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HQ do Dia | Gavião Arqueiro #22 – Edição Final

Como os próprios editores da Marvel, Stephen Wacker e Sana Amanat afirmam, Hawkeye é uma série em quadrinhos à frente de seu tempo. O título criado por Matt Fraction com a arte de David Aja e (nas passagens em Los Angeles) de Annie Wu, estava tão à frente de tudo que era lançado na Marvel na época de seu lançamento em idos de 2012 que os autores não perderam gás nem público mesmo levando quase três anos para concluir este volume da revista (que tem somente vinte e duas edições, diga-se de passagem).
Esta semana finalmente temos a conclusão da passagem desta equipe criativa pelo título de Clint Barton e (não esqueçamos de forma alguma) Kate Bishop. Hawkeye #22 é o confronto final entre os Gaviões e a gangue russa dos tracksuits (os criminosos caricatos que utilizam roupas de corrida o tempo todo na revista).
HQ do Dia  Gavião Arqueiro #22 - Edição Final
Fraction como na maioria das edições de Gavião Arqueiro opta pelo minimalismo em seu roteiro, sincronizando quadro a quadro as cenas com a arte de Aja. O autor não poupa o personagem (e muito menos o público) do característico sofrimento que o acomete desde o início desta publicação e temos uma conclusão com certa dose de drama e melancolia, mas tudo recheado com ação e um senso de dever cumprido. Tirando a cena entre Barney e Clint, os diálogos aqui não são muito extensos. A comunicação não verbal entre Kate e Clint é um dos destaques do roteiro desta edição. A moça é uma heroína muito mais capacitada que seu “mentor” e isso fica claro a cada aparição da Gaviã Arqueira. Fraction ainda faz o favor de “pré-setar” algumas tramas futuras que podem ser muito bem exploradas pela nova equipe criativa do novo título dos Gaviões. Portanto, além de uma conclusão emotiva, elétrica e com gravidade ainda temos algo grande vindo na direção deste elenco em breve. Bem grande mesmo.
A arte de David Aja (que aparentemente é o gargalo da revista em termos de cronograma) vale esse tempo todo que você ficou esperando. Aja é simples e brilhante em cada um dos quadros desta conclusão. Um gesto simples como ajeitar o cabelo, ou uma expressão de surpresa ou temor tem exatamente o mesmo impacto visual de um quadro com uma explosão de um quarteirão. Em um roteiro de ação praticamente sem falas, David Aja tem muito espaço para brilhar e o utiliza daquele seu jeito característico – cada quadro tem sua razão de ser e nada nesta arte parece gratuito.
Gavião Arqueiro #22 encerra uma das passagens mais fortuitas em títulos (semi) solo de um personagem Marvel nos últimos 10 anos. Fraction, Aja e Wu praticamente inventaram um estilo de se fazer quadrinhos comerciais com uma puta carga de sensibilidade indie no meio da “pipocada” que é o Universo Marvel. E o troço vendeu e mostrou a todo um mercado que as pessoas querem ler histórias com profundidade também. A reformulação implementada por esta equipe em Clint Barton foi tão drástica visualmente e em termos de personalidade que se reflete em TODAS as publicações nas quais o cara participa atualmente. Além disso, os autores elevaram Kate Bishop ao status de heroína que a personagem merece. A espera valeu a pena e este final “lacra” um dos volumes mais divertidos, marcantes e inovadores de um título solo na Marvel  nos últimos tempos.

Veja também: Dossiê: Gavião Arqueiro – Clint Barton

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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