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HQ do Dia | John Wick

Quando o filme tem um papel espetacular, ele sempre ganha uma expansão, seja nos games ou até mesmo nos quadrinhos.  Inúmeras franquias apostaram em outras mídias, mas nem todas acertaram em trazer novas visões do seu universo. A HQ de John Wick sofre desse aspecto, uma história que poderia ter proporções magnífica, mas acaba por ser apenas “okay”.

O quadrinho saiu nos Estados Unidos em cinco edições no meio do ano passado pela editora Dynamite que tem seu foco em títulos alternativos. Com roteiro de Greg Pak e artes dos iniciantes Giovanni Valletta e Matt Gaudio, a história é um prequel dos filmes, um John Wick que trabalha como freelancer e é inserido pela primeira vez ao universo  dos assassinos, porém como de costume seu objetivo é pessoal e antes de assumir esse presente de entrar nessa sociedade, ele precisa limpar pontas soltas do seu passado.

Greg Pak consegue transparecer um John Wick ainda novo no ramo da matança, aqui ele está imprudente, frustrado e muitas vezes não mede suas determinadas ações. É incrível como o roteirista capturou a essência de Keanu Reeves, até mesmo em suas falas. Começamos a ver suas motivações e seu código moral que o determinou a se tornar um dos melhores em seu ramo, seus demônios do passado e alianças criadas ao decorrer do caminho, especialmente alguns rostos conhecidos por nós.

Mesmo com seu passado explorado, a história não empolga e não traz algo que valorize definitivamente o personagem de Keanu Reeves mesmo tendo seus aspectos na personalidade.  Em muitos pontos do enredo, tudo é maçante e no fim não possui grande nexo com o material fonte – aquela famosa conexão que esperamos ver da origem de Baba Yaga na trilogia -,  temos apenas um suspiro do que seria seu futuro mas sem profundidade.

Os visuais dos filmes ficaram lembrados por serem maravilhosos, especialmente a ação noturna de Nova York. Os dois artistas Giovanni Valleta e Matt Gaudio provaram que estudaram o material fonte, mas sem inovações, com as artes abstratas e com um traços bem peculiares. Mesmo que foco tenha sido nos personagens, muitas vezes podemos ficar perdidos no estilo de como a ação acontece, rápida e sem muitos detalhes. Senti a falta de fluidez no seu desenvolvimento, especialmente em não se preocupar em detalhar os cenários ao seu redor, o que no filme é até um personagem a mais.

A HQ não possui uma história ruim ou muito menos uma arte relaxada, mas no fim se encontra como algo corriqueiro e mediano, qualquer fã do personagem e do filme deveria ler, mas não terá muitas surpresas se quiser encontrar as respostas que fazem o personagem ser o que ele é. Faltou um pouco mais de atenção e cuidado em trazer algo que realmente honrasse o que o “Baba Yaga” significa para o universo da ação.

Escrito por Rafael Tanaka

Publicitário, amante de cinema, quadrinhos, filmes e séries. Sempre existe coisas para se descobrir nesse mundo da cultura pop.

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