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Everything Sucks! | Quando aprendemos a ser e aceitar

Depois de “Stranger Things”, qualquer referência feita aos anos 90 em um filme ou série, ficou comum dizer que “isso é muito Stranger Things”. É legal ver a nova geração tratando as coisas desse jeito e isso é bem normal também.

“Everything Sucks!” segue o gênero de comédia de adolescentes de uma escola que se odeiam no começo, mas depois aprendem a conviverem e evoluem essa relação para uma amizade ou relacionamentos. Na indústria, o gênero é chamado de coming of age e praticamente foi popularizado pelo cineasta John Hughes responsáveis por filmes como “Clube dos Cinco” (1985), “Gatinhas e Gatões” (1984), “Curtindo a Vida Adoidado” (1986), entre outros.

Everything Sucks! | Quando aprendemos a ser e aceitar

“Everything Sucks!” se passa em Boring, Oregon, EUA, e gira em torno de um grupo de adolescentes do Clube do Filme e do Clube de Teatro que trabalham juntos em um projeto de filme de baixo orçamento. A série explora tópicos como verdadeira amizade, honestidade e amor.

A nostalgia é o combustível de “Everything Sucks!”. A série demonstra o poder desse sentimento com momentos comuns de um ambiente escolar e dos adolescentes passando de uma fase para a outra. Do garoto geek espertinho que usa seu talento para conquistar uma garota, quanto a menina mais popular da escola que sente necessidade de chamar a atenção e faz bullying com aquela que os alunos consideram a mais estranha.

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Everything Sucks! | Quando aprendemos a ser e aceitar

Pode parecer clichê? Pode! Mas não tem como uma série no estilo high school dos anos 90 fazer diferente. Sem cenas forçadas e que conseguem transmitir a personalidade de todos os personagens de forma natural. A Netflix também acertou ao colocar um garoto negro e uma garota homossexual para conduzir a narrativa. Exemplos que fortalecem a representatividade.

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Everything Sucks! | Quando aprendemos a ser e aceitar

Eu me senti representado por Luke também. Principalmente na forma como ele faz pra se expressar, de não ter medo de enfrentar o julgamento de outros alunos da escola diante de suas ações, como ele se iludia com um relacionamento que só existiu na cabeça dele ou fazia de tudo para encantar alguém por meio de presentes e surpresas.

“Everything Sucks!” é legal por isso, pela forma como você se sente representado por um ou outro personagem. Talvez pelo fato de ter sido lançada logo após uma temporada de “Stranger Things”, muita gente achou que era uma cópia barata da série arrasa quarteirão da Netflix.

“Everything Sucks!” estreou em 16 de fevereiro de 2018, contém 10 episódios de aproximadamente 30 minutos cada. Uma produção maratonável, trazendo assuntos pertinentes ao publico alvo, poderia muito bem ter dado certo. Todos os elementos apontavam pra isso.

Porém, a série foi cancelada em maio, apenas dois meses depois de sua estreia. Ted Sarandos, diretor de conteúdo da Netflix, disse que a maioria da audiência não chegou a terminar de assistir ao primeiro episódio e isso foi determinante para a descontinuação.

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Infelizmente, foi mais uma produção do serviço que os fãs ficaram órfãos. Enquanto isso, produções como “13 Reasons Why”, que conta muito bem sua história na primeira temporada, ganhou mais três renovações. O motivo é claro, se dá audiência, se gera novos assinantes, eles renovam. Não foi o caso de “Everything Sucks!”.

Mesmo com tudo isso, vale a pena assistir à série em um daqueles dias que você deseja ver algo leve e gostinho. Entre fitas VHS e músicas marcantes dos anos 90, “Everything Sucks!” entra na sua alma como um resquício do como a gente pode aprender a ser e a se aceitar.

“Everything Sucks!” está disponível na Netflix.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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