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The Umbrella Academy – 1° Temporada | Irregular e previsível, mas visualmente maravilhosa

Na última sexta-feira (15 de fevereiro) tivemos, por fim, o lançamento da primeira temporada de The Umbrella Academy no catálogo da Netflix. A série que adapta a HQ de mesmo nome originalmente publicada em 2008 pela a Dark Horse Comics e com autoria de Gerard Way e Gabriel Bá, nos apresenta a história de um grupo de sete crianças dotadas de super-poderes que foram adotadas por um milionário e criadas como super-heróis.

A premissa base é que em um inexplicável evento, quarenta e três crianças foram geradas espontaneamente por mulheres que não apresentavam sinais de gravidez. Sete dessas crianças foram adotadas por Sir Reginald Hargreeves e formaram então a Umbrella Academy – uma eventual família disfuncional de super-heróis com poderes bizarros. E apesar dos caminhos diferentes que cada membro da equipe toma, esses irmãos desiludidos se reúnem bem a tempo de salvar o mundo outra vez… Ou quase isso.

A primeira temporada de Umbrella Academy consegue materializar efetivamente seu leque de personagens naturalmente únicos e disfuncionais. Digo, eles conseguem, de forma geral, soarem interessantes e atrativos as suas maneiras, tanto individualmente quanto em coletivo; ainda que alguns personagens o façam mais do que outros. Nesse ponto, eu acabo destacando bastante personagens como o Klaus, Cinco e, até mesmo, Hanzel.

Ainda sim, mesmo com efeitos especiais contextualmente bem feitos e afins, eu particularmente sinto que algumas caracterizações de personagens poderiam ser melhores executadas. Como é o caso de personagens como Condutor (que até onde eu entendo, teve uma versão mais humanizada em visual e história) e/ou Violino Branco (esta última ao fim parecendo mais um cover de Marylin Manson do que da própria personagem em que se baseia).

The Umbrella Academy apresenta-se, ao menos nesta primeira temporada, por episódios cujo a cadeia de eventos é um tanto quanto irregular. A série só empolga a partir do segundo episódio, mas a partir desse ponto até o último episódio há algumas circunstâncias inconstantes de bons momentos contrastando com momentos que poderiam ser melhores executados (ou sequer nem existir na execução da série). Eventualmente, a irregularidade da temporada faz com que a série perca da fluidez harmónica que uma trama como The Umbrella Academy originalmente esbanja. Até certo ponto, é difícil dizer precisamente como a realidade do universo construído na adaptação televisiva dessa trama é, tendo em vista que “as coisas serem o que são”, não parecem receber ao menos uma certa base fundamentada.

Não o bastante, a primeira temporada de The Umbrella Academy desenvolve seus eventos de forma bastante previsíveis; resguardado alguns poucos momentos em que de fato possam surpreender a audiência com uma revira-volta significativamente notória. Isso acaba evidenciando certa falta do “dedo” de Gerard Way na execução de trama da série, já que o autor poderia ter implementado a “abordagem de desenvolvimento [previsivelmente] seguro” com “um certo descompromisso e simplicidade hipnótica” característicos de sua trama base.

Mas ainda sim, mesmo que com seus fortes deficits nesta primeira temporada, The Umbrella Academy consegue apresentar-se por meio de uma estética devidamente legal e de trama concisa, então complementada por uma trilha sonora interessante e, consequentemente, portando-se como um título regular de entretenimento válido.

 

Escrito por Isaias Setúbal

All I hear is doom and gloom. And all is darkness in my room. Through the night your face I see. Baby, come on. Baby, won't you dance with me?

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