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HQ do Dia | Mirror’s Edge Exordium

A Graphic Novel “Mirror’s Edge Exordium” foi anunciada em meados de 2015 e foi recebida pela comunidade com furor, afinal de contas ela serviria como prelúdio para Mirror’s Edge Catalyst, jogo que foi lançado agora no incio do mês.

Para preparar o terreno de Catalyst, a editora Pixel reuniu os cinco primeiro volumes da série em quadrinhos escrita pelo próprio roteirista do game, Christofer Emgard e desenhada por uma equipe de criativos internos e externos da DICE, Mattias Haggstrom, Robert Sammelin, Henrik Sahlström, Erik Persson, além do próprio Emgard e de Danielle Di Nicuolo.

hq-do-dia-mirrors-edge-exordium3Publicada lá fora em parceria da DICE com a Dark Horse, Mirror’s Edge Exordium conta a história de uma jovem corredora chamada Faith, que perdeu o pai, a mãe e a irmã nas “Revoltas de Novembro”, um período conturbado de manifestações, e atualmente corre com a equipe do Noah, uma espécie de pai para ela. Logo de cara, a HQ já começa com Faith em uma missão de roubo de dados para o Noah, porém, no meio do caminho, ela encontra os capangas do Dogen -uma espécie de “Rei do Crime” da Cidade de Vidro em Mirror’s Edge Exordium – enquanto ela estava fugindo da Krugersec – corporação de segurança particular da cidade – esses capangas conseguem detê-la e a lavam para falar diretamente com o Dogen. No QG desse cara, ela encontra uma pintura que foi feita por sua mãe. Ela tenta roubar a pintura, mas acaba falhando. Dogen percebe que existe um potencial na garota e resolve fazer uma negociação, ela consegue umas paradas para ele e em troca ele daria a pintura desenhada por sua mãe. Porém, conseguir o que ele quer não será fácil, e para atingir esse objetivo, Faith vai ter que enfrentar problemas e situações das mais difíceis na vida. Ela ficará entre a cruz e a espada e além de divida, seus valores e sua própria vida estarão em jogo.

Para falar a verdade eu não conheço o universo do jogo, muito menos todos os elementos que envolve o novo lançamento da EA. Mas resolvi entrar de cabeça nessa história e entender os motivos pela qual Faith luta para dar um sentido a sua vida. Ela não é uma super-heroína, embora tenha a características e a personalidade de uma (me lembrei o tempo todo da Viúva Negra), ela me parece mais uma garota radical (aposto que você lembrou da musica da Banda Cine), que usa o esporte como fuga para esquecer tudo que aconteceu no passado. Ao mesmo tempo que eu vejo que ela é despretensiosa em relação a ser uma renegada ou de permear entre a marginalidade e as grandes corporações que comandam a Cidade de Vidro. Ela é a tipica personagem feminina que tem que funcionar na atualidade. Não é sexualizada, tem personalidade forte, enfrenta qualquer um de igual para igual e soca a porrada em quem ousar cruzar o seu caminho. Uma personagem que sempre tem uma carta na manga para achar uma saída, se livrar de uma saía justa ou de uma situação delicada quando as coisas complicam para o seu lado. Isso ficou bem claro na graphic novel e foi algo que acertaram muito bem no desenvolvimento dela.

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Porém nós temos alguns problemas em Mirror’s Edge Exordium. Primeiro se trata do roteiro. Ele foi escrito pelo mesmo cara que roteirizou o jogo, Christofer Emgard, ou seja, o que se espera disso é que a história seja mais complexa e aprofundada. Porém no decorrer dos seis capítulos, o que se vê é um roteiro mediano. Ele é forte nos argumentos, mas não apresenta pontos que possam te empolgar, mesmo nas cenas de ação e nos pontos altos que funcionariam como clímax, a história se mantém ali, nem desce nem sobe. E eu acredito que muito disso tem a ver com a arte que não é das mais robustas, ela aponta mais para o lado minimalista do que para um traço mais detalhado. Não sei dizer se essa era a intenção do projeto desde o inicio, mas me pareceu tudo muito simples o que acabou me deixando desapontado. Pois a equipe de ilustradores veio de dentro e também de fora da DICE, e se trata de um trabalho em conjunto com a Dark Horse, ou seja? Dava para fazer algo muito mais trabalhado e muito mais complexo que daria um ganho maior à graphic novel desse porte. Roteiro e arte tem que funcionar juntas, aqui elas até funcionam, elas estão equilibradas, embora tinha potencial para ser melhor. A edição é em capa dura, com 166 páginas com acabamento de luxo, contém extras como o SketchBook e também entrevista com o roteirista e os ilustradores.

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No geral, Mirror’s Edge Exordium funciona como preparação de terreno para o jogo, funciona também para deixar você curioso com que virá a seguir, e talvez funcione mais ainda com quem tenha um contato maior com o universo de Mirror’s Edge. Se você gosta do jogo, se você é familiarizado com a Faith e outros personagens que compõe essa história, é imprescindível que você tenha essa HQ na sua coleção. Mas se você for analisar as mídias separadamente, vai perceber que poderiam explorar e aprofundar a história de Faith de uma forma que acertasse em cheio aqueles que nunca tiveram contato algum com Mirror’s Edge e que por causa dessa história, ele teria uma vontade ainda maior de conhecer o universo do game e consequentemente passar horas a fio com o console ligado vivendo, escrevendo e fazendo parte da história de Faith.

O preço de capa de Mirror’s Edge é de R$54,90, mas você consegue comprar com um bom desconto na Amazon.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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