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Titãs – 2ª Temporada | O cansaço e a ausência de controle

Com o sucesso da primeira temporada no DC Universe e sua qualidade de história e personagens, mesmo depois de inúmeras críticas, claro que era de esperar uma segunda temporada da equipe. Lançada ano passado e que foi distribuída no Brasil pela Netflix, a nova temporada carrega a carga do ano anterior, mas se perde uma trama cansativa e maçante.

Criada pelo Greg Berlanti, Akiva Goldsman e Geoff Johns, grandes nomes dentro da DC, a série aposta sua qualidade nas melhores equipe da editora. Como desenvolvida exclusivamente para streaming, a trama e seu tom receberam tons maduros e recheados de violência, sem esquecer de rudimentar os conflitos pessoais de cada personagem. 

A equipe original na segunda temporada de Titãs

A segunda temporada de Titãs começa exatamente com o desfecho da gancho solto da primeira, a batalha contra o demônio Trigon pela equipe que deixa uma forte carga emocional em Rachel (Teagan Croft). Ela, Gar (Ryan Potter) e Jason Todd (Curran Walters) são treinados sozinhos por Dick Grayson (Brenton Thwaites) para uma nova formação da equipe em lidar contra o mal, pois Kory (Anna Diop) decidiu seguir seu próprio caminho. A nova formação não parece estar em profunda ligação em receber um peso tão grande em suas vidas. 

Neste novo ciclo, Slade Wilson (Esai Morales), um antigo vilão que causou a separação da equipe original, não recebe nada bem essa nova iniciativa. Decidido e com seus conhecimentos apurados, Wilson não deseja apenas destruir a nova equipe como também se vingar da antiga formação. Em meio aos fantasmas do passado, a equipe ainda precisa lidar com a aparição de Conner (Joshua Orpin) e seu cachorro Kripto que carregam mistérios de um estranho projeto científico. 

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Kory e Rachel na segunda temporada de Titãs

Com 13 episódios, a segunda temporada ainda consegue aproveitar mal sua narrativa, pois dificilmente compreendemos o caminho correto que ela gostaria de seguir, afinal temos três tramas separadas que em momento algum conversam entre si. A vingança do vilão semelhante ao arco “Contrato de Judas”, o projeto Cadmuns e o passado de Estelar, essa ausência de foco carece a perda de entusiasmo de nossa parte em algo que poderia facilmente ser consertado em apenas um caminho. 

Acredito que a razão para ser incluído tantas tramas seja a razão da produção desejar apostar em tudo que podia, pois não saberia se a série veria outra vez a luz do dia, o que no fim foi assumido a renovação para a terceira temporada. Essa necessidade de incluir vários núcleos perde a fluidez da narrativa e a emoção, fora que a pressa nos prejudica a ponto de acarretar a falta de interessa para a conclusão.  

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Conner, o Superboy na segunda temporada de Titãs

Não vamos negar que ainda há algumas coisas que podem ser salvas, exatamente quando a temporada decide investir em episódios solos de alguns personagens para explorar melhorar sua profundidade como é o caso do próprio Slade Wilson e de Conner que são bem aproveitados e os episódios flashbacks que dão uma carga muito maior para a sintonia da equipe original, pois a nova equipe não tem a mesma sintonia. 

Slade Wilson na segunda temporada de Titãs

Com a mesma identidade da anterior, a segunda temporada de Titãs segue o tom maduro e a violência como caminho, essa que agora é bem mais explícita do que antes, com boas cenas de pancadaria e sangue sem aquele controle de pudor. Porém nem sempre segue com sentido o tom, ainda que tente quebrar com toques de humor, esse não encontra seu significado e no fim se torna algo bem superficial. 

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No fim um dos maiores problemas foi a ausência de controle misturado com a necessidade da correria em provar sua relevância, pois fez uso de vários temas para encontrar apenas um caminho, quando poderia ter um foque simples porém direto em algo que acarretaria muito mais a curiosidade de quem a assiste. A segunda temporada de Titãs deixa com um vácuo, essa vazio de ser algo bem maior mas que fica preso em  suas próprias confusões de tramas.

Escrito por Rafael Tanaka

Publicitário, amante de cinema, quadrinhos, filmes e séries. Sempre existe coisas para se descobrir nesse mundo da cultura pop.

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