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HQ do Dia | Kingsman – O Serviço Secreto

Mark Millar é um dos autores mais celebrados nos quadrinhos nos últimos 20 anos. Seu trabalho sem precedentes na Marvel, DC e em franquias autorais ajudou a redefinir o jeito de se contar histórias em arte sequencial. Se você é leitor de quadrinhos não precisa de um parágrafo inteiro citando suas obras para reconhecer o talento do autor Britânico.

Em 2011 o roteirista se uniu ao diretor Matthew Vaughn (Kick AssX-Men: Primeira Classe) e ao artista Dave Gibbons (Watchmen) para criar akingsman-servico-secreto-panini-vai-lancar-hq-este-mes franquia em quadrinhos chamada Secret Service. Em 2012 a HQ, que tem uma história dividida em seis partes, foi lançada pelo selo Icon Millarverse e teve boa repercussão tanto em vendas quanto da crítica especializada. Recentemente a série em quadrinhos foi adaptada para o cinema pelo mesmo diretor que ajudou a criá-la originalmente (Leia aqui a resenha do filme) e aproveitando o hype do lançamento da película no Brasil a editora Panini recentemente anunciou que um encadernado com estas seis edições será lançado em terras tupiniquins no dia 16 de Março.

Conforme o próprio autor revelou em entrevista (Sim. Nós entrevistamos Mark Millar e você pode ler aqui) a trama em O Serviço Secreto é extremamente simples: O jovem marginal Gary é recrutado por seu tio Jack London que trabalha para o Serviço Secreto Britânico e treinado para ser um super-espião. Enquanto isso celebridades da cultura pop mundial vem sendo sequestradas e o Serviço Secreto tenta desvendar este mistério. A descrição do autor que cita o filme Uma linda mulher é perfeita. O Serviço Secreto é a clássica história do jovem desprivilegiado, com educação e recursos limitados que é moldado em algo completamente novo através de um treinamento rigoroso. Neste caso o roteirista usa a alegoria do gênero de espionagem para contar sua história, mas a premissa é de fácil compreensão e isso ajuda demais a leitura. Logicamente em se tratando de Mark Millar a HQ não poderia simplesmente tratar da história do garoto pobre que vira um super-espião. A revista é recheada de crítica social, violência, sexo e sátira cultural. Tudo na medida certa. O autor faz uma bela homenagem ao gênero de espionagem clássico e alterna entre as românticas cenas de ação e aventura com todas aquelas traquitanas no melhor estilo 007 e cenas bem violentas de ação. Cenas surreais de perseguição, vilões com planos de escala global, trama internacional, capangas maléficos e esquisitos, mulheres sendo seduzidas, enfim… Tudo aquilo que fãs de espionagem clássica adoram. Então se você é fã do gênero é um prato cheio coberto com uma generosa calda de violência gráfica. Os diálogos tem a dose certa de referências à cultura Britânica para não alienar uma audiência internacional e temos personagens com vozes e motivações bem claras e distintas. Além de cliffhangers até bem inesperados para este tipo de história.

A arte de Dave Gibbons cai como uma luva no tom saudosista / brutal de O Serviço Secreto. O artista com seu traço limpo e claro característico é perfeito nas cenas de ação surrealistas que são características do gênero e extremamente eficiente quando o assunto é violência gráfica. O resultado é uma apresentação visual que mistura o mais clássico e o horrível que os quadrinhos contemporâneos podem oferecer. Cada quadro desenhado por Gibbons é caprichado e bem trabalhado (dentro de seu estilo) como se o artista tivesse um prazo muito confortável para investir seu talento neste roteiro. Quem ganha com isso somos nós leitores que podemos apreciar um de seus melhores trabalhos.

O Serviço Secreto é um tributo ao gênero de espionagem clássico. Uma história extremamente simples e vendável com reviravoltas na medida certa, humor inteligente, elenco cativante e até passagens com algumas lições de valores morais que não soam demagogas ao extremo. Acima de tudo a série é uma leitura muito confortável, bem desenhada, despretensiosa e divertida. Uma franquia que, caso tenha uma continuação será muito bem vinda e novamente uma alternativa muito interessante de material que Mark Millar oferece a um mercado saturado de histórias de super-heróis e afins.

Leia minha última resenha: HQ do Dia | Princesa Leia #1

 

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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