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Era Uma Vez em Hollywood (2019)| A homenagem de Quentin Tarantino

Convenhamos que o diretor Tarantino é uma das pérolas do cinema americano contemporâneo, seus filmes se tornaram cults e criaram uma legião de fãs e sua marca registrada sempre foi a violência explícita mas com base em bom roteiro e ótimos personagens. “Era Uma Vez em Hollywood” (2019) é um dos seus filmes mais diferentes da sua normal visão, porém é visto com uma homenagem.

Na Hollywood do final dos anos 60, o ator Ricky Dalton (Leonardo DiCaprio), antes famoso por grandes papéis em filmes e séries, sofre pela decadência e escassez de boas atuações, seus limites chegaram a pequenas participações que estão perto do esquecimento. Para lidar com toda essas frustração, Cliff Booth (Brad Pitt), seu dublê e amigo, faz tudo e tenta aproveitar as bordas desses serviços para garantir bicos.

Era Uma Vez em Hollywood (2019)| A homenagem de Quentin Tarantino
Cena de “Era Uma Vez em Hollywood”

Mas a bela Hollywood também é palco para os passeios e glórias da linda Sharon Tate (Margot Robbie), que adentra cada esquina e cada bar proporcionando os melhores momentos de sua vida. Uma conexão que apenas os anos 60 poderiam proporcionar para contar essa história da indústria cinematográfica.

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Aqui a narrativa tem um rumo peculiar se comparado com outros do diretor, maioria da condução é feita de maneira linear, tranquila, se atentando a momentos particulares e crescimentos dos personagens, uma puxada ao ar que Hollywood respirava, mas toda essa construção e tranquilidade faz valer a pena pelo final. O telespectador deve ter paciência se quiser curtir os bons momentos dessa história.

Era Uma Vez em Hollywood (2019)| A homenagem de Quentin Tarantino
Margot Robbie como Sharon Tate em “Era Uma Vez em Hollywood”

Logo avisados os amantes de violência e chuvas de sangue, brutalidade em excesso aqui passa longe, alguns podem se frustar ao esperar por esses momentos, Tarantino quer desenvolver uma história que esquece dessa total violência, quando prefere destacar com tenor a evolução entre auge e crise que a TV e Cinema passavam, e isso cria dois personagens fictícios ao decorrer por todos esses períodos, uma maneira genial que servida com muito carinho.

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Enquanto Sharon vive momentos brilhantes, puros e sagrados, Ricky e Cliff  estão no declínio, no azar e na sustentação – dois lados do mesmo universo. Os bastidores dessas histórias os colocam ao lado de rostos conhecidos da época, mas que serão usufruídos pelos que reconhecerem. Aqui é o onde o filme fascina!

Era Uma Vez em Hollywood (2019)| A homenagem de Quentin Tarantino
Cena de “Era Uma Vez em Hollywood”

Apesar de Margot Robbie nos presentear com sua beleza, sua personagem é tratada como coadjuvante e o protagonismo fica nas mãos de Leonardo DiCaprio e Brad Pitt. A conexão dos dois fortalece para nos situar na trama e no mundo de ambos, mas é nas boas ações do personagem Pitt, que somos atraídos pelo carisma.

Como de costume, a trilha sonora condiz com os momentos, ainda mais quando as letras transmitem emoções de uma geração. A filmagem dos takes abertos engrandecem o Hollywood dando mais vida e mais alma para os fatos, com uma dinâmica digna de Tarantino. Aliás, este é um dos filmes mais técnicos do diretor.

Era Uma Vez em Hollywood (2019)| A homenagem de Quentin Tarantino
Cena de “Era Uma Vez em Hollywood”

“Era Uma Vez em Hollywood” é uma carta de amor ao cinema e sua época, apesar de sustentar em sua história, o único momento grande de violência é para proporcionar uma visão diferente dos fatos. Um filme que não agrada todos os amantes de Tarantino, apesar de suas peculiaridades e técnicas, ele está longe de ser um dos melhores de sua jornada. Porém, quando olhamos de perto a técnica usada no longa é quando ele realmente cresce em suas visões.

Escrito por Rafael Tanaka

Publicitário, amante de cinema, quadrinhos, filmes e séries. Sempre existe coisas para se descobrir nesse mundo da cultura pop.

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