A importância de comédias românticas pra saúde do cinema
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A importância das comédias românticas pra saúde do cinema

O subgênero precisa crescer novamente e filmes produzidos pela Netflix engajam nova demanda

O cinema não é uma arte constante, mas cíclica. Enquanto em uma época nós estamos vivendo o lançamento de um arrasa quarteirão como os filmes de super-heróis, por exemplo. Em outra estamos lidando com obras menos complexas, sem grandes efeitos especiais, mas que consegue dialogar com um público engajado e jovem, como as comédias românticas.

 

 

A importância de comédias românticas pra saúde do cinema
Filme “Gatinhas & Gatões” (1984) dirigido por John Hughes

Aproveitando a deixa das comédias românticas, John Hughes já fazia isso muito bem nos anos 80, Chris Columbus nos anos 90 e 2000. Depois veio John Green, Judd Apatow e muitos outros. Sem falar de cineastas como Nora Ephron ou P. J. Hogan, que dirigiram filmes do gênero para um público mais adulto. A comédia romântica está aí desde que o cinema moderno passou a tocar em projetores dos cineplex em shoppings.

Há quem diga que esse tipo de gênero não tem qualidade, não é palpável e a linguagem é mais distante do que pode ser caracterizado “cinema” para os mais puristas. Não dá pra se aprofundar na mensagem, em muitos casos é difícil elogiar a fotografia, as nuances de uma simbologia qualquer ou um traveling feito de uma ponta para a outra numa velocidade que possa ser mais ou menos brega.

Curiosidades sobre o filme “Clube dos Cinco” (1985)

A importância de comédias românticas pra saúde do cinema
Filme “A Barraca do Beijo” (2018) dirigido por Vince Marcello

As comédias românticas servem para nos colocar em um ambiente cheio de incertezas, de hormônios à flor da pele, de atitudes impulsivas, de um amor romântico e eterno típico de cinema.

Do baile de formatura a cena de despedida no aeroporto, do pedido de desculpas depois de um vacilo a reconquista de alguém que jurou ir embora pra sempre, mas resolveu ficar, pois não saberia viver de outra forma sem estar ao lado de quem se ama.

Da descoberta do amor pelo melhor amigo ou amiga, aquele ou aquela que sempre esteve ali ao despertar da beleza do garoto ou garota mais estranha do colégio.

A importância de comédias românticas pra saúde do cinema
Filme “Crush à Altura 2” (2019) dirigido por Emily Ting

As comédias românticas foram feitas pra gente sonhar e lembrar que o amor, assim como o cinema também é cíclico. Talvez boa parte do que acontece na tela não aconteça na vida real, mas qual parte do cinema de ficção, de aventura, do policial, do suspense e terror que também não passa pela mesma coisa? Afinal de contas, estamos falando de cinema.

“A Barraca do Beijo” (2018), por exemplo, foi baseado no livro de mesmo nome escrito pela britânica Beth Reekles de apenas 25 anos. Uma jovem falando para a juventude sobre os dilemas de sua geração. Se houve sucesso na obra original, a chance de a adaptação para o cinema dar certo é alta. A autora enxergou que a nova geração precisava de alguém que mostrasse um universo próximo da realidade e de um jeito que adolescentes possam compreender.

O diretor John Hughes fez isso com a geração que estava se desenvolvendo entre o final dos anos 80 e 90. Ele pavimentou o caminho para que outras produções pudessem caminhar por ele.

A importância de comédias românticas pra saúde do cinema
Filme “O Plano Imperfeito” (2018) dirigido por Claire Scanlon

A Netflix acerta em apresentar e fortalecer o gênero para aqueles que estão se descobrindo agora, estão ou vão viver momentos como os de Harper em “O Plano Imperfeito” (2018) ou Jodi em “Crush à Altura” (2019).

Isso é prestação de serviço, é fugir do óbvio, trazer mais pluralidade e vitalidade pro cinema como um todo. Além de mostrar para adolescentes e jovens adultos que o que eles vivem na realidade também pode ser representada nas telonas, mas com linguagem de cinematográfica.

E não é só a Netflix que tem investindo nesse nas comédias românticas, o Prime Video, Star Plus, Paramount Plus e HBO Max também tem aumentado a quantidade de títulos do subgênero na tentativa de acompanhar a gigante. Isso traz frescor ao cinema e acena de forma positiva para o público que está sempre antenado ao que chega de novo e que fica mais tempo consumindo o conteúdo das plataformas.

Ela é Demais (1999) | Um clássico da comédia romântica dos anos 90

 

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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