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Lucifer – 2° Temporada | Limitada entre “queda” e “ascensão”

Na última segunda-feira de maio (29), a série televisiva Lucifer enfim deu conclusão ao seu segundo ano. E como de costume, e anteriormente prometido, agora trabalharemos nesse post a review completa sobre tudo o que foi proposto nesta segunda temporada da série, bem como suas formas de trabalho e apresentação.

Intitulado “Everything’s Coming Up Lucifer”, o primeiro episódio da segunda temporada deu inicio a uma nova e original trama, trazendo Lucifer Morningstar e Amenadiel na busca pela foragida mãe do Anjo Caído, uma Detetive Decker que busca por respostas quanto ao protagonista, bem como uma Mazekeen que agora procura entender sua existência bem mais além de apenas servir o Portador da Luz e, é claro, sucintamente apresentando demais personagens já conhecidos e/ou novos.

Lucifer - 2° Temporada | Limitada entre "queda" e "ascensão"

É impossível não reforçar que este Lucifer Morningstar é apresentado de maneira consideravelmente forte, interessante e impactante, na ótima atuação de Tom Ellis que mantem-se com o devido charme misterioso, sarcástico, prepotente e debochado que o Anjo Caído é caracterizado. Porém, a trama deste segundo ano atrativamente nos proporciona, também, as facetas de um Lucifer Morningstar lidando com suas dores e frustrações que estar na família mais poderosa do universo lhe permite ter.

Tom Ellis, em suas interpretações atrativa e simplista, permite que seu Lucifer Morningstar torne-se um personagem peculiarmente carismático e de identificações – as suas maneiras, para com o público. E, como se não bastasse por seu personagem fazer isso por si só, ele acaba por dá o devido brilho a trama e a série – a carregando – como um todo. O que é um ponto positivo e, ao mesmo tempo, negativo.

Lucifer - 2° Temporada | Limitada entre "queda" e "ascensão"

Um aspecto devidamente negativo que tenho de ressaltar sobre esta temporada se oriunda da proposta para outra personagem: Mazikeen. A primeira vista, ela parece se destacar com mais visibilidade na temporada. Contudo, com o percorrer da mesma, seu potencial é visivelmente deixado de lado. Não é como se a personagem não tivesse “culhões” para ter seu próprio espaço, principalmente se levar em consideração que ela é consorte de Lucifer e – de longe – a pessoa em que o mesmo mais confia. Vê a personagem de devida importância tendo seu potencial inexplorado, ou ao menos erroneamente feito, é frustrante!

E com isso, outra coisa se perde em meio a trama: Mazikeen e Lucifer. Algo em que este segundo ano pecou fora a falta de exploração – em qualquer nível – da importante relação entre Mazikeen e Lucifer, que vai muito além de uma forte amizade. E no único episódio que devidamente o fizera, mostrou como o aprofundamento e desenvolvimento desta relação é essencial.

É bem verdade que Chloe Decker, em especial pela visível química entre Tom Ellis e Lauren German, mantém-se ao centro como “proposta amorosa” principal. Porém, depois de ver Lesley Ann-Brandt e Tom Ellis contracenando – com uma química até então não vista durante a série – no episódio “Sympathy for the Goddess”, a única coisa que posso pontuar é que SERIA UM ERRO NÃO EXPLORAR E DESENVOLVER ESTA RELAÇÃO!

Lucifer - 2° Temporada | Limitada entre "queda" e "ascensão"

O roteiro proposto para movimentar o segundo ano de Lucifer foi de uma proposta interessante e certamente divergente dos quadrinhos. Ou seja, você ainda não vai encontrar aqui o miticismo que naturalmente encontraria em obras como Lucifer e/ou Sandman, nem mesmo grandiosos diálogos filosóficos – tanto em número quanto em conteúdo. Ainda sim, é perceptível que o roteiro se perde por diversas vezes em sua própria proposta, o que acaba por criar variâncias em torno da qualidade da trama.

Como dito acima, Lucifer Morningstar acaba por ter que carregar a série solo – e ele já faz isso naturalmente. Mas se mostra como um ponto negativo por termos a presença de muitos outros personagens (Mazikeen, Amenadiel e a própria “Mãe Divina”, por exemplo) que tem tanto a aderir a trama/série e seus potenciais mantem-se em níveis questionáveis de exploração e/ou limitados a “pontas participativas”.

Lucifer - 2° Temporada | Limitada entre "queda" e "ascensão"

De fato a Segunda Temporada de Lucifer tão pouco é péssima ou indigna de qualquer maratona. Porém, considerando os contextos que a envolvem, o segundo ano deixa a desejar no que outrora poderia ter sido um esplendido progresso evolutivo. Ou seja, nesta temporada Lucifer se limita a ser uma boa opção de entretenimento em meio a erros (queda) e acertos (ascensão), contando uma história interessante e honrando a sua maneira os personagens de um título em quadrinhos devidamente interessante e fantástico.

Lucifer - 2° Temporada | Limitada entre "queda" e "ascensão"

Com a série tendo sido renovada para a Terceira Temporada (SIM!), é definitivamente chegado o momento em que a produção tem de desenvolver-se. Na minha concepção, é chegada a hora de fazer jus a história de longa data do personagem e sua mitologia, trazendo diálogos e situações míticas/filosóficas com o contraste moderno de boas e certeiras doses de humor, drama criminal – funcional – e terror. Bem como uma maior e significativa exploração de temas religiosos do cristianismo não só na perspectiva de Lucifer Morningstar, mas dos próprios anjos que apoiam fervorosamente o Criador.

Definitivamente, é chegada a hora de trazer os anjos e demônios E DEIXAR O PORTADOR DA LUZ BRILHAR!

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Escrito por Isaias Setúbal

All I hear is doom and gloom. And all is darkness in my room. Through the night your face I see. Baby, come on. Baby, won't you dance with me?

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