in

HQ do Dia | Scooby Apocalipse

Se você como eu também cresceu nos anos 90, em algum momento da sua infância foi impactado pelos desenhos da Hanna-Barbera, como “Scooby Doo”, “Corrida Maluca” e “Flintstones”, era imensamente relevante seu carisma e sua simplicidade que conquistava as crianças. Em 2016, a DC Comics fechou uma parceria com o estúdio  para proporcionar uma nova visão dos seus personagens nos quadrinhos, com total liberdade, dentro desses títulos surgiu “Scooby Apocalipse“.

O título saiu lá fora em maio de 2016, mas só chegou em terras tupiniquins em 2018 com a publicação Panini,  que dividiu  em encadernados, com três deles já lançados. Com roteiro dos veteranos Keith Giffen e J. M. DeMatteis (Liga da Justiça Internacional) e com as artes intercaladas de Howart Porter, Dale Eaglesham, Ron Wagner e Jan Duursema no decorrer de todas as edições.

Com uma nova repaginada e uma total liberdade, temos nova visão da união do grupo, ainda mais sobre um novo patamar de origem. Uma organização secreta científica planeja revitalizar o mundo e desenvolve um vírus para causar o apocalipse, e transformar os humanos em zumbis ou monstros. No meio disso somos apresentados a Velma, cientista responsável por essa criação do vírus que planeja expor a organização com ajuda da jornalista fracassada em casos sobrenaturais Daphne e seu cinegrafista Fred, sem esquecer de Scooby, um cachorro que sofreu experiências cientificas e seu adestrador Salsicha.

A  maior surpresa da história está em seu resultado, a equipe em vez de encarar pessoas fantasiadas colidem com uma ameaça real, monstros e zumbis.  Esse tom diferente e até mesmo brutal, é transparecido na maneira que o grupo lida em exterminar as criaturas, mas sem esquecer os relacionamentos e sintonia do personagens. Os roteiristas deram uma repaginada atual para a equipe e mudaram seus conceitos esquecendo um pouco da memória afetiva deixada pelo desenho.

Giffen e DeMatteis exploram um olhar atual sobre os perfis e motivações de cada personagem, com a Daphne temos a extinção da mulher em perigo para uma cheia de garra e não depende de ninguém para enfrentar os desafios,  a mudança mais drástica veio por meio de Fred ,que antes desempenhava a liderança de todos, mas agora é bobão e sem autoestima nenhuma. Salsicha é um hispter e vegetariano que tem um incrível jeito em entender os cachorros. Velma era interessante e cheia de curiosidades, agora abre as portas para a mais chata do pedaço.

Apesar de proporcionar algumas boas mudanças, a trama demora para criar ritmo e prender o leitor, tudo isso acontece com exaustão em diálogos longos no começo que podem cansar os desavisados. Não devemos nos esquecer da bela arte das primeiras edições do Howart Poter, este cara merece sua atenção por trazer uma sensação de anos 90 que não sentia muito tempo nos últimos visuais dos quadrinhos.

Scooby Apocalipse” é um novo bom olhar para o grupo já conhecido, mesmo que certas mudanças sejam extremamente forçadas e que pode ter certeza que não agradará a todos especialmente os fãs do desenho clássico, o título traz uma boa leitura e aposta em investir no gênero de desafio que nunca fica batido: zumbis e monstros.

Escrito por Rafael Tanaka

Publicitário, amante de cinema, quadrinhos, filmes e séries. Sempre existe coisas para se descobrir nesse mundo da cultura pop.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Loading…

Annabelle 3: De Volta Para Casa (2019) | Monstros à solta

Fora de Série (2019) | Um ‘Superbad’ com mulheres