O Homem-Anfíbio (1962) | Condenado pelo crime de amar demais
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O Homem-Anfíbio (1962) | Condenado pelo crime de amar demais

Conheça um dos filmes de ficção científica mais populares da União Soviética

Lembra da história de uma criatura marinha que se apaixona por uma humana? Lembra que uma história desse tipo chegou a ganhar quatro Óscares, incluindo o de melhor diretor e melhor filme? Pois bem! “A Forma da Água” (2017), de Guilhermo Del Toro, tem forte influência de “Homem-Anfíbio” (1962), dos soviéticos Gennadiy Kazanskiy e Vladimir Chebotaryov.

O Homem-Anfíbio (1962) | Condenado pelo crime de amar demais
“O Homem-Anfíbio” e “A Forma da Água”

É importante dizer que quando a gente vai assistir um filme clássico ou antigo, nós temos que nos livrar de todos os conceitos criados sobre uma bela narrativa, efeitos especiais, desenvolvimento de personagens, etc. Filmes dessa época, principalmente os produzidos na União Soviética, são mais artísticos, geralmente tem um ritmo mais lento e por isso é bom embarcar na história e curtir a vibe, sem pressa e de mente aberta.

Baseado no romance de Alexander Belyayev, “O Homem-Anfíbio” se tornou um dos mais populares títulos de ficção científica da União Soviética. Na história, um cientista transformou seu filho em uma criatura anfíbia para curá-lo de uma doença em seus pulmões. A criatura, Ictiandro (‘Ichtiandr’ do grego: peixe + homem), interpretado por Vladimir Korenev, assusta os supersticiosos mergulhadores de pérolas de uma cidade do interior Argentina enquanto vagueia por seu mundo subaquático. Ictiandro apaixona-se pela bela Guttiere (Anastasiya Vertinskaya), filha de um pescador, depois que a salva de um ataque de tubarão. Quando ela se casa com um mergulhador desprezível, Ictiandro deixa sua vida subaquática para viver em terra firme e tentar conquistá-la.

O Homem-Anfíbio (1962) | Condenado pelo crime de amar demais

O peixinho fora d’água logo percebe que se passar muito tempo longe do mar, a vida azeda. Sabendo disso e das habilidades que Ictiandro tem para encontrar pérolas no fundo do mar, o marido de Guttiere corre para explorar a criatura e faturar no mercado de pérolas.

Mas isso está longe de ser um problema para o homem peixe, fato é que ficar longe de quem ele ama e das águas claras do oceano, é como se a sua vida em terra firme estivesse com os dias contados. Seu inimigo não vai aliviar nadinha e, de quebra, ele vai pagar caro por amar demais.

O Homem-Anfíbio (1962) | Condenado pelo crime de amar demais

“O Homem-Anfíbio” está longe de ser uma obra-prima, isso é fato. Mas não é de se jogar fora. Você provavelmente vai achar os efeitos e a história toscas, não vai entender por qual motivo Ictiandro mora numa espécie de batcaverna no fundo do mar e pode até rir da atuação de seu pai. Mas o filme traz uma ótima fotografia, trilha sonora bacana e lições ambientais que ainda continuam atuais.

No mais, é uma história sem final feliz na qual duas pessoas que se apaixonam não podem ficar juntas por conta de um macho escroto que acha que é dono de tudo. Na União Soviética amar era um crime e o réu pagava caro. Tanto é que por conta do tempo que ficou fora do mar, Ictiandro nunca mais pôde viver na superfície como antes.

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Vale assistir ao “O Homem-Anfíbio” para complementar sua bagagem cultural, vale também como carimbo de filme para melhorar sua carteirinha de cinéfilo e para quem gosta de conhecer coisas novas.

“O Homem-Anfíbio” é o segundo volume da London Archive Colletcion lançado em DVD pela 1Films. Se quiser, você pode comprar o seu aqui.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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