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Wu Assassins (2019) | Sem expectativas em uma trama batida

Filmes e séries de artes marciais foram grandes sensações nos anos 80 e 90, o auge de nomes como Jean-Claude Van Damme e Chuck Norris, hoje o gênero vive de suspiros e pequenas descobertas, falta achar algo bom, mas Warrior diz o contrário, o que não acontece tão bem com “Wu Assassins”, a primeira série original do Netflix nesse gênero.

Criada por Tony Krantz e John Wirth, ambos produtores de séries como “24 Horas” e “Hell on Wheels”, este marca o primeiro comando na criação, apesar de boas ideias, o trabalho final sofre de originalidade, qualidade e carinho. A premissa é cansativa e usa a famosa jornada do “Escolhido” para salvar o mundo de forças do mal.

Wu Assassins (2019) | Sem expectativas em uma trama batida
Cena de “Wu Assassins”

Kai Jin (Iko Uwais) é um tranquilo cozinheiro no bairro de Chinatown em São Francisco, tudo que deseja era um trabalho honesto com seu food truck, mas como nada é um mar de rosas, sua vida vira um caos quando é escolhido para ser o salvador do mundo de forças obscuras, estas que têm forças transcendentais do Wu, ele deve ser tornar o assassino e aprender a controlar os poderes dos monges.

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Na famosa jornada do herói, ele não estará sozinho, seus quatros e inseparáveis amigos, Jenny (Li Jun Li), Lu Xin Lee (Lewis Tan) e Tommy (Lawrence Kao) o ajudarão a enfrentar o grande mal. Com a adição inesperada de CG (Katheryn Winnick), uma policial disfarçada que pode ajudá-lo a derrubar a máfia Tríade. O que Kai acredita ter o poder escuro nas mãos de seu pai adotivo Uncle Six (Byron Mann), é apenas o início de uma trama maior com a chegada de Alec McCullough (Tommy Flanagan).

Wu Assassins (2019) | Sem expectativas em uma trama batida
Cena de “Wu Assassins”

De início, a narrativa não consegue empolgar e a falta de ritmo é grande, o começo enrola em apresentar com dignidade o universo místico e a jornada do herói, ao contrário do meio que traz algumas novidades e embates em um final raso e jogado que não favorece nem a profundidade do próprio vilão acarretando em um embate morno e sem sal.

A premissa do escolhido em salvar em mundo é tão mal aproveitada (mesmo algo que é batido pode trazer novos elementos) aqui nada é aproveitado, nem mesmo um caminho para originalidade,  até mesmo os caminhos são perdidos porque não sabemos o que a série deseja ser, um conflito urbano ou algo místico e sobrenatural, apesar de fortes influências de “Os aventureiros do bairro proibido” (1986), tudo parece deslocado e despretensioso ainda mais quando tais momentos deveriam ser fantásticos.

Wu Assassins (2019) | Sem expectativas em uma trama batida
Cena de “Wu Assassins”

Não podemos se esquecer do elenco de nomes como Iko Uwais e Kathery Winnick mal aproveitados, isso comparado ao também elenco de apoio em sua maioria no automático. Faltou um pouco mais de comando de direção e controle, dificilmente compramos as atitudes e motivações dos personagens. Todos passam tranquilamente batidos.

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Iko Uwais chamou atenção do ocidente após estrelar “Operação Invasão” (2011) com suas coreografias, o estilo de luta da Indonésia chamado Silat, porém o que era fantástico aqui carece de bons momentos (o que lembrou muito Punho de Ferro), cenas de lutas mal aproveitadas e sem carisma, desperdiçada até mesmo nas cenas de Mark Dacascos em suas poucas aparições.

Wu Assassins (2019) | Sem expectativas em uma trama batida
Cena de “Wu Assassins”

A trilha sonora é uma das coisas que mais reparamos e de boa qualidade, a melhor coisa executada em todo o conjunto, músicas escolhidas em momentos cruciais que casam tranquilamente, especialmente quando é utilizado o hip hop asiático, o que condiz com o ambiente urbano e a essência da série.

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“Wu Assassins” peca por não trazer novidades, algo que é afetado por seu roteiro e a precária falta de investimento no título, o que torna toda a produção esquecível até mesmo pela participação dos atores e suas coreografias, apesar do gancho para uma segunda temporada, dificilmente a produção conseguirá sobreviver aos cancelamentos futuros da Netflix.

Escrito por Rafael Tanaka

Publicitário, amante de cinema, quadrinhos, filmes e séries. Sempre existe coisas para se descobrir nesse mundo da cultura pop.

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