bastante interessante também, ver como Gerard Way explana das relações interpessoais de seus personagens; quando não estão lutando em grupo contra as forças do mal – às vezes até nesses instantes –, eles estão discutindo com discursos objetivos que atuam de forma inteligente e com a presença de um humor ácido formidável. Mais do que ser só uma família “modelo X-Men” protagonizando uma série de quadrinhos, The Umbrella Academy é o próprio “modelo Família Indie” no gênero.
Um outro aspecto devidamente adorável deste encadernado é a sua arte única e “alternativa” assinada por Gabriel Bá. Seus traços são bem desenvolvidos, trazendo uma nostalgia “classuda” e encaixando perfeitamente na essência do universo arquitetado por Way. Sobretudo por causa das cores de Dave Stewart, que de forma vibrante valorizam o traçado do artista e intensificam tal essência. As capas originais feitas por James Jean são tão perfeitamente desenvolvidas quanto lindas o bastante para se posterizar e emoldurar na parede de um cômodo.
The Umbrella Academy Vol. 1 – Suíte do Apocalipse – Volume 1 é um volume que traz a proposta de uma minissérie em quadrinho interessante, com uma arte e coloração “classuda” em meio a um universo descompromissado, simplista, harmonioso e funcional. Isto é, ler The Umbrella Academy Vol. 1 – Suíte do Apocalipse é permitir-se desbravar um novo universo ante um encorpamento fantástico entre trama, arte e cores, em meio a uma leitura relaxante e de retorno certeiro de agrado.
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